As "Reformas"
Ao que parece, um assunto pacífico para toda a classe politica nacional, é a convicção da necessidade de implementação de “Reformas”na organização do Estado. Assistimos até, ao espectáculo de azedas trocas de argumentos entre os partidos da área do poder, responsabilizando-se e culpabilizando-se mutuamente pela falta de iniciativa quanto à implantação das ditas “reformas indispensáveis”. Desde o Presidente da Republica ao mais humilde e ignorante autarca, toda a gente clama pelas “Reformas”, no que são acompanhados pelos opinion makers do sistema e pela Comunicação Social, comum e da especialidade. E, pelo empolamento que dão ao assunto, fazem crer ao pacato cidadão que sem elas, sem as ditas “Reformas”, a sua vida difícil tornar-se-ia uma desgraça maior ainda.
Numa sociedade organizada democraticamente, será justo e normal acreditarmos que a organização do Estado tem por finalidade proporcionar as melhores condições de vida aos cidadãos, condições económicas, sociais, culturais e ambientais entre outras. Ou por outras palavras, qualquer reforma organizativa do Estado tem por objectivo obter uma melhoria na qualidade e nas condições de vida das pessoas.
Por outro lado, o cidadão compreende que as estruturas do Estado, com o andar dos tempos, possam de algum modo “envelhecer” o que motiva de tempos a tempos a sua reformulação. Mas uma reformulação num único sentido, isto é, que tenha por objectivo, que vise proporcionar-lhe melhorias crescentes nas suas condições de vida.
Ora, numa sociedade que tem evoluído tecnicamente a passos de gigante, com um crescimento sempre crescente da sua riqueza, sem cataclismos de ruptura, antes pelo contrário, com uma evolução normal e tranquila, torna-se muito difícil compreender que as tais ditas “Reformas” se traduzam num retrocesso das condições de vida das populações. Numa sociedade Democrática seria racional e lógico que a população portuguesa beneficiasse dessa criação de riqueza, proveniente dos avanços tecnológicos e que a melhoria da sua qualidade de vida seguisse em paralelo com o crescimento da riqueza. Mas na verdade tal não acontece.
Onde estará então o “desvio democrático” que impede a paulatina melhoria das condições de vida da população? Esse desvio reside na desigualdade na distribuição dos rendimentos, e numa classe politica que nos tem “governado” no sentido da ampliação dessas desigualdades e não, como competia a um poder politico democrático, da sua atenuação.
Portugal é o país onde é maior a desigualdade na distribuição dos rendimentos e mais rapidamente a desigualdade está a crescer. Efectivamente, em 2005, último ano em relação ao qual o Eurostat divulgou dados, em Portugal o rendimento dos 20% mais ricos da população era 8,2 vezes superior ao rendimento dos 20% mais pobres da população, portanto muito superior à média comunitária, que era 4,8 vezes. Por outro lado, em 1999, Portugal era já o país da U.E. onde a repartição era mais desigual (6,4 vezes), e apesar disso, entre 1999 e 2005, foi o país onde a desigualdade na distribuição do rendimento mais aumentou (+28,1%), quando o crescimento médio nos países da UE15 foi de 4,3%, ou seja, quase sete vezes menos do que o verificado em Portugal durante o mesmo período.
Numa sociedade organizada democraticamente, será justo e normal acreditarmos que a organização do Estado tem por finalidade proporcionar as melhores condições de vida aos cidadãos, condições económicas, sociais, culturais e ambientais entre outras. Ou por outras palavras, qualquer reforma organizativa do Estado tem por objectivo obter uma melhoria na qualidade e nas condições de vida das pessoas.
Por outro lado, o cidadão compreende que as estruturas do Estado, com o andar dos tempos, possam de algum modo “envelhecer” o que motiva de tempos a tempos a sua reformulação. Mas uma reformulação num único sentido, isto é, que tenha por objectivo, que vise proporcionar-lhe melhorias crescentes nas suas condições de vida.
Ora, numa sociedade que tem evoluído tecnicamente a passos de gigante, com um crescimento sempre crescente da sua riqueza, sem cataclismos de ruptura, antes pelo contrário, com uma evolução normal e tranquila, torna-se muito difícil compreender que as tais ditas “Reformas” se traduzam num retrocesso das condições de vida das populações. Numa sociedade Democrática seria racional e lógico que a população portuguesa beneficiasse dessa criação de riqueza, proveniente dos avanços tecnológicos e que a melhoria da sua qualidade de vida seguisse em paralelo com o crescimento da riqueza. Mas na verdade tal não acontece.
Onde estará então o “desvio democrático” que impede a paulatina melhoria das condições de vida da população? Esse desvio reside na desigualdade na distribuição dos rendimentos, e numa classe politica que nos tem “governado” no sentido da ampliação dessas desigualdades e não, como competia a um poder politico democrático, da sua atenuação.
Portugal é o país onde é maior a desigualdade na distribuição dos rendimentos e mais rapidamente a desigualdade está a crescer. Efectivamente, em 2005, último ano em relação ao qual o Eurostat divulgou dados, em Portugal o rendimento dos 20% mais ricos da população era 8,2 vezes superior ao rendimento dos 20% mais pobres da população, portanto muito superior à média comunitária, que era 4,8 vezes. Por outro lado, em 1999, Portugal era já o país da U.E. onde a repartição era mais desigual (6,4 vezes), e apesar disso, entre 1999 e 2005, foi o país onde a desigualdade na distribuição do rendimento mais aumentou (+28,1%), quando o crescimento médio nos países da UE15 foi de 4,3%, ou seja, quase sete vezes menos do que o verificado em Portugal durante o mesmo período.
12 Comments:
O conceito de " desvio democrático " já nada tem a ver com os desvios, de esquerda ou de direita, que se ouviram em tempos.
Esse "desvio democrático" sente-se, ao contrário dos outros que estavam assentes na retórica de salão.
Palavras para quê, Ruy? Disse tudo! Uma vergonha! Parabéns pelo belissimo Post!
Abraço,
Somos uns verdadeiros artistas....e lá do cimo embalam-nos com cantilenas....de que somos os maiores...lá isso é verdade...depende ....se começamos por cima ou por baixo....
BoAS...
Deixei-te um prémio no meu "canto"...
abr...prof...
Parece-me que este raciocínio é demasiado complicado para a cabeça dos nosso políticos. Não admira, eles até têm o cuidado de assegurar o futuro logo que se empoleiram nos seus lugares.
Abraço do Zé
Boa, deste-lhe em cheio!
Concordo com o Zé Povinho!
1 Abraço!
Ah...granda Zé Povinho....chega-lhe que ainda mexe.....
Já viu que os rapazes só trataram de lixar o cálculo das pensões depois de terem arranjado as deles...?????
...e o que ia prá'i de pensões ...puxa que um gaijo distrai-se e bem pode procurar no Diário da República que não vem lá nada.....
mas malta com duas...três...etc...pensões é aos montes....
...eu bem que me admirava da rapaziada não refilar assim muito...pois não .....pudera...assim ...também eu estou satisfeito com a situação.....
....e ao fim de semana para não estar no meio da piolhada sempre vou mas é a Paris...Londres ou New Yorque...fazer compras...
E isto é com o socialismo no poder. O que seria se não fosse...
Desvio-me do tema do post, mas gostaria informar sobre a
PETIÇÃO EM PROL DAS CRIANÇAS VÍTIMAS DE CRIMES SEXUAIS
Para estabelecimento de medidas sociais, administrativas, legais e judiciais, que realizem o dever de protecção do Estado em relação às crianças confiadas à guarda de instituições, assim como as que assegurem o respeito pelas necessidades especiais da criança vítima de crimes sexuais, testemunha em processo penal.
ASSINE e DIVULGE
COPIE O TEXTO DA PETIÇÃO E PUBLIQUE NO SEU BLOGUE E/OU ENVIE AOS SEUS CONTACTOS – ao divulgar já está a ajudar.
Bem-hajam.
http://www.petitiononline.com/criancas/petition.html
E agora vou mas é ler ....O Último Távora....
Não fiquemos muito tristes porque a miséria já vem de longe...
.....amigo...eu se calhar até penso que isto de miséria já passou mas foi para os genes....não será???!!!
...e agora já não sai....
Vejo, amigo, que estamos em sintonia. Também eu hoje publiquei no Notas Soltas & Ideias Tontas (http://notassoltasideiastontas.blogspot.com) um post com dados oficiais sobre situações que nos envergonham. Muito gostaria que também me visitasses.
Todos somos poucos para pôr a nu todas estas realidades.
Abraço
Espectadora atenta, obrigado e um abraço,
nuno_r, amigo obrigado pela distinção, todos não somos de mais,
zépovinho,
força nesse manguito,abraço,
watchdog, aparece sempre, abraço,
anonimos, este blog já não vive sem os teus inteligentes e humorados comentarios,
commosence, socialismo uma ova,abraço,
curiosa, claro que me solidarizo,
silencioculpado, podes contar com a minha visita, abraço,
ruy
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