sexta-feira, junho 19, 2015

O custo real do euro


Como mostra este gráfico preparado com dados do FMI, Grécia, Itália, Portugal e Espanha tiveram crescimentos per capita muito maiores nos anos 80 e 90, quando tinham o dracma, a lira, a peseta ou o escudo. Uma vez que ingressaram no euro para formar parte dessa "elite privilegiada", o crescimento destes países se desmoronou.
A ideia de que a moeda única aceleraria a prosperidade fracassou pelos erros iniciais na implantação da moeda única e pelos egoísmos que se foram urdindo logo que a moeda entrou em funcionamento.
A grande diferença entre os anos 80 e 90 e o período actual, é que estes países perderam a sua soberania monetária. Antes do euro, a Grécia, Espanha, Itália e Portugal, podiam manejar a política monetária com as suas ferramentas de políticas macroeconómicas.
A implantação do euro deixou estes países manietados aos interesses da Alemanha e sem soberania monetária para enfrentar as turbulências.
(retirado do “elblogsalmon”)

quarta-feira, junho 17, 2015

De novo a Grécia

Agora, que os Bancos alemães e franceses já estão a salvo e livres da dívida grega trocada que foi pelo dinheiro dos contribuintes europeus, operação cínica e maquiavélica do poder financeiro europeu encabeçado pela Troika a coberto das regulamentações europeias que eles próprios criaram, continuam a impor à Grécia, com um governo legítimo e democraticamente eleito, condições para a restituição dos dinheiros em falta do resgate inicial, completamente insensatas e disparatadas e de tão absurdas só poderão ter como explicação a tentativa dos poderes financeiros europeus, da Troika, de levar o caos à Grécia e desse modo colher, assim o pensam, os melhores proveitos.
À semelhança e do mesmo modo (aqui associados ao poder financeiro dos USA) como espalharam o caos no Iraque, na Líbia, no Afeganistão na Ucrânia e na Síria. É um poder financeiro diabólico que tudo arrasa, que leva tudo à frente e para quem as condições de vivência humana valem zero. Utilizando os “drones” do capital irão chantagear e trucidar quem lhes oferecer resistência. Ou se submetem aos seus interesses ou enfrentarão o desastre e o caos. E tudo isto só agora começou na europa do euro.
Aguardem.

terça-feira, junho 16, 2015

A fúria das privatizações

Como a crise internacional demonstrou há empresas que precisam que o Estado tenha controlo sobre elas. Para que os recursos nacionais, os recursos de todos não possam ser desbaratados em negócios ruinosos que afectam os cidadãos do país, o Estado tem que assegurar o controlo social sobre estas empresas, BES, BPN, etc. Tem que possuir a maioria do capital destas empresas. Sou assim favorável à socialização dos bancos bem como de todo o universo  das empresas estratégicas, isto é, daquelas empresas cujo negócio afecta toda a economia nacional, refiro-me às empresas energéticas, EDP, REN, GALP, às empresas do negócio da água, às empresas de comunicações, CTT, PT, às empresas das comunicações viárias, BRISA, ASCENDI, etc e também às empresas públicas de transportes pela natureza dos seus serviços, Brisa, Metro, CP, ANA, TAP, etc.
A maioria destas empresas funciona em regime de monopólio, logo com preços de monopólio. Só esta razão bastaria para a sua socialização. Os preços injustos que praticam e venham a praticar afectam a economia nacional, afectam todos os cidadãos. Pensar que serão melhor geridas estando privatizadas é um enorme engano. Essa “melhor gestão” de que se fala como justificação das privatizações traduz-se apenas nisto – aumentos de tarifas e diminuição dos serviços prestados. É o que se passa com a ANA que já aumentou as suas tarifas em 30%, com a GALP, EDP, cujos preços de monopólio são mais que exagerados com a BRISA, CTT, etc. Toda a “boa gestão” destas empresas sai dos bolsos dos portugueses.
A privatização destas empresas tornou a vida dos cidadãos mais difícil, reduziu os seus rendimentos e dificultou-lhes o acesso a bens e serviços essenciais como, por outro lado, tornou a economia nacional mais débil.
O Estado deve assegurar à sociedade o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis proporcionando aos seus cidadãos o acesso a bens e serviços essenciais à sua vida ao mais baixo custo.
Privatizar por razões ideológicas metendo nos bolsos de meia dúzia de empresários grandes riquezas à custa da redução de rendimentos da esmagadora maioria da população não nos parece nem justo nem racional.

domingo, junho 14, 2015

grupo Bilderberg


O misterioso e poderoso grupo Bilderberg, que se reúne todos os anos à porta fechada, iniciou esta quinta-feira o seu encontro anual que se estenderá até domingo num discreto hotel de Telfs-Buchen, perto de Innsbruck, no Oeste da Áustria.
Alguns dos participantes deste encontro são o primeiro-ministro belga, Charles Michel; o ministro holandês de Finanças e o presidente do Euro grupo, Jeroen Dijsselbloem; o Presidente austríaco, Heinz Fischer; Laurence Boone, a conselheira económica do Presidente francês François Hollande, e o alcaide de Bordéus e o futuro candidato às primárias da direita francesa, Alain Juppé. Também assistirão o ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, o ex-director da CIA David Petraeus, o ex-presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, o actual secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. O grupo é presidido actualmente pelo francês Henri de Castries, que dirige a seguradora Axa.

Pelo menos 2.100 polícias austríacos e 300 alemães garantem a segurança dos participantes, e se decidiu bloquear até domingo a estrada de 25 quilómetros que chega ao hotel.
(retirado de mamvas.blogspot)

sexta-feira, junho 12, 2015

Syriza tem que fracassar


Syriza tem que fracassar, senão, como continuar pedindo sacrifícios a governos e a povos de outros países, como a Espanha, Portugal, a Itália, a França, entre outros?
Syriza tem que fracassar, senão, como manter as políticas de austeridade, pelas quais juram os governos da União Europeia e suas instituições financeiras?

Syriza tem que fracassar, senão, como os governos dos outros países da UE continuarão dizendo a seus povos que não há alternativa – ou se submetem à austeridade ou têm que sair do euro e ser vítimas de um massacre global?

Syriza tem que fracassar, senão, como continuar dizendo que as alternativas na Europa se reduzem aos conservadores ou à “social-democracia”, ambos gestores da austeridade?
Syriza tem que fracassar, senão os espanhóis vão crer que é possível sair do bipartidismo e entregar ao Podemos a condução do país.

Syriza tem que fracassar, senão logo vão dizer que o que fazem países como a Argentina, o Brasil, o Uruguai, a Venezuela, o Equador, a Bolívia, de sair do modelo neoliberal, é também a solução para a Europa.
Syriza tem que fracassar, para que o seu mau exemplo não se propague pela Europa e pelo mundo todo, que faça com que o exemplo da Argentina de enfrentar os fundos abutre não prospere.

Syriza tem que fracassar, senão Ângela Merkel e o seu discurso da inevitabilidade da austeridade e de que os que assinaram tem que pagar não importa os danos que causem ao povo de um país e que este decida por outro caminho, se desmoralizam.

Syriza tem que fracassar, senão aparecerá outro Alex Tsipras e outro Pablo Iglesias, que traduzam a indignação em novas forças políticas e cada eleição será ainda mais desesperada para os partidos tradicionais.
Syriza tem que fracassar, senão é a desmoralização definitiva do “Não há alternativa”, de que a História acabou, de que haveria um Consenso de Washington inevitável. etc., etc.

Syriza tem que fracassar. Por isso é preciso diabolizar o Syriza, o Podemos e toda alternativa que apareça, antes que todos se dêem conta que o mundo actual não é inevitável.

Emir Sader

quinta-feira, junho 11, 2015

Cavaco Silva


No discurso do 10 de Junho, Cavaco Silva mostrou-se totalmente alinhado com a absurda política “da austeridade sem fim”, da política onde “para que os sacrifícios que os portugueses já fizeram não sejam em vão se torna necessário continuar com os sacrifícios”. 
É a política “do aguenta, aguenta”, sem futuro e que nos conduz ao desastre social e económico. Uma política em que não nos prometem melhorar os salários bem pelo contrário, dizem que temos que reduzir salários, que temos que ter cortes nas pensões em pagamento e ter pensões mais baixas no futuro, que nos prometem mais flexibilidade no trabalho o que é o mesmo que dizer mais precariedade no trabalho. E, sem grande convicção pedem-nos para acreditarmos que vamos ter crescimento económico sem que nos digam os fundamentos de um tal “milagre” anunciado por Pires de Lima há mais de ano e meio.
E, perante este futuro sombrio de “empobrecimento continuado”, depois de Passos Coelho nos chamar “piegas” vem agora o presidente chamar-nos “miserabilistas”. Era só o que nos faltava.