sábado, maio 23, 2020

“VIRADA A PÁGINA DA AUSTERIDADE”, NOVA PÁGINA DE AUSTERIDADE SE ABRIU

Escreve-se no capítulo introdutório do programa do Governo que, “virada a página da austeridade”, . . .Só que a “página da austeridade” não está virada coisa nenhuma. Sendo a austeridade a redução total dos rendimentos das famílias a partir de 2011, durante o governo do PSD/CDS, ela está muito longe de se encontrar “virada”. E, o PS e António Costa, deveriam até ter algum pudor em fazer uma tal afirmação dado não corresponder à verdade e ser facilmente detectada a sua falsidade. Os portugueses sentem na carteira todos os dias, que dos cerca de 3.000 milhões de euros que lhe foram retirados em IRS em 2013, no tal “colossal” aumento de impostos, apenas lhes foi devolvido cerca de 1.200 milhões como ultimamente António Costa gosta de se gabar em debates televisivos. Como sentem também, todos os meses, que o IVA da energia não desceu dos 23% para os 6% que pagavam em 2011, bem como ainda outros rendimentos que então lhe foram retirados e estão longe de ser recuperados. Do total dos 18.000 milhões que o governo PSD/CDS retirou aos portugueses durante os quatro anos que governou apenas foram recuperados cerca de 9.000 milhões, cerca de metade, na última legislatura do PS. Estamos portanto muito longe de “virar a página da austeridade”. António Costa teve o mérito, na governação da geringonça, de parar com a política da progressão da austeridade e de devolver parte dos rendimentos cortados mas não devia dar-se por satisfeito quando ainda falta devolver às famílias portuguesas metade do que lhes foi subtraído. Ou então, “as políticas de devolução de rendimentos como motor estratégico do desenvolvimento económico e social”, apregoado por Costa e Centeno, não passaram afinal de um grande logro que lhes deu jeito para alcançarem o poder mas logo que nele se fortaleceram delas se desempecilharam e assim, “virada a página da austeridade”, nova página de austeridade se abriu.
27.12.2019