O mito das "reformas"
Em Portugal, vive-se hoje, uma certa anestesia ideológica, não merecendo a análise e a discussão ideológica qualquer atenção. As discussões politicas e ideológicas resumem-se à afirmação de slogans e pouco mais. Uns afirmam-se de esquerda, outros de direita e por aqui começam e acabam as discussões politicas dos nossos média e dos nossos políticos. Todos, no entanto, dão como certo “a necessidade de reformas” do Estado. A “esquerda” pela mão do seu governo PS avança com as ditas e a direita aplaude. Unidos neste desígnio, que tanto um como outros, consideram nacional.
Olhando agora para as “reformas” que estão em marcha e para aquelas que se encontram em carteira, verifica-se que todas elas possuem um traço comum - uma lógica economicista, o desmembramento do sector público, a aversão às politicas publicas, a redução da participação do Estado em politicas sociais, a mercantilização dos serviços essenciais - reduzindo os problemas sociais a uma questão técnica de gestão.
Afirmam os seus defensores que sem tais “reformas” o País corre o risco de não acompanhar a Europa e a nova “ordem mundial”. Do ponto de vista ideológico, argumentam para a opinião pública que a crise é determinada pelo corporativismo e ineficiência do Estado e que, portanto, a saída se dará através da progressiva privatização, ficando o Estado responsável, quando muito, pelas acções sociais básicas.
E o povo, meio incrédulo, desconfiado mas cilindrado pelo coro uníssono dos políticos, empresários e comentadores, diariamente repetido, lá vai suportando sem grandes clamores, a nova carga que colocaram em seus ombros.
Estas “reformas” não são mais do que a concretização das mais que velhas aspirações do modo de desenvolvimento capitalista na sua faceta mais anárquica e selvagem e que ideologicamente dá pelo nome de neoliberalismo. O neoliberalismo que tardiamente enamorou os nossos políticos-empresários ou empresários-politicos (tal o modo frequente com que trocam de posição) e chegou ao nosso País quando já demonstrou por essa Europa fora o seu rotundo falhanço.
Estas “reformas” neoliberais são apresentadas como progressistas, e de acção - que têm a história do seu lado, que estão com o processo de globalização, da internacionalização da economia, contudo em realidade, ao contrário, acabam por mostrar a sua face de clara reacção. Reacção aos direitos sociais, à participação do Estado em políticas sociais, o que implica regressão da esfera pública numa época de aumento das desigualdade existentes encontrando-se inequivocamente contrárias ao espírito e à filosofia da Constituição Portuguesa.
Não são reformas, são contra-reformas, que representam um retrocesso Social e Politico e que deverão merecer o repúdio de todos os verdadeiros sociais-democratas deste País.
Olhando agora para as “reformas” que estão em marcha e para aquelas que se encontram em carteira, verifica-se que todas elas possuem um traço comum - uma lógica economicista, o desmembramento do sector público, a aversão às politicas publicas, a redução da participação do Estado em politicas sociais, a mercantilização dos serviços essenciais - reduzindo os problemas sociais a uma questão técnica de gestão.
Afirmam os seus defensores que sem tais “reformas” o País corre o risco de não acompanhar a Europa e a nova “ordem mundial”. Do ponto de vista ideológico, argumentam para a opinião pública que a crise é determinada pelo corporativismo e ineficiência do Estado e que, portanto, a saída se dará através da progressiva privatização, ficando o Estado responsável, quando muito, pelas acções sociais básicas.
E o povo, meio incrédulo, desconfiado mas cilindrado pelo coro uníssono dos políticos, empresários e comentadores, diariamente repetido, lá vai suportando sem grandes clamores, a nova carga que colocaram em seus ombros.
Estas “reformas” não são mais do que a concretização das mais que velhas aspirações do modo de desenvolvimento capitalista na sua faceta mais anárquica e selvagem e que ideologicamente dá pelo nome de neoliberalismo. O neoliberalismo que tardiamente enamorou os nossos políticos-empresários ou empresários-politicos (tal o modo frequente com que trocam de posição) e chegou ao nosso País quando já demonstrou por essa Europa fora o seu rotundo falhanço.
Estas “reformas” neoliberais são apresentadas como progressistas, e de acção - que têm a história do seu lado, que estão com o processo de globalização, da internacionalização da economia, contudo em realidade, ao contrário, acabam por mostrar a sua face de clara reacção. Reacção aos direitos sociais, à participação do Estado em políticas sociais, o que implica regressão da esfera pública numa época de aumento das desigualdade existentes encontrando-se inequivocamente contrárias ao espírito e à filosofia da Constituição Portuguesa.
Não são reformas, são contra-reformas, que representam um retrocesso Social e Politico e que deverão merecer o repúdio de todos os verdadeiros sociais-democratas deste País.
12 Comments:
Cara Rui inteiramente de acordo consigo, excepto numa coisa, o PS não é um partido de esquerda, digamos, do mesmo modo que os morangos espanhóis não são morangos.
De resto, nem muitos, se não todos, os partidos comunistas europeus tradicionais ou agrupamentos ditos maoistas são de esquerda, todos eles foram tomados por dentro pelo neoliberalismo, excepto o Português e mais uns poucos pelo mundo fora, por exemplo na Índia onde governam (ganhando eleições) três Estados (províncias), qualquer um deles muito maiores que Portugal e onde praticam políticas sociais avançadas – como por exemplo em Kerala, antiga costa do Malabar por onde andou a rapinagem portuguesa, onde a taxa de alfabetização é de 90 e tantos porcento).
O PCP é hoje o único Partido em Portugal que defende, não sei se com ou sem reserva mental, isto é, táctica ou convictamente, as ideias social democratas.
É também minha convicção, já o expressei várias vezes, que um força política verdadeiramente social democrata terá de nascer de fora do sistema e por isso é que acho importante e urgente que se cri uma corrente de opinião, individualmente ou através de associações, nesse sentido.
Vamos a isso....e já!!!!
JOSÉ
Este comentário foi removido pelo autor.
Caro João,
claro que concordo que o PS não é um partido de esquerda.
Não concordo no entanto quando afirma “ser o PCP o único partido português a defender as ideias social democratas”.
O PCP aceita e continua a desenvolver a sua acção politica tendo como certo o princípio marxista de considerar “ o Ser como eminentemente social”, não atribuindo ao “ser individual” um igual valor - princípio que em última análise justifica a “ditadura do proletariado” e outras formas unilaterais de organização do Estado advogadas pelos comunistas. Ora a social democracia não aceita um tal primado. Com base nos próprios princípios do materialismo dialéctico desenvolvido por Marx e Engels, a social democracia equipara no mesmo plano de igualdade as duas categorias, quer o “ser social” quer o “ser individual” e parte desta assunção para desenvolver toda a sua teoria do desenvolvimento social.
Claro que a socialdemocracia cultiva os valores éticos da solidariedade, da tolerância, da fraternidade, dos direitos universais do cidadão à Saúde, à Justiça, à Segurança, à Educação, à Cultura, cabendo ao Estado o reforço das suas politicas publicas nestes sectores; na protecção laboral efectiva dos trabalhadores, na introdução nas opções das politicas da governação a “razão social” e não a do tecnicismo frio e distanciado da sociedade e aqui, em tudo isto, nós, social democratas, somos seguramente acompanhados pelos comunistas. Mas quanto às formas de organização do Estado, muito nos separa dos comunistas.
Abraço,
ruy
A propósito de anzol....
....em que País estamos...
Ora veja só do DN alguns títulos:
Por ex.º a gravidade deste...
..." Idosa em Tribunal acusada de furto de creme de 1,39 euros...."
- à frente lê-se que a idosa tem 70 anos e se esqueceu de tirar o creme do fundo do saco na caixa do supermercado...no meio de outras compras - e interpelada quando já ia a sair.....
Entretanto,
..." Estado não usou sete milhões do QREN por falta de legislação"....
Entretanto....
...Parlamento toma posição sobre medicina no trabalho...a iniciativa segue-se a denúncias.....bem como ao artigo do DN que deu conta da existência de cerca de 400 empresas que operam no mercado sem certificação...."
Entretanto
........"metade dos portugueses exposta a níveis de ruído perigosos..."
Entretanto
...PSD quer comissão para incompatibilidades..."
Entretanto
..."Exército nega direito de estudo aos militares..."
Entretanto
"Casino: PSD e CDS "vão pagar muito caro...."
Entretanto
..."Novas regras de combate ao branqueamento de capitais..."
Entretanto
..." TC critica atrasos na informatização do MNE..."
Entretanto
...Megaqueima de droga não esvazia armazém da PJ...
Entretanto
Olhe amigo....vou esperar pela sentença da velhota ....e até lá vou emigrar...
JOSÉ
Ruy, tiro-te o chapéu por me arrumares as ideias!
Um bom texto!
Um abraço abre-olhos
Caro Rui
Estou de acordo. Quando me referia ao importantíssimo papel que o PCP neste momento está a desempenhar, referia-me à forma de organizar a infra-estrutura, chamando ao sector público do Estado tudo o que é estratégico (energia, telecomunicações, água, parte importante da banca, etc..) bem como a defesa da garantia plena do acesso para todos aos serviços de saúde de qualidade, à educação, enfim à segurança social.
Quanto à super-estrutura, resumindo, à sua visão do Homem e do seu papel na sociedade, é outra conversa, a tal que o Rui refere. Mas isso só é de temer em caso de deterem o controlo do Estado, o que não é o caso.
O homem materialista-tecnológico não me agrada, sou mais por Agostinho da Silva, o espírito a dominar a matéria.
Joao
Boa dialéctica esta do Ruy e João...
Cá por mim......e...
....enqunto a tal velhota espera pelo julgamento ....por na caixa do supermercado .....se ter esquecido de tirar do saco das compras uma bisnaga de creme para as mãos com o valor de 1 euro e 39 cêntimos....eu....voltei a ler hoje o DN....e....
Entretanto
..." Confiança dos Portugueses é a mais baixa de sempre...."
Entretanto
...." mulher morta a tiro em Sacavém...." ...." quando estacionava um Mercedes, na Urbanização Real Forte, em Sacavém, onde residia. A vítima de 30 anos......"
Entretanto
..." Justiça e calotes azedam debate na AR - Portas exigiu desculpas a Sócrates...que exigiu desculpas a Portas..."
Entretanto
..." Escola desmente Maria de Lurdes Rodrigues..."
Entretanto
.." Lousã. Fechou o SAP, viva o hospital privado ..."
Entretanto
...Procurador do DIAP do Porto quer saber se está sob investigação da PGR..."
Entretanto
...Manifestações contra ministra da educação sucedem-se pelo País..."
Entretanto
"...Ourives assaltado à mão armada..."
Entretanto
..." Ruobaram carro depois de sair do tribunal..."
Entretanto
..." Taxistas do aeroporto queixam-se da polícia..."
Entretanto
" Rui Santos agredido por três indivíduos à saída da SIC..."
Entretanto
...o roubo a multibancos disparou em 2007, apesar de novas medidas de segurança..."
Entretanto
...olhe vou mas é dormir....
... e esperar pelo julgamento da velhota...!!!
Sim, é isso tudo. Mas, que razões subjazem à quase inexistente contestação pública? Aumentam os impostos, aumentam o número de pobres, aumenta a precariedade no emprego, aumenta o desemprego, congelam-se ordenados, perde-se poder de compra, degrada-se o nível de vida. E isto tudo faz tempo. E não há contestação?
Meus amigos as razões para a subsisitência deste estado de coisas só podem encontrar-se numa clara ausência de consciência critica deste povo. Aliás, é bom lmbrar que nunca foi incentivada a criação de um espírito critico na população que permitisse o salutar exercício da cidadania. Ao invés sempre se valorizou a estupidificação do tuga como forma de manter e perpetuar o poder nas mãos de alguns.
É omo diz Traça, perfeitamente de acordo. E o que fazer para que as pessoas venham para a rua protestar?
Cá por mim não falho uma, nisto sigo a análise de Mao Tse-Tung: Sem juntar sanhas nem bandeiras, os inimigos dos meus inimigos são meus amigos...
Boa JOÃO.....
..antes do 25 também ninguém piava...só se dizia que ....isto está mal.....isto está mal.....mas..... cá vamos andando....
.....e depois ...ena.... pá !!... foi um fartar vilanagem.....sempre a acelerar.....
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