a cartilha neoliberal (2)
Quando digo (Post a cartilha neoliberal de 17.12.07) “com total desprezo pelo ser individual”, não quero dizer, obviamente, com total desprezo pelo indivíduo em particular; são coisas totalmente distintas. Trata-se de uma expressão no seu sentido ideológico, filosófico e não no sentido vulgar. Recordo-me da frase de Lenine “comunista sim, mas não ao ponto de emprestar a minha escova de dentes”. Toda a doutrina marxista vai seguramente no sentido da maior abnegação e procura da maior solidariedade e igualdade entre os homens, mas não é essa a questão.
Como seguramente será de fácil observação, a doutrina que esquematicamente expus, a unidade dialetica de dois contrários – o ser individual e o ser social nunca antes a encontrei enunciada e contradiz, Marx, Engels e Lenine mas estará, segundo creio, bem próxima da verdade histórica.
O colapso do socialismo na URSS deverá ter consequências ideológicas e filosóficas e os homens amantes da solidariedade e igualdade terão que se “armar” com novas ideias no combate a este neoliberalismo, a este capitalismo selvagem que avança por esse mundo fora. Um dos sucessos do neoliberalismo estará precisamente na incapacidade que os trabalhadores, os cidadãos demonstram, em se oporem ideologicamente ao “modernismo” neoliberal, com uma nova doutrina mobilizadora. As doutrinas comunistas e, ou, socialistas actuais, as únicas que opõem alguma resistência, (já que o “socialismo democrático” ou a pseudo social democracia dos nossos dias, tomaram como seus todos os ideais neoliberais), com os mesmos fundamentos ideológicos do passado, porque em desarmonia com a realidade, não são credíveis nem possuem força capaz de se oporem com êxito a esta “modernidade” neoliberal que gera empobrecimento e as maiores desigualdades sociais.
Mas uma nova alternativa ideológica mobilizadora surgirá seguramente.
Como seguramente será de fácil observação, a doutrina que esquematicamente expus, a unidade dialetica de dois contrários – o ser individual e o ser social nunca antes a encontrei enunciada e contradiz, Marx, Engels e Lenine mas estará, segundo creio, bem próxima da verdade histórica.
O colapso do socialismo na URSS deverá ter consequências ideológicas e filosóficas e os homens amantes da solidariedade e igualdade terão que se “armar” com novas ideias no combate a este neoliberalismo, a este capitalismo selvagem que avança por esse mundo fora. Um dos sucessos do neoliberalismo estará precisamente na incapacidade que os trabalhadores, os cidadãos demonstram, em se oporem ideologicamente ao “modernismo” neoliberal, com uma nova doutrina mobilizadora. As doutrinas comunistas e, ou, socialistas actuais, as únicas que opõem alguma resistência, (já que o “socialismo democrático” ou a pseudo social democracia dos nossos dias, tomaram como seus todos os ideais neoliberais), com os mesmos fundamentos ideológicos do passado, porque em desarmonia com a realidade, não são credíveis nem possuem força capaz de se oporem com êxito a esta “modernidade” neoliberal que gera empobrecimento e as maiores desigualdades sociais.
Mas uma nova alternativa ideológica mobilizadora surgirá seguramente.
5 Comments:
Eu também acredito que sim: uma nova alternativa ideológica mobilizadora terá de surgir. Que seja simultaneamente solidária com o colectivo, atenta às assimetrias sociais, aos desajustes económicos, mas que não esqueça, nem relegue para o reino do nunca, os anseios individuais, a vontade de cada um evoluir de forma única e especial, sem ser, obrigatoriamente, ao mesmo passo e na mesma direcção dos outros. Creio que foi isto que foi esquecido por Marx, Engels, Lenine et altri, mas…que arrogância a minha!… quem sou eu para o dizer?…:O):O):O):O)
Gosto muito destes posts sobre o neoliberalismo: são simples, claros, elucidativos, didácticos.
Obrigada e Bom Natal. Ana ML
Temo que já não seja no nosso tempo. Que deixemos ao menos as sementes! Que continuemos ao menos acordados! Lutemos por aqui e por acolá com as nossas pedras contra os canhões do inimigo.
Um abraço revolucionário
Comentário a Cartilha neoliberal 2
Tema actual e de discussão urgente, mas para blog demasiado pesado.. Fico-me por algumas considerações.
É certo que o desmoneramento da URSS e a capitulação dos partidos comunistas na Europa (excepto o português) desmobilizou a ideia da alternativa ao capitalismo, criando o vácuo onde se infiltrou a ideologia neoliberal ( que há muito preparava a sua ofensiva a partir da Sociedade de Mont Pelerin e dos think tank financiados pela Heritage Foundation) que transbordando da sua área tradicional de actuação alcançaram êxitos notáveis no interior da esquerda, inclusive nas fileiras comunistas.
Mas é igualmente certo que o movimento marxista organizado, particularmente na sua forma de partidos comunistas, está de novo em crescimento, o que é notável tendo em conta que ainda há pouco era dado como terminal ou pelo menos secundário. Não só está na vanguarda da luta contra o fascismo de novo tipo (forma política do neoliberalismo) como alcançou já êxitos notáveis noutros países. Como excepção a esta liderança temos os casos na América do Sul, particularmente na Venezuela que ensaia novas formas de organização da sociedade, da produção e distribuição da riqueza tudo isto em regime de democracia autentica
Em Portugal são eles a única força que trava uma luta séria em defesa dos direitos democráticos, dos que trabalham, dos reformados e em defesa da independência de Portugal.. É muito visivelmente crescente o seu poder de mobilização.
Não me parece pois que o marxismo, mesmo na sua forma leninista, esteja ultrapassado como métodos de estudar a realidade social e até mesmo a sua forma organizativa poderá vir a transformar-se na alternativa, pois as condições dos seus êxitos fundadores estão de novo a tornarem-se prementes. Se , quando se der o colapso do sistema vigente, já anunciado, (derrotas militares em todas as frentes, particularmente no Iraque, no Afeganistão e no Líbano; crise económica e financeira profunda se não mesmo já em ruptura, agravamento das crises sociais, fim do petróleo barata, novos centros de poder, tais como a China, Rússia , Índia e aposições firmes como no caso do Irão e da Venezuela, para não falar já de Cuba nem da corrupção do sistema) não houver outra alternativa no terreno que ofereça uma porta de saída, será seguramente aquela que se imporá. O vácuo gerado pela derrocada escancar-lhe-à as portas.
Em Portugal, o sistema navega sem princípios nem moral atolado em interesses privados, não há liderança na educação, na saúde, na economia nem na gestão dos dinheiros públicos e não se vê ideias geradoras de forças políticas alternativas, nem à direita (ortodoxa) nem à esquerda não comunista.
Na verdade nós, a classe média, os que intervêm nos blogs e até escrevem livros, historicamente não nos temos sabido organizar enquanto tal. Por isso é que o tal debate implicitamente proposto pelo blogista é urgente.
Bom, isto ficou muito comprido.
Bom Natal
Caro JOÃO
Seja bem aparecido...gostei do seu texto.
JOSÉ
socialismo? onde?
bla, bla, bla, bla.
Guilhotina com essa gente, que se diz igual, apela ao virtuosismo ao invés de cumprir o Racionalismo e a Lei.
Toda essa seita que saíu do Iluminismo sectário, fogueira com essa gente!
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