reforma da administração pública
Multiplicam-se os governantes, os economistas oficiosos, os jornalistas oficiosos e os comentadores oficiosos, enfim, a casta do poder, em análises sobre a economia do País, o peso da Administração Pública e os valores elevados das Despesas Públicas, apontando como causadores dos sucessivos défices orçamentais acima dos 3% do PIB, que se verificaram a partir dos conturbados tempos da governação e do pântano de Guterres, as elevadas verbas das Despesas Correntes da Administração Pública.
Em uníssono, ouvimos também a tão conceituada gente, o seu manifesto solidário para com a “coragem” do governo nas medidas que vem tomando para atenuar o défice público.
Trata-se, quanto a nós, da mais extensa e eficaz campanha de intoxicação e mistificação de massas a que alguma vez assistimos no Portugal democrático.
Trata-se, quanto a nós, da mais extensa e eficaz campanha de intoxicação e mistificação de massas a que alguma vez assistimos no Portugal democrático.
Primeiro que tudo será preciso dizer, que apesar do aumento efectivo das Receitas Públicas que advém do aumento dos impostos, IVA, combustíveis, IRS, IRC, e outros, como ainda as receitas provenientes da redução das condições sociais da população em geral, aumento do custo dos remédios, análises, taxas moderadoras, ADSE, fecho de maternidades, urgências, etc, não se mostram suficientes para reduzir as Despesas Públicas. Na verdade, o certo é que o governo prevê no Orçamento para 2007 um agravamento de 2,65% das Despesas Públicas (quando a inflação prevista é de 2,1%).
Em segundo lugar, toda a classe politica e de todos aqueles que rodeiam o poder e lhe prestam vassalagem, parecem incapazes de apontar as verdadeiras causas e razões do défice público, pelo simples facto de que tal conhecimento por parte da população, poria em causa o seu próprio bem-estar.
A criação dos Institutos Públicos e de toda uma extensa variedade de organismos do Estado, bem como a criação das Empresas Municipais, tornou-se o maior sorvedouro dos dinheiros públicos. Novos funcionários e novos equipamentos, com despesas de funcionamento acrescidas e de que resultou também um aumento brutal dos quadros de pessoal, é a razão fundamental para a “crise” do défice que hoje atravessamos. Criaram-se serviços paralelos aos já existentes nas Câmaras e no Estado, sem qualquer objectivo de melhorar a eficiência ou racionalidade dos serviços, mas com a única lógica de proporcionar lugares, muito bem remunerados, sem concurso e apenas por escolha, por nomeação politica, às clientelas partidárias. Acresce que na generalidade, tais lugares são ocupados por indivíduos sem as qualificações e conhecimentos indispensáveis à função, o que se traduz numa péssima gestão, numa autêntica gestão danosa destes organismos.
A criação dos Institutos Públicos e de toda uma extensa variedade de organismos do Estado, bem como a criação das Empresas Municipais, tornou-se o maior sorvedouro dos dinheiros públicos. Novos funcionários e novos equipamentos, com despesas de funcionamento acrescidas e de que resultou também um aumento brutal dos quadros de pessoal, é a razão fundamental para a “crise” do défice que hoje atravessamos. Criaram-se serviços paralelos aos já existentes nas Câmaras e no Estado, sem qualquer objectivo de melhorar a eficiência ou racionalidade dos serviços, mas com a única lógica de proporcionar lugares, muito bem remunerados, sem concurso e apenas por escolha, por nomeação politica, às clientelas partidárias. Acresce que na generalidade, tais lugares são ocupados por indivíduos sem as qualificações e conhecimentos indispensáveis à função, o que se traduz numa péssima gestão, numa autêntica gestão danosa destes organismos.
O País está assim a ser arruinado por uma casta politica, sem escrúpulos e ávida de privilégios. O PRACE e muitas outras medidas no âmbito da Administração Pública adoptadas por este governo, mais não fazem do que seguir a mesma lógica de parasitismo, e não irão alterar o que quer que seja.
Será preciso extinguir todas as empresas municipais e integrar as suas funções e serviços prestados nos Serviços Municipais, onde estavam e de onde nunca deveriam ter saído; extinguir a grande maioria dos Institutos e outros Órgãos e, do mesmo modo, integrar as suas funções e serviços nas Direcções Gerais; e por último privatizar as empresas públicas deficitárias.
Seria esta, sim, a grande Reforma da Administração Publica. Só assim seria possível efectivamente diminuir e racionalizar a Administração Pública, diminuir o Défice, diminuir os impostos, dinamizar a economia e dar esperança e um melhor nível de vida a todos os cidadãos.
8 Comments:
Concordo totalmente. Também já tenho referido a constituição de empresas publicas e municipais (só para colocar os amigos a quem devem favores)como uma das grandes vergonhas deste país. Nada disto é justificável e é ai que se esconde muito dos males deste pais. Bom post.
abraço
Nunca o descaramento foi tão grande e a roubalheira tão grande.Até quando?
Kaos, li agora mesmo um artigo de 2002 no Monde Diplomatic que pode ser comparável ao que está a acontecer por cá.
"Na Itália, a ordem das coisas persuadiu, de forma invisível, uma maioria dos eleitores de que acabou o tempo dos partidos tradicionais...A corrupção generalizou-se assumindo proporções alucinantes... )... O financiamento oculto dos partidos propiciou o enriquecimento fabuloso de seus principais dirigentes, em especial socialistas e democrata-cristãos. “Quem tiver olhos para ver”, afirmou Indro Montanelli, “compreenderá o enorme contraste entre o nível de vida dos dirigentes políticos e suas declarações de renda ...Acusada de todo tipo de corrupção, a classe política no poder viu-se decapitada, desacreditada pela opinião pública, afundando no descrédito total. “O vazio é tão grande e o pânico tão intenso”, escreve Eric Joszef, “que se receia abertamente um golpe de Estado2 .”
Caro Blogger:
Só dois exemplos para ver-mos o estado a que se chegou.
1ª A notícia no DN de uma instituição de Bombeiros que para cobrar as suas dívidas resolveu publicar os nomes de 120 pessoas que devem dinheiro à instituição...
OBS
Será que temos o exemplo dado de cima...?
2ª A notícia mesmo Jornal de um conjunto de várias comissões de utentes de um concelho no País que "julgaram " embora ficticiamente um Ministro pelo encerramento de um Seviço de Atendimento a Doentes, em frente ao edifício sede do município...
OBS
É caso para rir ou chorar?
Não acha que isto está mesmo a ir para o fundo e que já se advinha a bagunça?
O respeito e a credibilidade são palavras ...que atitudes são estas que já se vêm.....
E esta ?
O Governo vai premiar funcionários públicos que trabalhem depois dos 65 anos?
Quais ? Os militares em campanha? Os polícias de giro e os de intervenção ? Os chefes de repartição? Os professores ? Os motoristas? Os jardineiros? Técnicos de reporgrafia? Os diplomatas? Juízes ? Os agentes de polícia? Os escrivães de direito? os auxiliares de serviço? Os enfermeiros ou médicos ? Os que estão requisitados por empresas públicas, gabinetes ministeriais e da AR ou em comissão de serviço nas organizações internacionais...? Sim porque muito deste pessoal irá para o quadro de supranumerários ...mas... ficam lá até aos mais de 65 anos ?
A minha cuca está baralhada!!!!
Palavras para quê? São "politicos" portugueses...
Pertinente e actual, este postal.
O esvaziamento das competências dos serviços centrais e municipais, que vem sendo empreendido há vários anos, foi acompanhado em paralelo pela criação de empresas públicas e municipais, acabando por gerar-se situações de redundância. Em nome da “maior dinâmica, eficiência e flexibilização”, o Estado foi sendo arredado do seu papel regulador e fiscalizador. As recentes chamadas à pedra por parte do TC, relativamente a benesses de gestores e a processos de adjudicação vêm confirmar o que se sabia.
Que significará a reforma, afinal?
Isto é mesmo assim...em Portugal os acidentes são por baixo e por cima.....dos candeeiros!!!!
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