sexta-feira, fevereiro 02, 2007

novo estatuto dos gestores públicos

Mexer no acessório para que o essencial fique na mesma, tem sido esta a pratica do governo Sócrates em todas as “reformas” a que tem lançado mão, com o aplauso incondicional da rapaziada do seu séquito de opinadores da comunicação social.
Esperava-se que o governo, as promessas são suas, colocasse alguma ordem na casa e definisse de uma vez por todas as remunerações dos gestores públicos. Tal não significa que a limitação dessas remunerações não se encontrem estabelecidas em Lei.
Na verdade, desde 1982 que estão estabelecidas as remunerações máximas dos gestores públicos mas, certamente com o pretexto de tal Lei ser criada a pensar num sector empresarial resultante das nacionalizações de 1974, esta mesma Lei tem sido acintosamente ignorada pelos gestores públicos com o beneplácito dos ministros, ou não fossem os gestores de hoje ministros amanhã e os ministros de hoje gestores amanhã.
As remunerações são estipuladas pelos gestores e promulgadas pelo ministro da tutela. Como os gestores e os futuros gestores hoje ministros não são parvos, claro que fixam os valores de tais remunerações a seu belo prazer. Assim, o presidente da CGD aufere um vencimento anual de 240,8 mil euros, um vencimento 425% superior ao permitido por Lei, o presidente dos CTT fica-se pelos 283% acima do permitido e o presidente da Águas de Portugal contenta-se com 148% da remuneração legal. Temos assim ministros a promulgar despachos que se encontram fora da lei com total impunidade “democrática”. Nem o Tribunal Constitucional, a Procuradoria da Republica, o Tribunal de Contas ou o próprio Presidente da Republica, a quem cabe o garante da LEI, se insurgem com tais infracções legais.
O novo Estatuto dos Gestores do Estado agora anunciado pelo governo, revoga a Lei que estipulava um tecto remuneratório e deixa a fixação de tais limites ao arbítrio dos ministros. Em termos de transparência um passo atrás portanto. Dado “o bolo retira-se um rebuçado” ao limitar a um ano as indemnizações por interrupção de mandato, pensando “dar credibilidade” ao esquema.
Palavras para quê, trata-se de um governo socialista português.

13 Comments:

Anonymous Anônimo said...

tanto faz serem socialistas como de outra safra qualquer....
as "elites" do rectângulo perpetuam-se no poder graças a manobras destas....

10:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eh pá...agora é que é bom....são os Ministros a estabelecer as remunerações dos gestores.....boa!!!


E quanto a vencimentos dos gestores ...então e os das SA públicas ...como é ????!!!

E quanto ganham actualmente ?

12:23 AM  
Anonymous Anônimo said...

Caramba....240,8 mil por ano ( fora prémios....ajudas de custo....viagens com tudo pago se calhar no Henry Cinque....secretária...telélé....carrito - se calhar com motorista - fardado ) dizia eu que dá a dividir por catorze meses qualquer coisa como 17,2 mil ou seja moeda antiga 3.440 contos -
Ena pá....não sei quantos milhões de pensionistas têm menos de 60 contos/mês.

Puxa...também quero ir para gestor...como é que isso se faz? Há algum centro de emprego que recruta ou como é....? Responde-se a Jornal como os ingleses fizeram agora para seleccionar o presidente da BBC?

Bom se este Blogg souber podia explicar...e fazia autêntico serviço público...

12:32 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ai Santo Deus então... e como vai ser a reforma deste pessoal se ao que parece se prevê o congelamento aos mais ou menos 1 000 contos ?

Estou preocupado !!!!

12:34 AM  
Anonymous Anônimo said...

Bom eu até posso pensar que os gestores não estão a ganhar muito ...o resto do pessoal é que está a ganhar pouco....

12:35 AM  
Anonymous Anônimo said...

Cá está outra vez a gorda....sempre a gerir a fruta....!

12:50 AM  
Anonymous Anônimo said...

Agora não me admiro a vozearia e a dificuldade de fixar os vencimentos a nível de Director Geral.....pois é ....vamos às excepções....aliás nós somos um País de excepções...ou melhor ele mesmo é uma excepção!!!!!

Por isso ninguém nos liga puto.

Por falar em ligar puto ( os estranjas....claro...) tenho andado a ler umas coisitas do tempo da guerra de Espanha....da 2.ª Guerra, etc e outras coisitas...e gostava de ver estes políticos de agora e terem de lidar com os catitas que na altura estavam na chefia da Alemanha...Itália...URSS...Espanha ...USA ....Inglaterra...etc....

1:01 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ora se calhar até falàvamos hoje outra língua...

1:02 AM  
Anonymous Anônimo said...

Como os trabalhadores ganham menos que na média europeia...parece que deverá haver aumentos generalizados de aumentos de salários...

Agora é que vou trabalhar nalgum sindicato...que até vai dar gosto negociar com os patrões !!

1:04 AM  
Anonymous Anônimo said...

Portugal vai exportar vinho para a China....
Puxa !!... se eles começam a beber se calhar temos de plantar vinha na área económica marítima...

1:06 AM  
Anonymous Anônimo said...

E já agora por que Diabo se há-de interromper o mandato ???

Expliquem-me lá, por favor !

1:08 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ora...com acaba o caso promotor das missas...então faz-se um Despacho ou...uma interpretação de tal maneira que tudo se ajusta à missa...e pronto...bem à portuguesa.

Nós somos assim e não há volta a dar-lhe....Fazemos as leis na hora e à medida do sapato... somos incapazes de pensar para além de meio dia....e fazemos a lei de acordo com as fugas que ela vai permitir...
Portanto...o missas vai levar e
os 5.000 contos/mês...sabe caro amigo por cá pelo burgo só deve ser feito um esforço ...que é o de fazer por estar no sítio certo na hora certa....

Ja viu porque é que as sessões de esclarecimento e os jantares partidários têm tanta gente ?

Ninguém lá vai para ouvir o que quer que seja...

Está tudo a ver se se coloca no sítio certo na hora certa.....

5:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Com tantos comentários, pouco mais resta para dizer, aproveito, oir isso para por uma acha na fugueira do "séquito dos opinadores da comunicação socia".


>> >
>> > No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de
>>Janeiro,
>> > o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque
>>contra
>> > os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim
>>como
>> > contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes
>> > (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham
>> > condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas
>> > aulas de substituição). Em qualquer país civilizado, quem é atacado
>> > tem
>>o
>> > direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita
>> > Mateus,
>> > sentindo- se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta
>>ao
>>
>> > jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de
>> > referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer
>> > devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada.
>> > Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que
>> > seja
>> > divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal
>> > liberdade de expressão.
>> >
>> > Divulgue este mail reenviando-o
>> >
>> >
>> >
>> > SPRC . FENPROF (Viseu)
>> >
>> > (viseu@sprc.pt )
>> >
>> >
>> >
>> >
>> >
>> > Carta duma professora
>> > «Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos
>> > pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e
>>mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os
>> > problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados
>> > com a
>> > educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o
>> > código
>> > deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de
>> > pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a
>> > temática de forma séria e isenta.
>> > O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é
>> > ter
>> > uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os
>> > colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para
>> > esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no
>>quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o
>>trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O
>>senhor
>> > jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho
>> > burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação
>> > e
>> > preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse
>> > saber)
>> > o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas
>>pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à
>>História ou à
>> > Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por
>> > competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo
>> > certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a
>> > incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao
>> > «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro
>> > sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi
>> > desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma
>> > outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta
>> > imediata. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha
>>obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para
>>substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos
>>gritarem contra
>> > aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio
>> > acrescentar
>> > ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor
>> > jornalista
>> > não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é
>> > portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o
>>acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé
>>e
>> > colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que
>> > está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é
>> > leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que
>>não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não
>>tem
>> > sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e
>>professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de
>>indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que
>>estão a ser
>> > concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem
>> > em
>> > perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para
>>nada, a não ser parafazer crescer a indisciplina, para cansar e
>>dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da
>>signatária,
>> > até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e
>> > temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo
>>conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar
>>pelo
>> > pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum
>> > colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os
>> > professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece
>>e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor
>> > jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar
>> > atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho
>> > regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste
>> > caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas
>>de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa
>> > Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua
>> > arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os
>> > juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água
>>ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da
>> > Educação.

>> > Dalila Cabrita Mateus, professora, doutora em História Moderna e
>> > Contemporânea».
>> >

10:00 PM  

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