terça-feira, julho 27, 2010

Freeport,Sócrates e a PGR


No caso Freeport ou em qualquer outro caso, a Procuradoria-Geral da Republica não prova a inocência de ninguém.
Só os tribunais podem inocentar
ou simplesmente não condenar alguém mediante as provas (ou falta delas) apresentadas em julgamento. A posição de Sócrates não poderá considerar-se assim muito cómoda. Depois de tudo o que saiu na comunicação social sobre o seu “envolvimento”, as conclusões da Procuradoria revelam apenas que os procuradores não obtiveram provas capazes da implicação de "quaisquer políticos".
Não se entende, assim, o alívio de Sócrates nem a sua apressada declaração.

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quinta-feira, julho 22, 2010

O PPD de Passos Coelho & Companhia


"É preciso modernizar a constituição". É um dos argumentos forjados pelo PPD de Passos Coelho
Esta pretensão dos liberais em fazer crer que são modernas as receitas liberais é de um desconhecimento crasso. As ideias neoliberais são recauchutadas do liberalismo do século XIX que geraram a crise de 1929. O keyseanismo, o “estado social” só apareceu depois e todos os governos europeus dos mais progressistas aos mais conservadores o adoptaram.
Até à década de 70, em que se começou de novo a impor o liberalismo com um novo figurino o do neoliberalismo.
Com os resultados que se conhecem hoje. Com a crise financeira, económica e social a que o mundo chegou, com a ampliação das desigualdades sociais, num mundo sem ética e desprovido de valores. Pensar que receitas velhas de dois séculos atrás são solução é de uma perfeita ignorância histórica e política.

terça-feira, julho 20, 2010





A cara do grau zero da política

No momento em que os portugueses sofrem com o agravamento das suas condições sociais, no momento em que precisam de mais apoio social, é precisamente o momento escolhido pelo PSD para apresentar as suas intenções relativas à revisão constitucional, com cortes sociais na Saúde e Educação.
No momento em que existem mais de 600.000 desempregados e os trabalhadores se encontram numa situação fragilizada, é precisamente o momento escolhido pelo PSD para apresentar propostas no sentido de facilitar os despedimentos.
No momento em que a governação Sócrates dava mostras de desvario, desnorte e cansaço é precisamente o momento em que o PSD, com esta desastrada actuação, lhe dá novo fôlego e uma nova bandeira.
Maior burrice parece impossível!

terça-feira, julho 13, 2010



A compra pelo governo de 922 automóveis para seu uso entre 2008 e 2010, os piores anos da crise gerada pelos socialistas e agravada pela crise internacional;
A miseravelmente enganadora e profundamente triste explicação do governo de que se trata, não da compra de carros, mas de «actualização do inventário»;
A ideia profundamente socialista de que na compra de 922 automóveis de luxo novos para uso dos governantes não se gastaram dezenas de milhões de euros, mas antes se «pouparam» 3 milhões (em relação ao gasto maior que poderia ter acontecido, reparem), porque a compra foi feita centralizadamente;
Aquela fundação, como noticiava ontem o Público, que nunca funcionou durante anos, nem ameaça funcionar em breve, mas que, no entanto, tem um conselho de administração;
A ideia de que as viagens aéreas de deputados devem ser feitas em 1.ª classe, sob pena de serem humilhantes em turística (suponho que como os socialistas consideram ser todas as viagens oficiais feitas por todo o pessoal administrativo dos EUA);
O défice de tesouraria (de tesouraria) da Estradas de Portugal, que foi em tempos uma instituição séria sob o nome de Junta Autónoma das Estradas, e anda hoje embrulhada no monumental embuste socialista das estradas anunciadas como «gratuitas»...
... são apenas sinais daquilo que muitos sabem há bastante tempo. Que temos enquistada no aparelho do poder, com tentáculos bem firmados e sôfregos, uma clique cujo único propósito é perdurar, para vantagem e conforto seus e dos seus amigos, e que não conhece na prossecução desse desejo quaisquer limites de ordem política, nem económica, nem financeira, nem ética.
Um povo que reelege para o governar quem desbaratou dinheiros públicos, sufocou a economia e destruiu o emprego, quem mentiu durante o processo eleitoral mentiras que só um imbecil não identificaria, é um povo que confirma a sua sujeição - mesmo tendo em conta que parte dos eleitores socialistas serão interessados directos e outra parte simplesmente idiotas.
Mas o povo que não reelegeu esta gente ávida e incompetente mais o povo que se arrependeu tardiamente, está, ainda assim, refém.
Está refém deste governo indigno.
Está refém de um Presidente da República que põe as suas contas eleitorais próprias acima da correcção do descalabro.
Está refém de uma oposição medrosa e sem alma de estadista, que vai subscrevendo o aumento da canga e a pontua com protestos sem consequência.
E está refém de uma comunicação social sem brio nem honra, que vai proclamando grandes feitos como a criação de mais vagas no ensino superior (resultantes sobretudo do crescimento dos cursos nocturnos), e se refugia no futebol, em polvos, e em parvoíces, para se abster do seu dever informativo e de controle.
É o grau zero do serviço público, o grau zero da sociedade civil.
Nós, merecemos a crise.

(publicado por José Mendonça da Cruz no Blog Cortafitas)