HIPÓCRITAS

Decorreu há poucos dias em Lisboa o congresso dos socialistas europeus com a presença dos respectivos líderes. Deixando-se levar pelo fervor do ideário socialista aprovaram uma “carta” onde se defende uma Europa que “ rejeita um futuro entregue às mãos das forças do mercado”. Nem mais. Recordando as governações de Blair, Gonzales, Zapatero, Sócrates, ou as propostas da candidata socialista à presidência da república francesa, tudo isto dá vontade de rir.

Os socialistas europeus, desde o pós guerra, contam mais anos na governação dos seus países do que quaisquer outras forças politicas, não se reconhecendo nenhuma alteração de fundo entre as suas praticas politicas e as de quaisquer outros partidos.
São co-responsáveis pelo empobrecimento contínuo dos cidadãos europeus, como se comprova pelos dados divulgados recentemente pela Comissão Europeia “ dados compilados pela Comissão Europeia revelam que a parcela de riqueza que é destinada aos salários é actualmente a mais baixa desde, pelo menos, desde 1960 (o primeiro ano com dados conhecidos). Em contrapartida, a riqueza que se traduz em lucros, que remuneram os detentores do capital, é cada vez mais alta.”

Esta posição hipócrita dos socialistas europeus é simplesmente vergonhosa. Estes senhores, que falam em socialismo mas praticam o capitalismo, não são líderes ignorantes. Eles conhecem bem quão hipócritas são as suas palavras o que torna bastante confrangedor assistirmos a este coro europeu de hipocrisia.

Longe vão os tempos das acesas discussões ideológicas entre socialistas e sociais-democratas. Hoje, uns e outros, “fazem o seu melhor” por gerir os negócios do Estado, a bem sabe-se lá do quê, sem qualquer preocupação ideológica. Aliás, esta será uma das épocas históricas mais negras e obscuras em termos ideológicos das últimas décadas.

Nenhuma discussão ideológica profunda sobre o colapso do comunismo, a “globalização e suas consequências como a guerra no Iraque ou o conflito israelo-palestino. O mundo parece girar ao sabor de uma economia que se desenvolve por si própria, com os lideres mundiais limitados a olearem uma máquina que não sabem como ou para onde se destina. Dos comunistas aos democrata-cristãos todos defendem a “democracia” e por aí começa e acaba toda a discussão.