Aborto, Sim ou Não
A questão do aborto não se poderá colocar hoje, no século XXI, do mesmo modo que se colocava há alguns anos ou décadas atrás. Existem hoje dos mais acessíveis e variados métodos anticonceptivos; existe até a pílula do dia seguinte. São métodos baratos, eficazes e amplamente divulgados.
Por razões humanistas, no seu sentido mais lato, não considero muito ético o facilitismo com que os defensores do aborto tratam o tema. Aceito como razoável que as sociedades comunistas do princípio do século XX, como as antigas repúblicas soviéticas, de uma racionalidade mecanicista e sem grandes meios, “resolvessem” questões como o aborto, assim, com esta facilidade. Nos tempos actuais, este facilitismo de resolver dificuldades parece-me anacrónico e eticamente reprovável.
Dizem-nos, somos um dos últimos países europeus a não ter uma lei do aborto mais permissiva. Mas que Europa? A Europa dos monopólios que segundo os dados da própria Comissão europeia nos revelam que“a parcela de riqueza que é destinada aos salários é actualmente a mais baixa desde, pelo menos, 1960 (o primeiro ano com dados conhecidos). Em contrapartida, a riqueza que se traduz em lucros, que remuneram os detentores do capital, é cada vez mais alta.”
Será com os “exemplos” desta Europa que nos querem convencer da bondade da proposta da nova lei do aborto?
Por outro lado, não se entende que os argumentos dos defensores do sim, se restrinjam às 10 ou 12 semanas. Os argumentos são do mesmo modo válidos para as vinte, trinta ou quarenta semanas. O ser gerado no ventre da mãe não oferece nenhuma alteração qualitativa, nenhuma salto qualitativo no seu desenvolvimento contínuo que permita estabelecer diferenças, datas ou prazos para o aborto.
É uma assunção mecanicista, quanto a mim, muito pouco evoluída.
Este equívoco e esta contradição, retira quanto a nós, toda a força de argumentos aos partidários do sim. Os exemplos dos países comunistas são válidos porque à luz da evolução tecnológica de então seria "aceitável" uma tal solução. Manter soluções iguais, hoje, parece-me uma atitude retrógrada perante o problema. Parecendo progressista, o sim ao aborto, traduz hoje, uma posição conservadora perante a vida e a sociedade, fruto de um racionalismo mecanicista e economicista.
Não tenho nenhuma "irritação" quanto aos partidários do sim. Move-lhes a vontade de solucionar este problema social. Só que a “solução” preconizada não será aceitável no actual estágio da evolução humana, no estágio dos direitos humanos alcançados já pela humanidade.
10 Comments:
aborto intelectual é o que ambas as campanhas andam a praticar. Os argumentos pelo sim e pelo não são uma autêntica verborreia mental.
qual é então a solução?
a única coisa que está em causa no referendo é a descriminalização da ivg.
Ruy,
Percebo algum desencanto, quando considera existir um certo racionalismo no tratamento desta questão social, da tal Europa “ desenvolvida “. Assim é, de facto.
Eu vou votar um sim pragmático. Para que a IVG deixe de ser feita de forma clandestina, quantas vezes em condições deploráveis, para que cesse a penalização que até à data a lei prevê.
Abraço
E o País a meter água...por todo o lado.
Concordo com o RUY
Quanto à Europa...foi sempre uma desgraça...um poço de miséria....e nós bem tentàmos andar por África e tal ...mas coitaditos somos muito pequenos...( quando falamos em estrada nova estamos a falar de três ou quatro Kms de caminho mais direito...) por isso estamos condenados a estar ligados a este bocado do Mundo ..que como se vê ao pé de outros também tem a força dos mais pequenos..
E se fôssemos mas era discutir a FLEXISEGURANÇA?....
Por acaso isto está giro....agora que os dinamarqueses (que até têm bom queijo e ninguém vive na rua....) descobriram isto... toca a aplicar cá na terra.....já vejo com uma diferença é que cá e lá não se lê do mesmo modo...
Voltaremos ao assunto!
A questão da IVG é de facto uma questão do foro íntimo das pessoas. Hoje, a minha sensibilidade, não me permite votar pelo sim.
Vivemos num mundo com antagonismos brutais. De um lado conquistas científicas extraordinárias e difíceis de imaginar alguns anos atrás. De outro, o lado mais sombrio e odioso do homem, manifestado na invasão, ocupação e tratamento de prisioneiros no Iraque ou nas prisões de Guantanamo, na invasão do Líbano ou no abate selectivo de palestinianos em Gaza.
À medida que os anos vão passando, confesso, que me vou tornando cada vez menos condescendente com este lado sombrio do homem.
Caro Ruy,
Não posso estar mais de acordo.
Convido-te também a veres um post que fiz sobre isto.
Abraço
CC
Repito : Concordo com o Ruy.
Continuo a ser defensora do sim até ás 10 semanas...
Há eventualidades. Há o esquecimento da pilula (não deveria acontecer, mas acontece).
Não me imagino a engravidar por me ter esquecido de tomar a pilula num unico dia e saber que existe a probabilidade de o meu filho nascer deficiente... Como conseguiria viver com isso?
(como sabem, existem pilulas com essa capacidade, e por sinal, uma delas é a que grande parte das jovens toma, falo da Diane 35, mas existem outras).
Não espero que concordem comigo, é a minha opinião.
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