quarta-feira, janeiro 09, 2008

O Tratado de Lisboa


A maioria dos países europeus, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, entre os principais, encontram-se hoje liderados por governantes com praticas neoliberais, modelo que é seguido pela maioria dos países europeus com excepção dos países nórdicos, Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca.
O “mercado” comum não é outra coisa senão a Europa dos grandes monopólios, ávidos de alargarem e exportarem os seus negócios na Europa e no mundo, e a Comissão Europeia o seu Órgão Politico. A Carta Constitucional, conseguida agora de forma enviesada em Lisboa - O Tratado de Lisboa – a expressão politica normativa dos seus objectivos expansionistas. A União Europeia assemelha-se agora a um gigantesco cartel.

Para os governantes europeus, o cidadão europeu é olhado apenas como cidadão consumidor e não na sua dimensão humana, ética e política. Não será portanto de estranhar os esforços dos dirigentes europeus para fazer subtrair da consulta popular o Tratado de Lisboa.
Com medo do voto popular, engendraram formas de, conservando os princípios da carta constitucional, alterarem o seu visual, de modo a se esquivarem ao veredicto popular.
Demonstram com tais procedimentos, o seu oportunismo e cobardia, e o seu alheamento aos verdadeiros anseios dos povos europeus - desenvolvimento, solidariedade, paz e progresso.


Considero os monopólios, os oligopólios, as oligarquias financeiras, resultantes de uma natural evolução da economia de mercado, do capitalismo, nas não pretendo de nenhuma forma “diabolizar” tais conceitos. Não os vejo como um mal em si mesmos, e não advogo a sua “liquidação revolucionária” pela “classe proletária”.
Considero que o Estado, dirigido por partidos verdadeiramente sociais-democratas, depois de conquistarem o poder através do voto, poderão enfrentar os monopólios, integrando-os através da tributação nos deveres sociais a que serão obrigados, numa sociedade solidária em que o Estado arbitre positivamente os conflitos capital-trabalho, promova a solidariedade social, proporcione uma providencia social eficaz para todos, proteja os membros da sociedade mais vulneráveis, combata com eficácia as desigualdades sociais, iguale as oportunidades (única forma de se fazer uso dos talentos disponíveis).
Esta politica não é apenas possível mas desejável para toda a Europa e não é incompatível com o desenvolvimento económico. Antes pelo contrário. Os países nórdicos que praticam estas políticas sociais-democratas têm atingido níveis de desenvolvimento económico muito além dos restantes países europeus. Apresentam melhor desempenho económico quer no crescimento do PIB, quer na sustentabilidade orçamental ou no controlo da inflação. A taxa de crescimento médio a partir dos anos 90 era de 2,9% nos países nórdicos quando na França, Alemanha e Itália não ia além dos 1,6%. A produtividade aumentou 2,4% nestes países enquanto que a França, Alemanha e Itália se ficou por um aumento de 0,5%. Os estados nórdicos têm os níveis mundiais mais baixos de desigualdade económica e apresentam os melhores indicadores de bem- estar social. A desigualdade de rendimentos aumentou ao longo dos últimos trinta anos em todos os países da EU menos nos países nórdicos.
O argumento de que se trata de países pequenos é uma falácia.
Mais importante que o tamanho dos países é a eficácia das instituições estatais e a natureza das sua políticas económicas e sociais.

7 Comments:

Blogger joao marques de almeida said...

Estive há dias numa reunião com editores, de livros, europeus. Durante a reunião, em que todos os editor português presentes se esforçaram, por vezes até ao ridículo, por falarem a língua dos outros, sem qualquer reciprocidade, nunca se falou em leitores, mas sempre em consumidores, e pouco de livro, mas sim de produto. Isto não é uma mera questão semântica, mas sim ideológica. A ideologia neolibral que se instalou e domina tudo.
Todos nós, creio que todos nós, desejaríamos que houvesse alternativa dentro do actual sistema partidário. Naturalmente que ele já funcionou, digamos, menos mal, antes da grande ofensiva neolibral, que, como um miasma, tudo invadiu e tudo corrompeu. Mas actualmente, para além da possibilidade teórica, alguém vislumbra, na verdade, alguma alternativa sólida? Sequer a possibilidade dela acontecer?
O sistema esta a ruir e acabará por desabar com a grande tempestade que já sopra no outro lado do Atlântico. Entre nós não faltam indícios e entre eles o bem significativo do BCP e não é só no aspecto financeiro, mas também ético, sobretudo se tivermos em conta a instituição religioso que estava por trás, tida como respeitável.
Quando desabar tomará conta da situação quem para isso estiver em condições de o fazer,democraticamente ou não, independentemente dos nossos mais ou menos secretos desejos. É simples.
Quanto a democracia, esta questão do não referendo, é mais um exemplo de como ela já foi.

10:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não haver referendum...por cá....pela razão simples de que não podemos dar o exemplo....

Ah...q'até me sinto alguém ...quando vejo que alemães...franceses..espanhóis...gregos...italianos....belgas...holandeses.....suecos e finlandeses....e outros todos estão atentos e venerandos agradecidos e humildemente prontos a seguir sempre o exemplo de Portugal...como guia a caminho do progresso e da Humanidade!!!!

Haja Deus...o Tonito ao pé desta malta era um anjola e ..um chato...porque levava tudo a sério e obrigava a rapaziada a estudar os dossiers...( por isso é que ninguém gostava de ir ao estrangeiro...que fazer relatórios não era pêra doce....claro que hoje a malta pendura-se muito no croquete e sumo de laranja...por acaso já se evoluiu para o champanhe !!!!

11:53 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro JOÃO...

.....sigo a sua opinião...mas deixe que diga que tudo isto que é feito no espaço e virtual só espera pela primeira ocasião para ruir..só que com isso a desgraça...para as populações....

O exemplo que dá sobre a reunião em que participou...é hoje o dia a dia...não há pessoas....não há doentes...nem alunos....nem pássaros...nem pobres....nem desgraçados....tudo é mais fácil se os reduzirmos a números...assim ...fica-se com a consciência mais tranquila....

Quanto a políticos ...com promessas...meu caro...hoje em dia não há campanha sem promessas....se assim não fosse nada empolgaria os votantes....já se sabe...que depois basta tirar uma vírgula...para que toda a gente fique descansada: já não é isso que eu prometi....

....meu caro acha que cada cidadão compreende isto ?

12:09 AM  
Anonymous Anônimo said...

Já agora....

.......será necessário ocupar os senhores Deputados...obrigando-os a reunir para discutirem o Tratado de Lisboa....? ora se já sabemos que toda a gente quer o Tratado...

...então se não for Europa para onde vai a gente....???

...O Brasil já foi pr'áí há duzentos anos... África ( por onde eu andei a fazer nem sei bem o quê )...foi não há ainda muito tempo...Macau... foi logo a seguir....a Lua...não conseguimos bilhete para o módulo lunar aqui há uns anos e.... para o próximo ainda não temos ginásio para treino de viajantes....

...bom só nos resta a Europa...!

...assim sendo talvez fosse suficiente a mesa para aprovação do dito Tratado....

12:17 AM  
Anonymous Anônimo said...

E quanto a TV....veremos se em próximos tempos não estaremos a ouvir que ....já há alguém a mais....

E qual será ????

12:27 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ouço, agora mesmo, notícia na TV mais um encerramento de uma grande unidade .....um milhar de despedidos....ouvem-se alguns trabalhadores à porta da fábrica...e...pergunta o jornalista....então....

......"e já começou a procurar novo emprego"....???

Isto, realmente não é ignorância...isto é a ideia que corre....

....só não se empregam se não procurarem já outro emprego...a correr....porque a ideia é que.... empregos...é aos montes....

Isto está a ficar ridículo....amigo !!

12:34 AM  
Anonymous Anônimo said...

Realmente o Zé Povo à frente do carro...tem mesmo cara de parvo...?!...Terá....?

1:04 AM  

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