sábado, maio 23, 2020

NADA DEVEM AO PS

Após as eleições legislativas e conhecidos os resultados o PS, inebriado com a vitória e com a maioria de deputados que obteve, deu-se ao luxo de ignorar e tratar como “empecilhos” os seus anteriores parceiros parlamentares. A viragem da sua anterior política vai-se tornando visível. Da “devolução de rendimentos” como centro e objectivo primeiro da sua actuação política na governação da “geringonça” passou em considerar a chamada “consolidação orçamental” como factor supremo da sua nova política. Como se a melhoria dos rendimentos das famílias não estivesse como está relacionado com a melhoria das contas públicas. António Costa e o PS não podem esquecer que da totalidade dos cortes da governação de Coelho/Portas ainda só foram devolvidos cerca de metade. Desde logo, do aumento colossal de impostos de Gaspar em IRS falta ainda devolver cerca de 2.000 milhões de euros às famílias. Como também a redução do IVA da electricidade e gás tarda em devolver.
Assim, António Costa não pode exigir aos seus anteriores parceiros parlamentares que sejam solidários e alinhem com a inversão de políticas com que agora deseja governar. As minúsculas e pontuais “devoluções” que mascaram a sua nova governação não podem levar o BE e o PCP a aceitar a manutenção dos cortes de Gaspar, Coelho e Portas.Não devem nada ao PS, bem pelo contrário, e serão seguramente reconhecidos se continuarem fiéis às políticas de melhoria dos rendimentos das famílias tal como o foram na governação da “geringonça”. E o PS não pode apelar a qualquer “solidariedade” quando antes, grosseira e mesmo com algum desprezo, sobranceiramente os rejeitou.
29.01.2020