gerir a crise

Não se compreende a estratégia de aproximação do PSD ao PS, levada a cabo por Luís Filipe Menezes. Quanto à OTA, quanto ao Tratado Europeu, quanto à politica neoliberal do “estado mínimo” ou quanto à nova lei eleitoral das autarquias, hoje aprovada na assembleia da Republica. Quando tudo faria prever uma estratégia baseada na acentuação das diferenças, única via, julgo eu, para a formulação de uma alternativa política sólida à governação de Sócrates, eis que, depois dos ameaços do “oposição, hoje, de manhã, à tarde e à noite” o que o cidadão nota é uma aproximação politica cada vez mais acentuada entre os dois partidos do bloco central.

Isto mesmo esteve patente nas jornadas parlamentares do PSD do passado fim-de-semana. Nenhuma das intervenções escutadas ali, se apresentou como uma verdadeira alternativa ao governo. Todas elas se propunham gerir a crise, mas nenhuma exibiu qualquer proposta capaz de ultrapassar a crise económica e social que o País atravessa. Parece ser desta forma que o líder do PSD pretende convencer o eleitorado - votem em mim, porque eu, seguindo a politica de Sócrates, serei na sua aplicação mais eficiente.

O mais lamentável de tudo isto será a constatação de que, em boa verdade, o PSD de hoje, nada tem a apresentar, a acrescentar, à política neoliberal de Sócrates.