quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Uma geração politica rasca


Por fraqueza, muitas vezes, os mais fracos “falam grosso” na presença dos seus chefes. Por fraqueza ou por uma incontrolável vontade de agradar ao chefe, é comum assistirmos a estes exercícios de adulação na política.
O jovem presidente da Câmara de Alvaiázere, no último sábado, na presença de Filipe Menezes, em jantar de acção política naquela vila, referiu-se a Sócrates afirmando «António Oliveira Salazar era um aprendiz de ditador ao pé de José Sócrates».
Naturalmente que há exageros na comparação, os momentos históricos do salazarismo e do sócretismo são inequivocamente distintos e não podem ser comparáveis seguramente. Contudo sob a capa de uma democracia formal, não deixa de ser assustador os avanços de um certo “totalitarismo democrático” que Sócrates advoga e apadrinha. Avanços que se tornam visíveis e se concretizam na promulgação legislativa.
O recente diploma sobre carreiras e vínculos da Função Pública são disso um exemplo. Sob a capa da modernidade, esconde-se nele um inequívoco “totalitarismo” partidário, numa nova concepção da Administração do Estado, que agora se pretende totalmente dependente dos partidos e não do Estado. O funcionário público passa a ser um agente do governo e não do Estado. A independência política da Administração Pública deixa definitivamente de existir e passa a ser substituída pela dependência partidária governamental.
Neste sentido, tem razão no que afirma o presidente da Câmara de Alvaiázere; por outras razões, a legislação relativa à Administração Pública do tempo de Salazar, colocava-a ao serviço do Estado, e assim, indubitavelmente mais democrata que esta agora parida pelos políticos desta segunda geração do 25 de Abril.

9 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O analista e historiador do regime, Costa Pinto, 'dá' uma de elogio ao Sócrates ao concluir que o povo gosta (?) de autoritarismo - o vocádulo é meu - na governação.

O sr. Costa Pinto não deve ser do povo e estará, decerto, num lugar bem 'quentinho' perto de quem governa.

Mas sempre lhe vou dizendo que o povo está FARTO de fascistas tiranos ... escreva isto numa das suas histórias.

11:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ora aí está.!!..

....é que no tempo do antigamente o funcionário obedecia à Lei....agora vai obedecer ao Chefe...

...Ora diga-nos onde está a democracia!? ...hoje ?....ou no antigamente...???

O homem comparado com os democratas de hoje era um anjola...

1:31 AM  
Anonymous Anônimo said...

Mais...

.....antigamente era o Estado que forçava os cidadãos...( por ex.º num acção executiva...) hoje são os privados....

É democrata..??

1:33 AM  
Anonymous Anônimo said...

Agora....

....democrata mesmo é o Advogado poder ( ...ou dever...) denunciar o cliente.....

Eh...pá !!! que esta é forte...

1:35 AM  
Anonymous Anônimo said...

E viva o Pina....

...e o Marquês....

...e o Manique....

1:36 AM  
Anonymous Anônimo said...

Se o Jovem Presidente o diz...lá o saberá...

1:45 AM  
Anonymous Anônimo said...

O Presidente Cavaco Silva anda a mando do governo. Ao que isto chegou...
Solitario

10:46 AM  
Anonymous Anônimo said...

Não diria exageros, mas sim diferentes contextos. Se o Estado Novo tivesse 7 canais de TV, e ainda por cima a cores, de cobertura nacional e uma carrada de outros por cabo e ainda mais a actual tecnologia de escuta telefonicas e devassa de correspondência, vias verdes e cartões de crédito para saberem por onde andamos e brevemente os programados cartões de identidade com toda a nossa inforção, não necessitariam de PIDE nem de prender opositores. Quanto à censura, hoje, pior por que se julga que não há. Aos actuais meios alternativos, tais como os blogs, hiaviam no "no outro tempo" jornais e jornaizinhos, alguns com envergadura e circulação nacional, recordando alguns: Seara Nova,O Sol, O Diabo, O Tempo e o Modo, Jornal do Fundão, Notícias da Amadora, CF(Comércio do Funchal) entre outros de curtíssima duração. Quanto a livros, todos dos autores neo-relista (publicamente sabido de influência marxista). Quem queria comprava em Lisboa a literatura marxista,tal como Marx,Engels, Lenine,Trotski, Gramsci, Mao. Pessoalmente comprava-a na velha livraria Barata, na Av. de Roma à Preça de Londres, com porta aberta, naturalmente, não propriamente à vista mas logo debaixo do balcão

11:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bom...isto dá que pensar...mas hoje nem sei se compro tudo à frente de toda a gente...não vá o diabo tecê-las....

...e o empreguito lá se vai.....e não há outro...

....a diferença é que hoje a gente não sabe de que lado chove....

11:51 PM  

Postar um comentário

<< Home