CRÓNICAS DO REYNO
UM ANO HÁ PASSADO DA COROAÇÃO DEL-REI
Um ano há passado da coroação do Rey de Portugal, D. Cavacco Maria, marquês de Boliqueime.
Após os austinados e acesos torneios entre os mais audazes e nobres cavaleiros do Reyno, D Emmanuel visconde de Águeda, D. Marotto Soares, D. Jerónimo Cunhal e D. Louça dos Olhos, D.Cavacco logrou vencer seus pares e, desta razão, alcançar a tão cobiçada Coroa Real.
Pensavam as gentes e a fidalguia que muy aviado ficaria D. Socrates Pinóquio, o astuto patriarca e Cardeal-Mor do Reyno, por ter dado graças e acompanhado em cada um dos torneios D. Marotto Soares e agora, ter de prestar vassalagem a D. Cavacco, seu inimigo de sempre.
Pensavam as gentes e a fidalguia que muy aviado ficaria D. Socrates Pinóquio, o astuto patriarca e Cardeal-Mor do Reyno, por ter dado graças e acompanhado em cada um dos torneios D. Marotto Soares e agora, ter de prestar vassalagem a D. Cavacco, seu inimigo de sempre.
Empero, tal não há acontecido. Nos sangrentos torneios, muitieramá, algo terá molestado a cabeça de D. Cavacco, pois ao invés de pôr termo aos desmandos do repetenado, malino e sotrancão D. Sócrates, que vem governando o Reyno com mão de ferro, deu-lhe para se recolher em seus Paços de Belém, de onde sae apenas para o officio da Santa Missa, logo ali, no Mosteiro dos Jerónimos, ou para distribuir caridade e palavras vãs em algumas villas espalhadas pelo Reyno.
Ao que consta nos corredores dos Paços, El Rey vai mui proximamente ausentar-se do Reyno e aventurar-se numa longa viagem a terras da mostarda e canela.
Entremenntes, mui sorrateiramente, El Rey tem vindo a encontrar-se com o Cardeal, a quem se confessa todas as quintas-feiras.
O povo e grande parte da fidalguia, anda mui agastado com tudo isto, com as inusitadas e quão estranhas maneiras do seu Rey. “ A montanha pariu um rato”, e outros dichotes que tais, é comum ouvirem-se nas cantigas dos trovadores pelas tabernas do Reyno.
E, quanto mais os capitães de guerra do Cardeal oprimem o povo, por todas as aldeias e villas, mais as gentes se maldizem da sua sorte.
Pardicas, em eramá, D. Sócrates Pinóquio tomou conta dos negócios do reyno
Bajulando o povo assenhoreou-se do comando do Reyno para, conquistado o governo, se rodear de um exército pujante e sem escrúpulos, com capitães de guerra audazes e de grande furor, que maltratam as gentes.
De entre eles se tem destacado pelo seu furor e falta de piedade, D. Teixeira dos Prantos, que tendo a seu cargo a recolha de impostos, dos antigos e dos novos impostos criados pelo Cardeal-Mor, que, por onde se desloca, retira, sem dó nem piedade, todos os réis, mesmo aos mais pobres e miseráveis de entre as gentes
Mas, em muitas outras cousas, D. Sócrates Pinoquio se tem mostrado um carrasco para o povo que, com um Rey assim tão abalado da cabeça, bem aviado está.
O Cronista-Mor do Reyno
D.Ferrão Lopes
O Cronista-Mor do Reyno
D.Ferrão Lopes
5 Comments:
Os cronista, na sua época eram pagos para escrever o que convinha às suas altezas reais....
Mais vale ler a cronica do que ouvir os telejornais.
paulo sempre,
o noosso cronista D. Ferrão Lopes prometeu independência absoluta face aos poderes constituidos. Vamos esperar que sim, em todas as suas crónicas semanais.
Ruy,
Vamos então esperar.
Abraço e obrigado pela visita.
Paulo
PS: Vou voltar sempre.
É assim mesmo caro CHronista!
Porque havemos de esperar pela História se nós a podemos escrever já?
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