domingo, março 21, 2010

todos iguais


Uma vez mais, o PSD irá desaproveitar a oportunidade histórica de se constituir numa verdadeira alternativa às políticas da governação socialista. Qualquer dos dois candidatos melhor colocados à liderança do PSD, lidos a “Moção de Estratégia Global” de Paulo Rangel e o livro “Mudar” de Pedro Passos Coelho, não encarnam e não apresentam uma verdadeira alternativa política, nem de “ruptura” nem de “mudança”, como as suas candidaturas anunciam.
Uma candidatura que invertesse as políticas neoliberais de Sócrates, na Saúde, na Educação e na Justiça. Cujo equilíbrio das contas publicas não fosse alcançado à custa de cortes nas Funções Sociais do Estado ou do aumento dos Impostos dos trabalhadores e da classe média. Uma candidatura que acreditasse nos ideais da Social-Democracia e colocasse em pratica os seus princípios e interrompesse desse modo o continuado agravamento económico e social do País.

Paulo Rangel é claro quando afirma: “finalmente, o mito da imutabilidade dos mecanismos de protecção social tem prolongado na sociedade portuguesa uma verdadeira ilusão de “status-quo” das políticas sociais…”; “tornam-se igualmente necessárias políticas de forte contenção salarial na função pública”… ;“no lado da receita, são necessários novos modelos de financiamento, nomeadamente através de privatizações…” ou ainda não podemos ficar agarrados aos velhos cânones e às exaustas soluções históricas da social-democracia clássica, desenhadas num contexto histórico marcadamente diferente”. Tudo para a “construção de uma sociedade decente seja lá o que isto quer dizer. Pedro Passos Coelho por seu lado com a mesma clareza enuncia os seus propósitos “Eu concordo com este princípio de acabar com a universalidade na área da saúde e não só".

No fundo, o que Paulo Rangel e Passos Coelho criticam em Sócrates, não são as “reformas” que resultam em cortes nas políticas sociais, nem o congelamento de salários da função pública, nem as privatizações, nem tão pouco o seu neoliberalismo económico e social. O que na verdade os candidatos do PSD criticam, é a falta de eficácia das “reformas” ensaiadas pelo governo de Sócrates, o que constitui uma “alternativa” muito modesta, uma alternativa disposta apenas a gerir a crise, mas não a ultrapassar a crise, o que estará muito longe de uma verdadeira e mobilizadora alternativa ao governo. Lamentavelmente, seguem as pisadas dos seus antecessores - “o Estado não pode ter o monopólio da Saúde, Educação e Segurança Social, o Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos, e na prestação do Estado Social deve contratualizar com os privados” (Filipe Menezes); "A política da saúde vai ter muita dificuldade em ser financiada da forma como é. Considero que o SNS gratuito ou tendencialmente gratuito para todos é um aspecto que provavelmente vai ter que ser revisto" (Ferreira Leite).

Nada de novo portanto. Perde assim o PSD a oportunidade de afirmar a sua matriz social-democrata e constituir-se numa verdadeira alternativa de governo, numa mudança, numa ruptura com as políticas neoliberais de desenvolvimento económico que, como a recente crise financeira, económica e social provou, têm provocado nas últimas décadas a par de fracos e sempre decrescentes crescimentos económicos, as maiores e sempre crescentes desigualdades sociais.

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2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Meu caro Blogger...estamos ao nível de funcionalismo político....que não tem nada a ver como diz com Política.......


...andam todos entretidos...a ver como é que cada um se safa melhor....

7:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

Recorda-se de ....aqui há uns tempos aqui neste Blogg...se escrevia que o que cada um destes grandes Políticos procura é ir pró poleiro....tira uma fotografia ( porque pintar a óleo é um bocadito caro....) põe na parede da sala de jantar ....por cima da fruteira ....e aqui está ....este foi ministro....

Leu este fim de semana ....a propósito de nomes em ruas....!!!???


Tem a certeza que este Blogg não é lido onde a gente nem pensa...??

7:53 PM  

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