sexta-feira, abril 22, 2016

O PPD de Coelho e o CDS de Portas e Cristas, esforçam-se por manter um clima de instabilidade no país

Vivemos os últimos quatro anos sob a ameaça permanente de mais cortes nos rendimentos que atingiram as classes populares, os trabalhadores e os pequenos empresários. Vivemos sob um clima de instabilidade permanente alimentada dia a dia pelo governo de Coelho, tendo como caixa de ressonância os meios de comunicação social, jornais, rádios e TVs, onde uma elite de comentadores bem seleccionada se desdobrava em apresentar a austeridade, que recaía sobre as classes populares, como algo virtuoso, necessário, sem alternativa.
Este clima de instabilidade permanente era usado politicamente pelo governo. Ele conhecia perfeitamente que o medo e a insegurança vivida pelas pessoas e famílias, as inibia, as isolava e lhes retirava vontade para qualquer protesto comum. É uma táctica política que aparece em qualquer manual de manipulação política das populações.
Arredados do governo, o PPD de Coelho e o CDS de Portas e Cristas, esforçam-se desde então por manter um clima de instabilidade no país, aproveitando-se naturalmente da elite mediática que permanece fiel às políticas neoliberais da austeridade sem fim. A manobra é por demais visível.
É a novela do plano B, um plano de austeridade que o governo de António Costa, dizem, tinha “escondido” e que todos os dias foi levantada nos meios de comunicação social pelos mesmos de sempre. Agora que o Plano de Estabilidade foi apresentado e nele não constam cortes nas pensões e salários nem aumentos do IRC, IRS ou IVA (o tal plano B), ai Jesus que “tais cortes e aumentos não aparecem agora mas virão mais tarde”.
O objectivo desta direita extremista, radical, é continuar a fomentar nos portugueses a insegurança e a instabilidade no seu dia a dia.
O que esta direita reaccionária teme é que o país e os portugueses regressem á normalidade, à paz e a uma vida mais tranquila, depois do sobressalto constante dos últimos quatro anos.
Neste clima de instabilidade a tarefa do governo torna-se mais difícil. Contudo, e apesar de uma elite de comentadores que todos os dias nas televisões, jornais e rádios se esforçar por desacreditar as medidas de reversão da austeridade, o governo permanece determinado em levá-las por diante merecendo para tanto o apoio dos partidos que o apoiam parlamentarmente, a confiança do Presidente da República e, seguramente, a compreensão e o apoio da maioria dos portugueses.

segunda-feira, abril 04, 2016

CONGRESSO DO PPD/PSD – O rótulo mudou mas a mistela é a mesma

O rótulo mudou mas a mistela é a mesma.
Este PPD/PSD de Passos Coelho, Tereza Coelho e Maria Luis, saído agora do Congresso mantém-se firme em sua estratégia liberal radical, isto é, continua a considerar como boas, necessárias e indispensáveis as políticas anti-sociais aplicadas pelo anterior governo PSD/CDS.
Continua a glorificar a austeridade e adverte que “para sair da austeridade é preciso manter a austeridade” e deixa o aviso – “para que os sacrifícios já suportados não sejam em vão serão necessários novos sacrifícios” como o corte dos 600 milhões de euros nas pensões em pagamento que agora aparece embrulhado num novo figurino, o figurino da “indispensável reforma da segurança social”.
O rótulo com que pretendeu mistificar a sua conduta neoliberal anterior e com a qual se compromete para o futuro foi o “social-democracia sempre”. Como é possível encontrarmos neste PPD/PSD de Coelho tanta aldrabice política, tanta mistificação política.
Esta gente matreira é incapaz de afirmar honestamente e defender politicamente o seu liberalismo radical, decidindo em vez disso a política do engano com slogans claramente antagónicos às suas verdadeiras pretensões políticas.
 
No congresso, não se ouviu de Passos Coelho nas duas intervenções que fez, uma palavra sobre a melhoria das condições de vida das pessoas, das famílias. Nem uma palavra sobre o estado em que deixou económica e socialmente o país, nem uma palavra sobre os mais de dois milhões de pobres, os baixos salários, a quebra do investimento em cerca de 25%, a quebra do número das pessoas empregadas, a quebra da riqueza nacional produzida (PIB) em cerca de 6%, o aumento da dívida externa em líquida em mais de 20% no período em que governou.
Escolheu para temas primordiais das suas intervenções a “reforma da segurança social”, a “reforma eleitoral” e as eleições autárquicas que decorrerão em finais de 2017 e à mistura, as mesmas ameaças, as ameaças de sempre ao bem-estar das famílias se estas não estiverem dispostas a acatar as suas propostas políticas da “austeridade sem fim”.
 
A social-democracia é contrária ao estado mínimo preconizado por este PPD/PSD. Não dá nem requer a “liberdade de escolha” na Saúde, na Educação, na Segurança Social, etc ou, o que é o mesmo, não perfilha a privatização da Saúde, da Educação ou da Segurança Social. Não, a social-democracia exige um Estado com funções sociais fortes, na saúde pública, na Educação pública, na Segurança Social pública. Precisamente o contrário do que afirmou Passos Coelho no Congresso.
As políticas de desregulação da economia, da desregulação do mercado de trabalho, da desregulação dos mercados financeiros, das privatizações, presentes na estratégia política de Passos Coelho, nada têm a ver com a social-democracia. São precisamente o seu contrário.
 
E não venha agora desculpar-se Passos Coelho pelas políticas aplicadas pelo seu governo nos três anos de vigência da Troika. Recorde-se que o anterior governo aplicou cerca de nove mil milhões de euros de austeridade quando no memorando assinado com a Troika esta exigia "apenas" uma austeridade de cerca de cinco mil milhões de euros.
E fê-lo por opção própria, por sua opção ideológica como alias logo no início da sua governação nos declarou Passos Coelho “independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.
Esta transformação do país a que se refere, não é outra coisa senão o projecto neoliberal que deseja para o país e que tentou impor “custe o que custar” durante a sua governação, e que agora está felizmente e para bem-estar dos portugueses a ser revertido pelo governo socialista apoiado pelos comunistas e bloquistas.