quinta-feira, setembro 02, 2010

A revolta dos moçambicanos

(imagem do Photo Journal)
A revolta popular, as manifestações populares de revolta contra o aumento dos preços de bens essenciais como a água, a energia e os bens alimentares, que está a ocorrer em Moçambique, sem enquadramentos partidários, mas numa rebelião popular genuína das populações mais atingidas por este forte e abrupto aumento de preços, deve causar grande apreensão e estranheza aos “politólogos” da nossa praça. Como é possível que num país do mundo dos países “subdesenvolvidos” a população se revolte e se envolva em massa numa luta contra o aumento do custo de vida, de forma tão espontânea e com tanta intensidade?
Na verdade, ultimamente habituados a aumentos de preços de bens essenciais de modo tão abrupto quanto este, os europeus, vivendo nos seus países “desenvolvidos”, parecem não possuir o mesmo grau de indignação, a mesma emoção e espontaneidade de revolta. Onde residirão então as causas desta diferença de comportamentos?
Algumas observações avulsas apenas. Os moçambicanos não se encontram tão enquadrados em partidos politicamente correctos quanto os europeus. Não se sentem enfeudados a centrais sindicais demasiado conciliadoras com o “sistema”. Ou, tão pouco, se encontram adormecidos, narcotizados pela “cultura de fantasia", diariamente despejada em doses maciças por todos os canais das televisões.
Quem diria que o exemplo partiria dos moçambicanos?

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