quinta-feira, abril 24, 2014


segunda-feira, abril 07, 2014

Neoliberalismo – o modelo do capitalismo que mata

Nos últimos tempos, várias personalidades têm alertado para uma certa subversão do significado das palavras, para uma certa dissimulação de conceitos, que o governo e os seus apoiantes nos têm brindado. Esta estratégia não é nova e faz parte do ataque ideológico do neoliberalismo.
Recordo um texto que a este propósito coloquei aqui no “classepolitica” a 19 de Dezembro de 2007, titulado “os neologismos neoliberais”:
A teoria neoliberal, apesar de se apresentar como novidade tresanda a mofo.
Faz a felicidade de qualquer oligarca, que vê agora finalmente o messias de há muito ansiado. Com a sua aplicação tardia em Portugal, chega agora a hora da libertação tão desejada.
O neoliberalismo, não teve na Europa e no mundo, o seu desenvolvimento natural no pós-guerra, pela simples razão que a sua vivência suscitaria a revolta dos povos europeus influenciados pelas doutrinas “libertadoras” então em prática na URSS. O desenvolvimento capitalista, perante este cenário de leste, com fundamentados receios, obrigou-se a dar um passo atrás. Mas, logo que liberto de tais preocupações, eis que novamente ressurge, com ímpeto redobrado, recomeçando a sua natural evolução no preciso ponto em que a deixou. O capitalismo “selvagem” com a sacralização do mercado em toda a sua pujança.
Na tentativa de “esconder” a sua própria natureza egoísta e desprovida de valores humanos, tal como hoje o conhecemos, a ideologia neoliberal esforça-se pela apresentação “anti-histórica” do capitalismo contemporâneo, apresentando-o como algo de novo, através de um arsenal de neologismos.
Nesta tentativa de destruir a perspectiva histórica dando novos nomes a velhos conceitos, surgem assim neste arsenal de neologismos neoliberais pseudo conceitos como - a globalização, os novos actores (sociais), pós-modernidade, informalidade, novas centralidades, planeamento estratégico, exclusão social, sustentabilidade, flexisegurança, movimentos sociais urbanos, empreendedor,e muitos outros.
O seu objectivo será apenas o de encobrir o sentido de conceitos pré existentes bem definidos, substituindo-os e dando a ilusão “do novo” enquanto fazem perder toda a sua perspectiva histórica.

terça-feira, abril 01, 2014

Défice Público de 2013

O Défice Público passou de 6,4% em 2012 para um défice de 4,9% se não contarmos com a receita relativa ao perdão fiscal (que rendeu 1,253 milhões de euros). Sem esta receita extraordinária o défice seria de 5,7%.
Houve assim uma redução do défice de 2012 para 2013 de 0,7 p.p. do PIB, qualquer coisa como 1.266 milhões de euros, considerando o valor do défice de 10.641 milhões de euros em 2012 e 8.122 em 2013 (valor este acrescido da receita do perdão fiscal). (Dados INE)
Em resumo, o governo conseguiu reduzir o défice público de 1.266 milhões de euros de 2012 para 2013. Resta agora conhecermos a que sacrifícios foram sujeitos os portugueses para a obtenção de tal resultado e os prejuízos que causaram à economia estas medidas recessivas Vejamos então: a subida dos impostos de 2012 para 2013 em IRS cifrou-se em mais 3.212 milhões de euros, em IRC em mais 803 milhões de euros e em IVA em mais 404 milhões de euros, assim, só nestes três impostos o governo arrecadou mais 4.419 milhões de euros.
Concluindo, para uma redução do défice de 1.266 milhões de euros o governo obteve uma receita só nestes três impostos (para não falar já do dinheiro que obteve com os cortes na Educação e Saúde) de 4.419 milhões de euros.
Se tomarmos isto por regra, e a manterem-se as políticas do governo que geram um tal resultado assim será previsível, uma poupança de 1.200 milhões de euros no défice exige uma receita suplementar em impostos e cortes superior em mais de três vezes e meia aquele valor. O que demonstra a ineficácia, a insensatez, a estupidez da manutenção e aprofundamento das medidas de austeridade impostos pela Troika e agravadas pelo governo de Portas e Passos.
São medíocres e tolos