quarta-feira, setembro 05, 2007

FALAR CLARO

Vivemos um tempo em que a estabilidade da economia só é possível à custa da instabilidade dos trabalhadores, em que a sustentabilidade das políticas sociais exige a vulnerabilidade crescente dos cidadãos em caso de acidente, doença ou desemprego. Esta discrepância entre as necessidades do "sistema" e a vida das pessoas nunca foi tão disfarçada por conceitos que ora desprezam o que os cidadãos sempre prezaram ou ora prezam o que a grande maioria dos cidadãos não tem condições de prezar. Entre os primeiros, cito emprego estável, pensão segura e assistência médica gratuita.De repente, o que antes era prezado é agora demonizado: a estabilidade no emprego torna-se rigidez das relações laborais; as pensões transformam-se na metáfora da falência do Estado; o serviço nacional de saúde deixa de ser um benefício justo para ser um custo insuportável.
(Boaventura de Sousa Santos na Visão, retirado do “citadino”)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tudo linguagem fora de moda......

....agora a malta chama-se consumidores....

e.... das duas uma ou está do outro lado da ponta do débito...ou não está e ...então não existe....


Hoje, via no Telejornal umas pessoas , em grupo, sob ameaça de despedimento porque a empresa - dizem - é a mesma só que mudou de nome e de sócios ( embora ficando na família....) e agora vai fechar ou coisa parecida...e o pessoal não percebia bem onde diabos afinal estava a sua empresa ....que já deve os salários e retroactivos e subsídios de férias e horas extraordinárias...ou quem é que a final responde....e tal e coisa....


...isto é como nós consumidores que já nem sabemos quem é que nos fornece a energia...nem a água da torneira....nem os telefones....nem quem é o dono da companhia aérea ou quem é que responde pela bagagem....

Está tudo na Internet....!!!!...Dizem...


Nós é que pelos vistos andamos cá a mais....

E se não estamos contentes ...ora nem pense reclamar...vá para a concorrência....QUAL?!!!!

6:08 PM  

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