novo estatuto dos gestores públicos
Mexer no acessório para que o essencial fique na mesma, tem sido esta a pratica do governo Sócrates em todas as “reformas” a que tem lançado mão, com o aplauso incondicional da rapaziada do seu séquito de opinadores da comunicação social.
Esperava-se que o governo, as promessas são suas, colocasse alguma ordem na casa e definisse de uma vez por todas as remunerações dos gestores públicos. Tal não significa que a limitação dessas remunerações não se encontrem estabelecidas em Lei.
Na verdade, desde 1982 que estão estabelecidas as remunerações máximas dos gestores públicos mas, certamente com o pretexto de tal Lei ser criada a pensar num sector empresarial resultante das nacionalizações de 1974, esta mesma Lei tem sido acintosamente ignorada pelos gestores públicos com o beneplácito dos ministros, ou não fossem os gestores de hoje ministros amanhã e os ministros de hoje gestores amanhã.
As remunerações são estipuladas pelos gestores e promulgadas pelo ministro da tutela. Como os gestores e os futuros gestores hoje ministros não são parvos, claro que fixam os valores de tais remunerações a seu belo prazer. Assim, o presidente da CGD aufere um vencimento anual de 240,8 mil euros, um vencimento 425% superior ao permitido por Lei, o presidente dos CTT fica-se pelos 283% acima do permitido e o presidente da Águas de Portugal contenta-se com 148% da remuneração legal. Temos assim ministros a promulgar despachos que se encontram fora da lei com total impunidade “democrática”. Nem o Tribunal Constitucional, a Procuradoria da Republica, o Tribunal de Contas ou o próprio Presidente da Republica, a quem cabe o garante da LEI, se insurgem com tais infracções legais.
O novo Estatuto dos Gestores do Estado agora anunciado pelo governo, revoga a Lei que estipulava um tecto remuneratório e deixa a fixação de tais limites ao arbítrio dos ministros. Em termos de transparência um passo atrás portanto. Dado “o bolo retira-se um rebuçado” ao limitar a um ano as indemnizações por interrupção de mandato, pensando “dar credibilidade” ao esquema.
Palavras para quê, trata-se de um governo socialista português.
13 Comments:
tanto faz serem socialistas como de outra safra qualquer....
as "elites" do rectângulo perpetuam-se no poder graças a manobras destas....
Eh pá...agora é que é bom....são os Ministros a estabelecer as remunerações dos gestores.....boa!!!
E quanto a vencimentos dos gestores ...então e os das SA públicas ...como é ????!!!
E quanto ganham actualmente ?
Caramba....240,8 mil por ano ( fora prémios....ajudas de custo....viagens com tudo pago se calhar no Henry Cinque....secretária...telélé....carrito - se calhar com motorista - fardado ) dizia eu que dá a dividir por catorze meses qualquer coisa como 17,2 mil ou seja moeda antiga 3.440 contos -
Ena pá....não sei quantos milhões de pensionistas têm menos de 60 contos/mês.
Puxa...também quero ir para gestor...como é que isso se faz? Há algum centro de emprego que recruta ou como é....? Responde-se a Jornal como os ingleses fizeram agora para seleccionar o presidente da BBC?
Bom se este Blogg souber podia explicar...e fazia autêntico serviço público...
Ai Santo Deus então... e como vai ser a reforma deste pessoal se ao que parece se prevê o congelamento aos mais ou menos 1 000 contos ?
Estou preocupado !!!!
Bom eu até posso pensar que os gestores não estão a ganhar muito ...o resto do pessoal é que está a ganhar pouco....
Cá está outra vez a gorda....sempre a gerir a fruta....!
Agora não me admiro a vozearia e a dificuldade de fixar os vencimentos a nível de Director Geral.....pois é ....vamos às excepções....aliás nós somos um País de excepções...ou melhor ele mesmo é uma excepção!!!!!
Por isso ninguém nos liga puto.
Por falar em ligar puto ( os estranjas....claro...) tenho andado a ler umas coisitas do tempo da guerra de Espanha....da 2.ª Guerra, etc e outras coisitas...e gostava de ver estes políticos de agora e terem de lidar com os catitas que na altura estavam na chefia da Alemanha...Itália...URSS...Espanha ...USA ....Inglaterra...etc....
Ora se calhar até falàvamos hoje outra língua...
Como os trabalhadores ganham menos que na média europeia...parece que deverá haver aumentos generalizados de aumentos de salários...
Agora é que vou trabalhar nalgum sindicato...que até vai dar gosto negociar com os patrões !!
Portugal vai exportar vinho para a China....
Puxa !!... se eles começam a beber se calhar temos de plantar vinha na área económica marítima...
E já agora por que Diabo se há-de interromper o mandato ???
Expliquem-me lá, por favor !
Ora...com acaba o caso promotor das missas...então faz-se um Despacho ou...uma interpretação de tal maneira que tudo se ajusta à missa...e pronto...bem à portuguesa.
Nós somos assim e não há volta a dar-lhe....Fazemos as leis na hora e à medida do sapato... somos incapazes de pensar para além de meio dia....e fazemos a lei de acordo com as fugas que ela vai permitir...
Portanto...o missas vai levar e
os 5.000 contos/mês...sabe caro amigo por cá pelo burgo só deve ser feito um esforço ...que é o de fazer por estar no sítio certo na hora certa....
Ja viu porque é que as sessões de esclarecimento e os jantares partidários têm tanta gente ?
Ninguém lá vai para ouvir o que quer que seja...
Está tudo a ver se se coloca no sítio certo na hora certa.....
Com tantos comentários, pouco mais resta para dizer, aproveito, oir isso para por uma acha na fugueira do "séquito dos opinadores da comunicação socia".
>> >
>> > No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de
>>Janeiro,
>> > o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque
>>contra
>> > os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim
>>como
>> > contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes
>> > (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham
>> > condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas
>> > aulas de substituição). Em qualquer país civilizado, quem é atacado
>> > tem
>>o
>> > direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita
>> > Mateus,
>> > sentindo- se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta
>>ao
>>
>> > jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de
>> > referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer
>> > devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada.
>> > Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que
>> > seja
>> > divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal
>> > liberdade de expressão.
>> >
>> > Divulgue este mail reenviando-o
>> >
>> >
>> >
>> > SPRC . FENPROF (Viseu)
>> >
>> > (viseu@sprc.pt )
>> >
>> >
>> >
>> >
>> >
>> > Carta duma professora
>> > «Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos
>> > pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e
>>mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os
>> > problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados
>> > com a
>> > educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o
>> > código
>> > deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de
>> > pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a
>> > temática de forma séria e isenta.
>> > O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é
>> > ter
>> > uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os
>> > colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para
>> > esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no
>>quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o
>>trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O
>>senhor
>> > jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho
>> > burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação
>> > e
>> > preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse
>> > saber)
>> > o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas
>>pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à
>>História ou à
>> > Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por
>> > competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo
>> > certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a
>> > incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao
>> > «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro
>> > sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi
>> > desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma
>> > outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta
>> > imediata. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha
>>obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para
>>substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos
>>gritarem contra
>> > aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio
>> > acrescentar
>> > ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor
>> > jornalista
>> > não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é
>> > portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o
>>acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé
>>e
>> > colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que
>> > está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é
>> > leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que
>>não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não
>>tem
>> > sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e
>>professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de
>>indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que
>>estão a ser
>> > concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem
>> > em
>> > perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para
>>nada, a não ser parafazer crescer a indisciplina, para cansar e
>>dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da
>>signatária,
>> > até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e
>> > temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo
>>conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar
>>pelo
>> > pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum
>> > colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os
>> > professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece
>>e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor
>> > jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar
>> > atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho
>> > regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste
>> > caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas
>>de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa
>> > Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua
>> > arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os
>> > juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água
>>ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da
>> > Educação.
>> > Dalila Cabrita Mateus, professora, doutora em História Moderna e
>> > Contemporânea».
>> >
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