past presidente

O exercício da presidência de Cavaco Silva afigura-se mais como a de um past presidente do que a de um presidente em pleno gozo do seu mandato.

Num momento de grande agitação social como aquele que em que vivemos, com um governo agressivo, que despreza com o maior dos à-vontades as suas próprias promessas eleitorais, com uma comunicação social servil e idiota, com a Justiça paralisada, com uma crise económica que parece não ter fim, com dezenas e dezenas de empresas a fecharem as suas portas e a mandarem para o desemprego milhares de trabalhadores, esperava-se de um Presidente da Republica uma intervenção activa e atenta da realidade nacional. Aliás, em sintonia com os seus discursos pré eleitorais onde se comprometia a uma fiscalização atenta da actividade do governo.

Contrariando as expectativas da maioria dos portugueses, Cavaco Silva, alheia-se de tudo isto, entretendo-se com questões do foro humanitário, habituais nos pós mandatos presidenciais. Centrando as suas preocupações em questões laterais como a exclusão dos pobrezinhos ou, como agora, na questão da globalização.
É a total degradação da nossa vida política em todo o seu esplendor.