sexta-feira, abril 21, 2006

Estado despesista


O Boletim do Banco de Portugal, agora vindo a público, tem provocado grande celeuma nos meios políticos e jornalísticos, não tanto pelas novidades que transmite mas sobretudo pelo novo posicionamento de Victor Constâncio. Temendo um maior e mais completo descrédito, achou por bem o governador descolar-se do governo e fazer realmente o papel que lhe cabe.

Em boa verdade, já em princípios de Março, aquando da apresentação do relatório orçamental relativo a Janeiro e Fevereiro, se constatava que de 2004 para 2005 se verificara um aumento do número de funcionários. E não se pense que tais aumentos de pessoal tiveram apenas origem na profissionalização das Forças Armadas como os comentadores do regime nos pretendem fazer crer. Assim, por exemplo, a rubrica de Encargos Gerais do Estado, onde se inclui a Presidência do Conselho de Ministros (ministros e secretários de estado), Centro de Gestão de Rede Informática do governo, Gabinete Nacional de Segurança, Instituto da Comunicação Social, subiu em gastos de pessoal mais 12,8% que em 2004.

Por outro lado, também já se conhecia que existira aumento da despesa do Estado de 2004 para 2005. Ao contrário do que pretendeu e pretende fazer crer, o governo Sócrates continua a saga despesista tão comum aos governos socialistas.
Em 2005, gastou uma verba superior a 843 milhões de contos em serviços fora da Administração, como "estudos, pareceres e projectos de consultadoria. Mais 108 milhões de euros do que em 2004. A rubrica “aquisição de serviços”, subiu em 2005, mais 14,8% do que no ano anterior.