segunda-feira, dezembro 17, 2007

A cartilha neoliberal


Os fundamentos da doutrina neoliberal são exactamente opostos aos fundamentos doutrinários do marxismo-leninismo. Se uma considerava o homem como ser eminentemente social, e elevava o ser social, o ser colectivo, ao seu expoente máximo com total desprezo pelo ser individual, o neoliberalismo manifesta-se exactamente ao contrário. Ergue o ser individual à sua expressão maior, considerando-o agora como o motor da História, como o herói do desenvolvimento económico e social da humanidade e manifestando igual desprezo pelo ser social.
Se uma advogava um Estado que tudo controlava e planeava ao mais ínfimo pormenor a economia nacional, o outro advoga um “Estado mínimo” que não intervenha minimamente no desenvolvimento económico uma vez que este se basta a si próprio, não precisando de quaisquer “enquadramentos” que, em sua óptica, resultam sempre como obstrução ao natural desenvolvimento da economia (a economia rege-se por si e qualquer enquadramento resulta sempre em perturbação do normal funcionamento do mercado).
Consideramos que ambas as ideologias não respondem à verdadeira natureza do homem, pelo que, os estados que basearam as suas politicas com base em tais teorias, uns mergulharam na estagnação económica e empobrecimento generalizado das suas populações, os outros com promessas “inovadoras”, acabarão por conduzir igualmente os seus povos para um mesmo destino, gradual empobrecimento e aprofundamento acentuado das desigualdades sociais, com uma estagnação económica como corolário.
Na verdade o homem contém em si e vive em permanente contradição entre o ser social e o ser individual. O homem existe em unidade dialética e em permanente conflito com estes dois contrários – o ser individual e o ser social. E qualquer doutrina que não tenha esta realidade em consideração estará inexoravelmente votada ao fracasso. Por mais roupagens de “modernidade” com que se venha a mascarar.

Princípios básicos da cartilha económica neoliberal

- mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
-previdência pública apenas para os miseráveis, os que “não deram certo”;
-protecção social tratada como questão individual, como decisão pessoal de se prevenir;
- direitos dos trabalhadores tratados como privilégios, fruto de populismo, e causa de desemprego e de ineficiência económica;
- política de privatização de empresas estatais;
- privatização dos serviços públicos, mesmo os considerados essenciais para a sociedade (água, luz, telefone, educação, saúde, previdência, etc.).
- livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adopção de medidas contra o proteccionismo económico;
- desburocratização do Estado: leis e regras económicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das actividades económicas;
- diminuição do tamanho do Estado;- posição contrária aos impostos ;
- aumento da produção, como objectivo básico para atingir o desenvolvimento económico;
- contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado, ou seja, a lei da oferta e procura é suficiente para regular os preços;- a base da economia deve ser formada por empresas privadas;
- despolitização da política económica, fim da macroeconomia: políticas macroeconómicas apresentadas como técnicas rígidas, divididas apenas em “responsáveis” ou “populistas”;
-enfraquecimento dos sindicatos;

Milton Friedman (um dos seus teóricos) afirma que se há desemprego então deverão reduzir-se os salários. Se esta diminuição dos salários não é capaz de gerar emprego, então é preciso continuar a baixar os salários. Para que os salários possam baixar, devem desaparecer os Sindicatos, já que estes não permitem que haja uma “livre” contratação da mão-de-obra, impedindo que o valor da força de trabalho se fixe pelas leis de mercado. Se os Sindicatos fazem subir o salário, isto leva a reduzir o nível de emprego.

9 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Meu caro

O que o Friedman se esqueceu foi da hipótese em que desaparecendo os Sindicatos e os salários já baixaram tudo....então....

...há que fazer desaparecer o pessoal....

....e agora que já temos astronaves...o que o tal de Friedman não tinha previsto...agora já pode despachar os Sindicatos e os salários....e o mais importante ....a MALTA....pr´á LUA ...ou para MARTE....ou para o raio que o parta....

...Com o bolso cheio de Taco...também eu sou neoliberal....

......o mais possível....!!!

6:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

Portugal não aguenta ser liberal...quanto mais neoliberal...

6:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

As regras enunciadas são um primor....

mas faltam :

Livre acesso dos indivíduos nos mesmos termos estabelecidos para os respectivos gerentes ( administradores )

Actuação liberal e obrigatória dos indivíduos na fixação dos preços dos produtosda empresa

Igualdade de direito no acesso aos subsídios sociais e de auxílio na miséria dos indivíduos e das empresas - passando a constar no respectivo registo comercial e logotipo - beneficiária de subsídio de auxílio social e auxílio na miséria -

Igualdade de acesso na aquisição de acções e outras posições - de modo e prêço de aquisição;

Presunção da titularidade de 50% do capital social pelos indivíduos.

Pessoalização dos actos praticados pelas sociedades e outras organizações colectivas ou de propriedade comunitária.

Revisão imediata da legislação laboral:

a) Os poderes de direcção orientação e fiscalização passam a competir ao indivíduo.

b) O poder disciplinar é abolido.

c) Ao indivíduo compete a gestão financeira e de tesouraria da sociedade

d) As opções de produção e de comércio serão definidas em função da bolsa financeira e dos mercados para onde a empresa exporta a maioria dos seus produtos....



Caro Blogger...como estamos todos malucos....é só pedir !!!!!

7:03 PM  
Blogger Carlos Sério said...

Caro anonimos,
na verdade, tudo isto parece um pouco louco, no entanto é uma "loucura" que está na moda e está a levar tudo atras de si.

7:39 PM  
Blogger José Lopes said...

Isto é um pouco como na história do burro do cigano, logo quando já se tinha habituado a não comer é que o desgraçado se lembrou de morrer. Estes senhores, os poderosos e os seus apaniguados, espremem tudo, bem espremido, mas há-de chegar a altura em que já não dê mais suco. Nós ficamos como o bagaço e eles terão que comer apenas o dinheiro que amealharam, se antes não houver quem faça justiça.
Cumps

11:41 AM  
Anonymous Anônimo said...

Santa ignorância...

11:28 AM  
Blogger John said...

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10:17 AM  
Blogger zzyytt said...

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5:44 AM  
Blogger jeje said...

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12:59 AM  

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