quarta-feira, novembro 22, 2006

lucros a qualquer preço


Um sector dos Correios entrou há dias em greve. Alegam os trabalhadores que a Administração pretende substituí-los entregando as tarefas que até aqui desempenhavam a empresas externas.

Na verdade, as Administrações dos Correios, sempre nomeadas politicamente pelos governos, têm vindo nos últimos anos a recorrer a trabalhadores externos, mesmo na distribuição do correio. Poupam alguns dinheiros seguramente mas pioram e degradam o serviço que prestam aos seus clientes.

De carteiros profissionalizados passámos a ter curiosos, a trabalhadores temporários, pagos a recibo verde por mini empresas de “vão de escada”. Seria bom que as Administrações dos Correios divulgassem a percentagem do correio extraviado e o seu tempo de demora, comparado com as percentagens de há uma ou duas décadas atrás.
Naturalmente que a distribuição do correio só deveria ser entregue a trabalhadores que assegurassem idoneidade e merecessem confiança. Mas a corrida ao menor custo a qualquer preço, entrou ultimamente nas estratégias dos “nossos” gestores. A sua preocupação maior não é o servir melhor os clientes, mas procurar sempre os mais baixos custos de produção. Nesta ânsia, neste frenesim pelas maiores receitas, estão a converter as estações de correios em “lojas de conveniência”, onde se vende tudo, desde vinhos a cartões de sócio do Benfica, numa completa descaracterização das estações.

A Portugal Telecom, mesmo antes do senhor Belmiro ou a EDP estão a praticar a mesma politica de gestão, sempre com o agravamento das condições de serviço prestado ao cidadão. É uma gestão que está na moda, que faz escola, e que coloca os clientes no último escalão das preocupações da empresa.

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Totalmente de acordo.

Hoje é moda as cartas estarem na bordadura das caixas de correio em vez de dentro delas. Para quem não tem caixas conjuntas esclareço que isso significa cartas entregues em caixa errada cujos proprietários as expõem para que sejam vistas pelos eventuais destinatários.

Onde está o espírito de que uma carta é sagrada e será sempre entregue em tempo e ao seu destinatário?

Esse tempo foi-se, está velho era fascista... do antigamente...retrógrado!!!!

Hoje é que é bom com toda a incerteza que por aí grassa.
Então talvez por isso se criou para facilitar o processo judicial a figura da notificação presumida, em que o tribunal envia o seu correio para a residência da pessoa ( por ex notificação de que é devedor de qualquer coisa a alguém )e desde logo se presume que o destinatário recebeu a carta.
Ora, estas alterações chegaram precisamente quando a certeza da entrega da correspondência foi chão que deu uvas.
Caro amigo Blogger, começo a ficar cansado destas análises pois só vemos insuficiências e misérias

E teriam de ser?

10:54 PM  
Anonymous Anônimo said...

Há um número verde para apresentar reclamações sobre correio mal entrgue, etc.

De momento não me ocorre o número de telefone.

e temos o Livro de Reclamações!

12:17 AM  
Blogger Carlos Sério said...

Caro José tem toda a razão. A idéia deste post foi aliás sugerida por um amigo num almoço que tivemos.

Caro anónimo, o livro de reclamações, ou as reclamações não podem servir para descartar responsabilidaes ou aliviar consciências. Infelizmente é isso que acontece hoje em dia.

1:16 AM  
Blogger Kane said...

A primeira razão de existência de uma empresa pública será a de servir (BEM) o público, com uma gestão equilibrada e sem prejuízos, evidentemente…A procura do lucro a qualquer preço, em detrimento da qualidade do serviço prestado, não se coaduna com a filosofia de uma empresa pública.
E os CTT, tendo um mercado exclusivo, não se podem queixar…

O outsourcing que os CTT estão a praticar, levando à degradação da qualidade dos serviços aos utentes, não constitui boa solução. A manter-se assim, prefiro sem dúvida alguma, uma livre concorrência na exploração das actividades de correios. Aí, que escolha o utente o que mais lhe convém! De qualquer forma, o Estado não se pode demitir da sua função de regulação, o que muitas vezes parece acontecer.

9:25 AM  
Anonymous Anônimo said...

Cá pela terrinha sempre entendemos que seremos os melhores do Mundo de um momento para o outro.
Assim temos seguido a moda do ou é público ou é privado. E como há que reduzir o sector público - realmente não se compreende porque é que há-de haver licenças de caça ... vigilantes da floresta ... fiscais de obras... Governadores civis, ou presidentes de junta - então vá de manter tudo o que é publico - aí não se mexe - mas entregando as respectivas funções ao " privado "
Muitas vezes já se vê apenas para fugir às regras de aminisração do sector público - Código de procedimento administrativo...conselhos de opinião ...comissões disto e... daquilo...tribunais de contas ( especialmente estes que são uns chatos)...concursos publicos e... vai daí tudo para o privado - Resultado ...PORCARIA, claro está sempre há alguém que vai fazendo pela vida e BEM

Só que a dicotomia deveria ser entre Interese dos cidadãos e Qualidade ou mau serviço. E este deveria ser pura e simplesmente eliminado.

Será talvez um bocadinho mais difícil e demorado.
Mas seguramente a produtividade aumentaria e o País seria mais civilizado.


E ainda dizem que a legislação laboral é muito rígida...

Assistimos hoje , em que vigora esta legislação , às mair incompetência e irresponsabilidade a situações vergonhosas, de humilhação, de desrespeito pela pessoa humana que nunca se veriam no tempo do antigamente.

Adeus amigo que tenho de ir à Praça comprar umas batatas para o almoço.

12:17 PM  
Anonymous Anônimo said...

Atrás escreveu o JOSÉ

12:28 PM  

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