quarta-feira, abril 04, 2007

O pai do défice – finalmente a verdade


Finalmente, preto no branco, um conceituado economista, por sinal da área socialista, o professor Daniel Bessa, afirma que Guterres é o pai do Défice.
Desde há mais de um ano que o “classepoltica” (ver post de 07/02/06, O DÉFICE) o afirmou e demonstrou. Há poucos meses atrás, Eduardo Catroga abordou este mesmo assunto, mas não foi tão categórico como agora Daniel Bessa. Sem dúvida que a verdade histórica poderá tardar mas como o azeite vem sempre ao de cima.

“Guterres é o grande culpado”
Daniel Bessa apontou ontem o ex-primeiro-ministro António Guterres e os ex-ministros Sousa Franco e Pina Moura como os principais responsáveis pelo actual descontrolo das contas públicas portuguesas.
“A responsabilidade da situação dramática das finanças públicas está nos anos 90, onde o Governo, em altura de pleno crescimento, aumentou a despesa de forma estrutural e acima de qualquer controlo”, disse Daniel Bessa durante a conferência «Choque fiscal: uma visão económica», na Universidade Católica do Porto. (notícia do primeiro de janeiro em 04.04.07, o título é do jornal)

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sócrates não estava lá? Não deu preciosa ajuda com a história dos estádios de futebol?

11:27 AM  
Anonymous Anônimo said...

Estava, razão pela qual não acredito nas suas "benfeitorias" de agora

12:05 PM  
Blogger Fliscorno said...

É sempre bom saber a quem rogar pragas mas receio que esta seja uma explicação simplista. Seria interessante conseguirem-se dados para elaboração dum gráfico que evidenciasse a relação entre défice e capitais disponíveis, incluindo-se nestes últimos a imensidão de dinheiro feito nas privatizações e os fundos comunitários recebidos.

3:49 AM  
Anonymous Anônimo said...

Agora que anda lá pelos pobres desse Mundo ainda ficam mais tísicos do que já são....ficam como nós!!!!

8:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

E vamos lá a ver o que será a verdade histórica daqui por uns trinta/quarenta anos .....já cá não estaremos...é o que vale....

12:02 AM  
Anonymous Anônimo said...

Podemos encarar a origem do défice de vários ângulos ( e até estudar o assunto historicamente, por exemplo, havia o receio de D.Maria Pia - mãe de D.Carlos- não arranjar noivo real devido ao défice das finanças portuguesas, e não era por causa dos funcionários públicos). Simplesmente agora o paradigma, para não dizer moda, é culpar quem trabalha e claro que os funcionários públicos estão mais à mão, não só fisicamente mas também psicologicamente, isto é, são eles que nos chateiam, com os impostos, com isto e com aquilo e por isso as pessoas não se importam ou até aplaudem quando alguém se atira a eles, o que não quer dizer que não haja gente a mais na administração pública, ou melhor, que se gaste dinheiro a mais na administração pública. Pouco importa ter menos funcionários e gastar ainda mais dinheiro com a contratação de serviços exteriores, que não aparecem como gastos com pessoal.
Mas o paradigma, moda ou panaceia é despedir. Ninguém parece pensar a sério que a questão esta em pôr o Pais a produzir e para começar a pô-lo a laborar como já laborou, nas pescas, na agricultura, na metalomecânica, na petroquímica, na aeronáutica e na indústria naval, construção e reparação de navios de grande calado, caso da Lisnave. Mas não fica por aqui. Parece que as pessoas perderam o ânimo, parece que olham para Portugal como não sendo um País viável, não acreditam que possamos ter o nosso próprio futuro, que os nossos filhos e netos se possam sentir bem em serem portugueses.
Mais que as descobertas, Portugal foi grande ter sabido resistir a Castela, todos os outros soçobraram, de norte para sul, desde a orgulhosa Navarra passando pela Catalunha. Mas agora olha-se, ou parece, para Castela como a salvação.
E tudo isto foi sendo preparado mesmo antes do "monstro", foi-se vendendo a nossa capacidade produtiva em troca não se sabe bem do quê, mas desse quê está o dinheiro que recebemos para ajudar a pagar as vias que os dadores haveriam de utilizar para trazerem aquilo que tínhamos deixado de produzir e mais, o que não quisemos se quer tentar em produzir.
Mas não fazia mal, éramos (e os governantes alegravam-se com isso ou pelos menos eram medíocres, falhos de fibra, tacanhos) um paraíso de mão-de-obra barata para os nossos parceiros europeus, e por isso eles viriam para cá montar as fábricas todas e todos seriam muito felizes. Não tinham a ambição de um Portugal digno, a sua maior ambição é que não lhe dessem caldaços no pescoço.
Por isso dói-me quando vejo boa gente e vê-se que sabedora, ir atrás do engodo. Quando vejo que a discussão se centra em quantos são precisos despedir, se se está a despedir a mais ou a menos, ninguém parece pensar que todos são precisos, parece que se aceita que há milhares de portugueses supérfluos, que só lhes resta abalarem daqui para fora.
Faltou-lhes a visão ( e visão é o que se espera de um político, há uma grande diferença entre um médico e um enfermeiro) do que se esperava que iria acontecer, alargamento a Leste, China e o resto, e agora. E agora, agora trabalha-se diligentemente para, pelo menos, igualemos esses países em mão-de-obra barata para continuarmos a ser um paraíso.
A mesma falta de visão que continua a animar o sistema, a crise (e a transformação) no mundo está ai, crise e transformações multifacetadas, de centos de poder económicos e militares, energéticos (pico petrolífero à vista) e culturais que se reflectirão (já se estão a reflectir) na relação entre as nações.
A ironia seria Sócrates ficar moribundo pelo motivo das aldrabices sobre as habilitações, e não pela sua política ruinosa para o País, de resto na linha de todas as outras anteriores e se nada de significativo acontecer das que ai virão.
Precisamos abater Sócrates, naturalmente, mas também toda a política que ele representa. Precisamos de dar a volta a este sistema de partido único com alternância de facções se queremos salvar o que resta da democracia.
Bom, mas já escrevi de mais, foi do quadro do Malhoa. Mas um País que tem pintores como ele, poetas como Fernando Pessoa e escritores Raul Brandão merece, deve e tem de ter políticos com outra estatura que saibam elevar Portugal acima (não contra) do pântano europeu que o quer subjugar.
A propósito, não sou funcionário público nem desempregado.

8:41 PM  
Blogger Unknown said...

O deficit tem muitos pais, os biológicos, os adoptivos, e por aí adiante.
Mário Soares ao meter Portugal na CEE, depois CE e agora União Europeia, colocou em marcha um comboio infernal que nos conduziu inexoravelmente à situação actual.
Cavaco Silva ao assinar Maastricht e ao implementar subidas de salários automáticas na Função Pública para ganhar votos em eleições e, por fim, mas só por fim, Guterres ao assinar o Pacto dito de Estabilidade e Crescimento.
Daniel Bessa é um ressabiado que se tenta vingar por o Guterres não o ter mantido. O que até foi uma medida muito acertada…

11:45 AM  

Postar um comentário

<< Home