terça-feira, maio 22, 2007

A aferição para inglês ver


Se de facto o que pretende a ministra, é uma avaliação dos professores a dita senhora escusava de tanta artimanha e de tanta simulação e muito simplesmente assumia tal assunção olhos nos olhos, cara a cara.
Uma coisa será uma avaliação, uma outra bem diferente será esta aferição sem consequências a não ser uma forma enviesada e pouco corajosa de aferição dos professores.
Então onde está a avaliação contínua que os sucessivos ministérios apregoaram desde o 25 de Abril?
Uma medida emblemática deste governo há tempos anunciada, vai permitir que os jovens com 18 ou mais anos, obtenham o décimo segundo ano, mesmo que apenas possuam o nono, mediante um trabalho a apresentar colocado a discussão perante um júri. Claro que o trabalho poderá ser comprado pelo aluno e elaborado por terceiros, isso para a excelência do nosso ensino pouco importa, basta a sua discussão do dito trabalho. Perguntar-se-á que razão, nestas condições, levarão os alunos do décimo, ou décimo primeiros anos a frequentar as aulas quando, chegados aos dezoito anos, podem muito simplesmente recorrer àquele expediente!
Serão estas as medidas da ministra que procuram um maior rigor, a valorização e a excelência do ensino?
Pois é, esta ministra dá uma no cravo e muitas, mesmo muitas na ferradura. Sem critério, alheia aos problemas de fundo do ensino e em permanente polémica com os seus agentes.
É um bluf populista todo o seu ministério.
As escolas específicas na formação de professores criadas pós 25 de Abril, não os formam convenientemente e aí reside também uma pequena causa do nosso fraco ensino. Para não falar já dos professores saídos das universidades “independentes”, dessas universidades manhosas que pululam por aí.
Mas a miséria do nosso miserável ensino deve-se exclusivamente a todos os ministérios de educação dos sucessivos governos, que “ensaiaram reformas” sobre reformas, mas todas num único sentido, o do maior facilitismo. Proibiram-se os professores de chumbar os maus alunos e de praticarem um ensino exigente. O aluno, segundo esses teóricos dos vários ministérios, devem aprender sem esforço, devem aprender brincando, como se fosse possível aprender a tabuada sem esforço. A escola, segundo eles, deve ser um espaço de brincadeira, onde o mérito não existe nem é valorizado, sem qualquer preparação do aluno para a competição que mais tarde encontrará no mundo do trabalho. Esta ministra e este governo continuam muito a leste dos profundos problemas do nosso ensino. Têm-se preocupado apenas em fechar escolas, reduzir as remunerações dos professores, numa política virada exclusivamente para a “poupança” de verbas a todo o custo. O resto é conversa e show-off.


4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Antes de nós...mas muito antes...já os miúdos se aperceberam que isto tudo é uma grande bagunça....e não há ninguém que lhe ponha a mão!

O que é preciso é ter um canudo...mesmo que a malta nem sequer saiba ler....daqui não ser de admirar que nós sejamos um País de Doutores iletrados...uma tristeza....

Se o AOS tivesse feito tanta asneira junta não tinha lá estado nem 4 anos quanto mais 40.....

É que nós somos uns artistas que pensamos que educação...cultura...hábitos de lavar as mãos antes de comer....cumprimentar o porteiro....não cuspir no chão nem deitar o saquinho do açúcar para o chão....e o guardanapo de papel pela janela do automóvel na auto-estrada...ou não tentar enganar a mulherzinha do peixe no troco... dizia.... isto tudo demora muito tempo....mas muito....não se compra numa ida a Paris...ou ao Harrods e, aliás ...vê-se por certos artistas que por aí andam....

11:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

Comentário certeiro.A nossa política educativa tem sido um sematório de erros sucessivos. Quanto a ela, qualquer incompetente acerta umas no cravo, o trágico é que esta a arruinar as perspectivas de gerações, as dos professores e a dos jovens (e pais).

11:48 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bem visto...caro JOÃO SAID

3:18 AM  
Anonymous Anônimo said...

Cuidado com os comentários...o melhor é BICO CALADO.....e disfarçar....disfarçar...disfarçar....e se não aguentar mais...então vá até Badajoz ( antigamente, endinheirados, claro, iam a Paris...) e então ...aí dizer tudo o que lhe vier à cabeça.... e regressando ....aliviado poderá dizer ao vento que passa que sentiu o ar da liberdade ...

12:36 AM  

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