má gestão pública
As verbas dispendidas pelo governo em Aquisições de Serviços e Bens são de facto astronómicas. Em 2005 gastaram-se 843 milhões de euros!!! Mais de 160 milhões de contos em serviços fora da Administração, como estudos pareceres e projectos de consultadoria. Mais 14,8% do que no ano anterior.
Para este ano prevê-se novo aumento. E no orçamento para 2007, descontando os gastos no ministério da Saúde, a rubrica referente à aquisição de Bens e Serviços totaliza um montante de 2.145,3 milhões de euros.
É uma situação que vem acontecendo desde há alguns anos atrás, e que caminha em paralelo com as politicas a que os sucessivos governos têm submetido a Administração Pública (AP) e que a conduzem a uma cada vez maior irracionalidade e à degradação dos seus Serviços.
A Administração Pública vem perdendo ao longo dos últimos anos toda a capacidade que possuía em elaborar os estudos e pareceres necessários à tomada de decisões governamentais. Os governantes como se demitiramm de “administrar” e colocar os serviços da AP aptos a executarem tais estudos e projectos.
Pelo contrário, os governos têm-se preocupado mais em esvaziar a AP dos meios técnicos e humanos necessários e indispensáveis à execução desta tarefas. Preferem sobretudo recorrer a firmas de consultadoria ou à criação de órgãos paralelos com gestão semi- privada.
Por três ordens de razões fundamentais:
As firmas de consultadoria seleccionadas pelos ministérios, têm muitas vezes ligações financeiras com as equipas ministeriais;
Reflectem nos estudos encomendados os desejos do ministro sem qualquer preocupação de rigor e natureza ética;
Desresponsabilizam de algum modo as tomadas de posição política do ministro.
O recurso às empresas de consultadoria tornou-se uma pratica corrente da gestão ministerial, uma pratica massiva. As equipas de quadros tecnocratas das empresas de consultadoria nacionais e estrangeiras passaram a ser os verdadeiros agentes “fazedores” das políticas ministeriais. Aos ministros cabe anunciá-las.
Os nossos governantes, a par de uma incompetência generalizada, demonstram ter uma total ausência de Sentido de Estado e de Serviço Público, entregando a Gestão Pública nas mãos de mercenários tecnocratas com custos elevadíssimos para o País. (cartaz do "wehavekaosinthegarden")
Marcadores: gestão publica
10 Comments:
"Reflectem nos estudos encomendados os desejos do ministro sem qualquer preocupação de rigor e natureza ética"
É irresponsável usarmos de generalizações para julgar o que quer que seja !
É o PRACE....é o PRACE ...é isso e o furacão....
Já agora uma notícia do DN: tabaco aumenta 9% a partir de JANEIRO.
Bom, já fui...mas já não sou fumador, por isso é coisa que não me toca!
Mas...o problema é que está TUDO a subir!
Ajudem-me lá ...onde é que se pode ler o que o Governo diz que está a fazer para os prêços não subirem ...ou mesmo para baixarem? ( tirando os ordenados e pensionistas da função pública....claro que já desceram!)
Qualquer dia ainda deixamos de fazer eleições para escolher os governantes.....e passamos a seleccioná-los por alguma empresa de recrutamento!
Atente-se e recorde-se o caso do estudo encomendado por mário pinho a uma empresa de um seu assessor sobre as SCUTS.
As opiniões aqui expressas são tão responsáveis ou irresponsáveis, quanto as opiniões dos ministros ou de qualquer comentador como o sr. toni.
São opiniões pessoais com as quais se concorda ou discorda.
Ditar sentenças fugindo à discussão de fundo é que não se me afigura lá muito correcto.
Caro BLOGGER, sabe que mais ?
Sou de centro esquerda!
Por acaso até nem sabia...só agora é que soube!!
ruy:
Não fique melindrado com o que eu disse. Independentemente da conduta suspeita do ministro mário lino, o comentário que teci pretende apenas ressaltar a importância de uma análise mais acurada e rigorosa dos factos evitando generalizações às vezes indevidas.
Tudo bem caro Toni .
As generalizações encerram sempre em si a excepção.
Alias, poder-se-ia perguntar, com toda a legitimidade, se os estudos e pareceres executados na AP não seriam eles próprios igualmente submetidos à vontade do ministro. E no actual estado de politização da AP acredito bem que sim.
Não possuiriam seguramente seria o mesmo grau de credibilidade que hoje se dá, pelo menos por enquanto, aos estudos externos.
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Pois com a caixa de fósforos de uns posts abaixo, já se adivinhava mais fumo! (...) O que convém para perceber menos o que se passa no ar (...)
Entretanto como de vez enquando costumo fumar um cigarro para vizualizar melhor as ideias nas labaredas do fumo, e o tabaco vai aumentar de preço, começo a pensar que nada sei, o que me deixa um pouco intrigado ou desintegrado ou talvez não, porque tudo faz mais sentido!...
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