domingo, maio 16, 2010

BLOCO CENTRAL (II)

Os responsáveis do PSD e do PS, praticamente os mesmos de há três décadas, souberam paulatinamente criar um mundo de privilégios para si e para as suas clientelas, que sugam os recursos nacionais e atrofiam a nossa economia.
O mundo de órgãos do Estado que a nossa classe politica vem criando ao longo dos anos, sem qualquer fundamento de racionalidade ou eficácia de gestão, mas com o objectivo primeiro o de ocupar os cargos em tais órgãos, a que ela própria soube atribuir esplêndidas remunerações e que são naturalmente oferecidos por nomeação politica, com total desprezo pelo mérito e pela competência minimamente exigíveis, a indiferença que manifesta pelo funcionamento da Justiça (que chegou a um estado de degradação insustentável), a indiferença ou até e ao contrário, um certo “proteccionismo” da corrupção politica e económica que alastra no País, são apenas alguns exemplos das reais motivações das nossas elites políticas.
Naturalmente que ninguém poderá acreditar que os autores e beneficiários deste mundo de privilégios, sejam capazes, virando-se contra si próprios, de romper com o mundo paradisíaco em que têm vivido. Pelo contrário, esta Situação, um tal Sistema continuará o seu caminho até que o continuado e consequente agravamento da Despesa Pública e o não menos continuado e consequente aumento de Impostos se torne insustentável. E os partidos da Situação, as elites políticas da Situação, quando fora do poder continuarão a fazer oposição ao governo mas, simultaneamente parcerias às políticas.
(Post colocado no classepolitica em 22.06.2008)

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5 Comments:

Blogger Força Emergente said...

Caro amigo Ruy

Mais uma excelente análise sobre o intercâmbio politico-financeiro e o embuste ideológico partilhado pelo PS e pelo PSD.
Fomos no entanto surpreendidos este fim de semana por uma declaração interessante e reveladora. Parece que o chão também já está a fugir aos comunistas. Todos se renderam aos prazeres do Sistema.
Veja o nosso post,

Mineiros de Aljustrel
Há muito tempo que não ia ao Alentejo. Tive agora a oportunidade de lá voltar após ter sido convidado para o jantar de encerramento de um congresso nos Jardins do Paço em Évora.
Foi ontem à noite. Eram 23.30h, quando o grupo de cantares dos mineiros de ALJUSTREL entrou na sala.
O jeito a toada e o canto, são aqueles que bem conhecemos e que ao vivo ganham dimensão e sentimento. Na simplicidade das formas e na criatividade das interpretações, as letras são feitas para rimar com a terra e as gentes. Percebe-se em muitas delas as pequenas histórias de uma parte do País ainda desconhecida por muitos, ou mal identificada por alguns, como talvez fosse o nosso caso.
Mais que a sonoridade do canto, dei por mim a identificar a alma de um Povo que eu gostaria que fosse o meu. Aquela era a minha gente. Aqueles são os Portugueses por quem nos batemos nesta Associação. Ontem senti de forma explicita que ainda temos Povo.
Esta gente não faz parte do amorfismo e embrutecimento caracteristico de grande parte da população que se deixou subjugar pelo Sistema instalado e que vive maioritariamente nas grandes cidades ou Zonas limítrofes.
Estes homens de Aljustrel que certamente representam outros de outras partes do País e que continuam a viver á margem dos benefícios e do progresso material, não embruteceram nem perderam o discernimento ou a capacidade de expressarem as suas dificuldades e os seus pontos de vista sobre a condução do País.

7:14 PM  
Blogger Força Emergente said...

Continuação

Ao olhar para os seus rostos e para os gestos ritmados que iam fazendo, chegou até nós o desabafo de quem sente sobre as costas o ferrete e o estigma, que por vezes amaldiçoava, mas que para eles sempre fora a escolha única e adequada. Serem comunistas.
Por isso foram sendo remetidos para plano secundário, ostracizados, quando apenas queriam e esperavam um pouco mais da vida.
Vendo bem, era natural que fossem comunistas.
Continuando a olhar para eles e projectando a vida diária no fundo de uma mina ou no fundo de desemprego, até era natural que fossem comunistas.
Analisando 35 anos de democracia e promessas de justiça social, até seria compreensivel que os mineiros de Aljustrel fossem comunistas.
Nós ouviríamos na mesma os seus cânticos sem quaisquer condicionamentos.
O surpreendente ou inesperado, foi ouvirmos da boca daqueles homens o mesmo comentário crítico em relação ás medidas restritivas que este Bloco central de interesses vem impondo e que para eles é o prolongar de uma vida de sacrifícios a que já sentem que não irão conseguir escapar.
Mas disseram mais. Disseram, nós não somos comunistas, nem somos nada.
Queriam dizer que os partidos não lhes interessam.
Queriam dizer que não é a ideologia que os move.
Queriam dizer que não estão contra ninguém e que apenas pretendem um pouco do futuro melhor que lhes foi prometido e que nunca chegou. Nem vai chegar.
Quando abracei alguns deles, com algumas lágrimas a escorrer pela face, confesso, senti que aquela era de facto a parte boa de um Povo traído pela nossa cobardia e indiferença.
Eles acabam por ser mais um dos enganos gerados por esta vergonhosa classe política, sobre quem impende a responsabilidade maior de também terem traído as esperanças desta boa gente de Aljustrel.
Ao mesmo tempo são o espelho da traição cometida por um partido que esqueceu a luta de massas, para se voltar para a luta pela massa.
Tudo isto é agora sentido por estes homens simples, afáveis, comunicativos e despretensiosos.
Sabem que estão longe e esquecidos e que a bandeira vermelha já foi guardada no gabinete de algum vereador ou no sossego do parlamento.
Agora precisam e merecem que alguma coisa se faça e sentem que já não será por aqueles que lhes venderam ideologia barata e depois se renderam ao sistema.
Eles ainda esperam que alguma coisa aconteça.
É que ali continua a estar bem representada a "alma" do Povo Português.
E por estes, nós iremos continuar a bater-nos da forma mais vigorosa que nos for possível.

7:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

http://acajadada.blogs.sapo.pt/

6:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

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7:10 AM  
Anonymous Anônimo said...

Tudo bem...vamos a ver no que isto dá....

11:12 PM  

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