quinta-feira, novembro 17, 2011

De 1994 a 2007, PIB sobe 41,33% enquanto o salário médio sobe apenas 14,32%

Uma das falácias mais apregoadas nestes últimos tempos nos média, por politólogos, governantes e outros comentadores do “sistema”, é a de que todos os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades e gasto nos últimos anos à tripa forra.
Com o ardiloso intuito de inculcar em todos este sentimento de culpa e assim levar à resignação a esmagadora maioria dos portugueses – os 20% que vivem abaixo do limiar da pobreza, os desempregados, os pensionistas e trabalhadores com baixas pensões e salários (a média mensal do salário dos trabalhadores era em 2009 de 880 euros e a pensão média de apenas 397 euros, muito perto do limiar da pobreza que é de 354 euros), esta gente não tem vergonha de acusar tão cinicamente 85% da população que viveu sempre em dificuldades económicas e que agora vê reduzir ainda mais e tão drasticamente os seus miseráveis e modestos rendimentos.
Cinicamente, porque sabem que a sua preocupação visa simplesmente proteger a manutenção e a ampliação da riqueza e privilégios de uma minoria, estes sim, responsáveis pela crise que nos atormenta. Repare-se que o aumento do salário médio dos trabalhadores portugueses de 1994 a 2007 (719 euros e 822 euros) foi de apenas 14,32%. Contudo, a riqueza nacional, o Produto Interno Bruto, PIB, sofreu um aumento entre esses mesmos anos (122.165.280 euros e 172.639.598 euros) de 41,33%. Verifica-se assim, que neste período, existiu um decréscimo dos salários e pensões dos trabalhadores face à riqueza produzida, o que nos reporta para uma outra questão.
Se a desigualdade de rendimentos não se tivesse agravado para os trabalhadores e mantivesse a mesma proporção de distribuição de rendimentos que tinham em 1994, a população não se teriam endividado e recorrido tanto ao crédito (para compra de casa própria sobretudo) atitude que agora tanto se critica e diaboliza. No aumento da desigualdade social verificada, fruto das políticas dos governos, porque a estes compete disciplinar através da regulação e acção fiscal a distribuição da riqueza produzida, reside em última instância o problema da Dívida do país, externa e interna. Culpar 85% da população, pelos resultados de uma desregulação do capital financeiro e limitação da acção fiscal sobre o capital, que objectiva e assumidamente foi prática dos últimos governos (as chamadas “reformas para a modernidade”) é, seguramente, um desplante colossal.

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5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Enquanto os cortes e rapanços andaram pela malta trabalhadora...tudo bem...vá que não vá...

...agora que os Troikos se estão a meter com a Banca ....oh diabo isso é que não...!!...já não passam de uns técnicos de segunda....

Isto vai acabar mal...ai vai...vai...

5:26 PM  
Anonymous Anônimo said...

Como é que um social-democrata pode acabar em comissão de extinção é que eu não consigo perceber....

5:28 PM  
Anonymous Anônimo said...

No País já não se cuida de Justiça...cuida-se de contas de somar e diminuir e de acordo com o interesse de cada um....

5:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

E...enquanto os cortes e rapanços...andaram pelos FPs ( Funcionários Públicos ) e Reformados...vá que não vá....agora que os Troikos se meteram com os privados....Ena pá o sarrabulho que prái vai....

....até há quem diga que se deve é cortar nos que ganham o rendimento mínimo....( nunca nos trabalhadores...)


Livrai-nos da anarquia...Senhor !!

5:41 PM  
Anonymous Anônimo said...

É assim...quando se não procura a Justiça...vem a barafunda...

5:42 PM  

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