A Europa e os cidadãos
A Europa parece encontrar-se num período da sua história, em que manifesta a maior insensibilidade social para com os seus povos. Nunca como agora, os governantes dos vários países que a integram, se apresentam tão distanciados dos cidadãos, a quem deveriam servir com o melhor dos seus saberes. Nos seus discursos fala-se no terrorismo, na taxa de juros do banco central, nos mercados, no preço do petróleo e na globalização. Cada vez menos se interessam pelos problemas do dia a dia dos cidadãos. Do acesso ao trabalho e às condições em que o mesmo é prestado e garantido, do acesso à Saúde, à Educação, à Justiça, à Cultura e ao bem-estar social. E quando falam, é sempre no sentido de procurar desculpas para o corte de direitos há muito adquiridos ou limitar e dificultar o acesso dos cidadãos aos serviços prestados pelo Estado (o caso da flexisegurança será um triste exemplo) em nome de um tal Défice que não pode ultrapassar os 3%. Tudo em prol de uma Europa “corajosa”, sabe-se lá de quê e para quê. Uma coisa é certa. Nesta Europa os cidadãos não contam. Esta elite de fato e gravata, estes executivos tecnocratas, que enchem as assessorias dos ministérios, dos gabinetes de Bruxelas e de tudo quanto é Estado, esta geração que não aprendeu a tabuada porque a “máquina” tudo faz, que pensa que o frango nasce depenado, sem pernas nem cabeça tal como o vê no supermercado porque nunca o viu vivo num quintal, vive numa realidade sem emoções, sem história, sem cultura, sem a solidariedade do companheiro do lado. Vive num mundo frio, competitivo, egoísta, sensaborão, ao toque de uma directiva de Bruxelas.
Estamos a ser governados por uma super estrutura, fria, calculista, cada vez mais insensível às dificuldades sociais e ao serviço de obscuros interesses multinacionais. Ao serviço de uma economia monopolista, globalizante e imperialista que tudo arrasa na sua ganância. Uma Europa com Blairs, Javier Solanas, Sarkozys, Prodis, Ângela Merkels, Barrosos, Sócrates e outros que tais, com uma economia onde as únicas regras são as regras dos monopólios e onde os povos não contam e serão mesmo para estes senhores, um estorvo, (veja-se os seus esforços para não referendarem o tratado europeu). Onde, os funcionários públicos são considerados uns mandriões e incompetentes, em especial os professores, os enfermeiros, médicos, juízes, polícias e magistrados; os reformados e deficientes a quem é preciso reduzir os vencimentos e pensões com novos aumentos de IRS e que assim constituem um peso para o Estado; as mães que continuam umas contestatárias ao recusarem os nascimentos nas ambulâncias assistidas por bombeiros; os velhos doentes que protestam contra o encerramento dos Centros de Saúde ali à porta; os trabalhadores em geral culpados da baixa produtividade da economia nacional.
Para estes senhores, todos nós constituímos um estorvo às suas grandes “ideias” do “desenvolvimento” europeu. Até quando?
Estamos a ser governados por uma super estrutura, fria, calculista, cada vez mais insensível às dificuldades sociais e ao serviço de obscuros interesses multinacionais. Ao serviço de uma economia monopolista, globalizante e imperialista que tudo arrasa na sua ganância. Uma Europa com Blairs, Javier Solanas, Sarkozys, Prodis, Ângela Merkels, Barrosos, Sócrates e outros que tais, com uma economia onde as únicas regras são as regras dos monopólios e onde os povos não contam e serão mesmo para estes senhores, um estorvo, (veja-se os seus esforços para não referendarem o tratado europeu). Onde, os funcionários públicos são considerados uns mandriões e incompetentes, em especial os professores, os enfermeiros, médicos, juízes, polícias e magistrados; os reformados e deficientes a quem é preciso reduzir os vencimentos e pensões com novos aumentos de IRS e que assim constituem um peso para o Estado; as mães que continuam umas contestatárias ao recusarem os nascimentos nas ambulâncias assistidas por bombeiros; os velhos doentes que protestam contra o encerramento dos Centros de Saúde ali à porta; os trabalhadores em geral culpados da baixa produtividade da economia nacional.
Para estes senhores, todos nós constituímos um estorvo às suas grandes “ideias” do “desenvolvimento” europeu. Até quando?
6 Comments:
Pois é, Ruy, a verdade por vezes é crua. Embora não seja tão pessimista, no sentido em que acredito que haja alguns políticos de boa fé (que, por azar, só parecem governar noutros países), o facto é que a realidade que retrata é um facto indesmentível. E os "números" relativos a Portugal no quadro que introduz o texto são verdadeiramente reveladores...
Um abraço,
Rui
Caro RUY
EXCELENTE!!
O retrato está perfeito.
Infelizmente é mesmo assim....e esses tais de fato e gravata nem se apercebem que esta maralha cá por baixo ....mexe e come....
Uma coisa é a estratosfera....e os corredores de Bruxelas e outra bem mais movimentada e barulhenta são esses milhões que se cruzam por aí ....isto vai mal...muito mal....
Um abraço
JOSÉ
Nós somos os maiores....e os campeões nesta coisa de Tratados.....agora fomos nós que finalmente fizemos o Tratado e salvàmos a Europa...da desgraça.....os europeus estão ansiosos por nos agradecer
.......sempre que passa um português pelas ruas de Londres ou Geneve ou Paris....então em Paris os parisienses dobram-se à nossa passagem e todos nos querem convidar para hóspedes de sua casa....dá gosto ser português nas ditas capitais.......
......se em Lisboa é....que mal seria que assim não fosse nas ditas...
Boa noite ....chau...chau....
Caro Ruy será que o Mapa que pôs lá em cima é algum retrato de família ?????
Manhente, dizes "politicos de boa fé", aceito o teu optimismo, mas eu sou neste aspecto bastante pessimista. Oxalá me engane e que venha rápidamente um poltico de boa fé que pegue nisto.
José,
o Post foi escrito depois de uma conversa com um grande amigo,
abraço,
Uma grande Europa para uma minoria engravatada, um pobre país para uma maioria esfarrapada! E no entanto não se vê uma luz ao fim do túnel, "eles venceram e o sinal está fechado para nós".
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