sexta-feira, abril 19, 2013

O caos neoliberal

Apertado pela Troika, Passos Coelho viu-se obrigado a mudar de discurso. Do “custe o que custar”, do “vai ou racha”, do “contra tudo e contra todos”, passou-se aos apelos do “consenso”.
Não por convicção, mas por puro tacticismo político imposto pela Troika, Passos Coelho e Victor Gaspar, mudaram de discurso. Trata-se de uma “operação política” que tresanda a manipulação e vigarice.
A Troika compreendeu que Passos Coelho já não tem força suficiente para apertar mais o garrote aos portugueses com o projectado corte dos 4.000 milhões de euros nas funções sociais do Estado.
Para pôr em prática a política neoliberal de aniquilamento do estado social, que não tem outro objectivo senão colocar as grandes áreas de negócio como a saúde, educação e segurança social (as seguradoras e bancos não se conformam que um tal volume de capital permaneça na gestão do Estado) nas mãos dos mercados, precisam, senão do apoio, pelo menos da anuência do PS. Daí, este repentino e cómico frenesim de apelos ao “consenso” vindos dos meios e dos habituais figurantes apoiantes do governo.
Depois da moção de censura ao governo posta pelo PS, não existe qualquer margem de manobra para que Seguro possa voltar atrás e “consensualizar”, o corte de 4.000 milhões de euros nas funções sociais do Estado. Por maiores pressões que venham dos lados da Troika e de Cavaco Silva.
Cavaco Silva, ao apoiar o governo e o dramatismo táctico de Passos Coelho após o chumbo do Tribunal Constitucional, também não sai bem na fotografia. Com o isolamento do governo e a sua real incapacidade de avançar com o corte de 4.000 milhões de euros na Educação, Saúde e Protecção Social, nada mais restará ao governo do que a sua própria demissão. Cavaco Silva, temeroso, apenas adiou o inevitável - a queda do governo. Até lá, iremos assistir ao penoso apodrecimentodo governo.

quarta-feira, abril 17, 2013

as almas penadas

Andam duas almas penadas, Passos Coelho e Victor Gaspar, à procura de consenso quando o que existe, é um consenso contra elas.
(Constança Cunha e Sá na TVI)

domingo, abril 14, 2013

Desordem neoliberal

A ortodoxia está matando nações na Europa. O desemprego passa de 17 milhões de pessoas. Na Espanha, 26% da infância encontra-se enredada na teia da pobreza, que avança sobre a 4ª maior economia do euro. A cada 15 minutos, uma família é despejada em Madrid, Barcelona ou em algum outro ponto do país.
Dizer Estado mínimo é eufemismo. Se a demência conservadora não for detida o que restará depois de sucessivos e inalcançáveis ajustes serão resíduos de nações expropriadas pelos mercados.
O que é uma Nação sem o património comum que a unifica? O uso de viaturas em muitas repartições portuguesas passou a depender da vaquinha dos funcionários para a gasolina. Papel higiénico deve ser trazido de casa.
Tatcher, símbolo disso tudo, será enterrada no próximo dia 17. A lógica que encarnou enfrenta o seu crepúsculo, mas usa as próprias cinzas para tornar irrespirável a vida em sociedade.
Saul Leblon

quinta-feira, abril 04, 2013

O PSD já tem o seu “Tino de Rans”.

Pela mão de Miguel Relvas, o PSD descobriu o homem que lhe vai resolver o problema do desemprego dos jovens.
Chama-se Miguel Gonçalves. E, como o Tino, anda já algum tempo a dar música no You Tube.

terça-feira, abril 02, 2013

A Dívida Pública

A Comissão (Eurostat) recebe das autoridades estatísticas portuguesas informações sobre a dívida global bruta do sector da administração pública, que inclui a dívida da administração central, regional e local e da segurança social. O Eurostat recebe também das autoridades estatísticas portuguesas informações anuais regulares sobre as parcerias público-privadas classificadas no sector da administração pública. No entanto, não estão disponíveis informações sobre as parcerias público-privadas classificadas como elementos extrapatrimoniais da administração pública. A Comissão (Eurostat) não dispõe de informações completas sobre a dívida das empresas públicas (detidas pela administração pública, central ou local).
O montante total de dívida directa de Portugal era de 198 136 milhões de euros no final do segundo trimestre de 2012. O valor da dívida aumentou em 13 437 milhões de euros em relação ao final de 2011. Correspondendo hoje a 123,6% do PIB.
A Comissão (Eurostat) entende a expressão «dívida pública indirecta» como a dívida das empresas públicas. Embora a Comissão tenha conhecimento da existência desses dados e acolha favoravelmente a sua publicação, tais dados não são, por agora, recolhidos nem validados pela Comissão. No futuro, e impreterivelmente a partir de Janeiro de 2015, a Comissão (Eurostat) estará em condições de publicar a dívida de empresas públicas (bem como as garantias governamentais e as parcerias público-privadas extrapatrimoniais) por força da Directiva 2011/85/UE sobre requisitos aplicáveis aos quadros orçamentais dos Estados-Membros.
Não é verdade portanto, o que se tem afirmado nas televisões sobre a divida pública. A dívida pública subiu de 30% de 2010 a 2012, situando-se nos 123,6% do PIB, sem nela estar considerada a dívida pública das empresas públicas e das parcerias público privadas (PPP), ao que se chama dívida pública indirecta e que em 2012 corresponde a cerca de 15% do PIB. Contudo, se contarmos com o endividamento garantido pelo Estado em nome dos bancos (passivos contingenciais) o endividamento indirecto ascende a 30% do PIB.
Uma autêntica bomba-relógio no parecer da Standard & Poor's.