sábado, maio 23, 2020

“Nesta crise, são precisamente os trabalhadores muitas vezes precarizados quem está salvando as nossas vidas: enfermeiros, médicos, pessoal dos supermercados, de limpeza, de recolha de lixo, transportes, os serviços sociais, sem esquecer os corpos e as forças de segurança do Estado que, de maneira clara e abnegada, trabalham para o conjunto da população. São todas e todos trabalhadores do público ou para o público que durante toda a fase de radicalismo neoliberal foram colocados em dúvida, precarizados, despedidos, questionados. Toda esta gente está do lado do social. E não irão tolerar que depois de estarem jogando a vida, depois de serem aqueles que fazem com que o sistema funcione, possam ser rejeitados.
O Estado tem que rever as suas ineficiências e gastos. Sem una base fiscal suficiente, não há Estado, e sem Estado tudo será entregue ao mercado. Quer dizer, à barbárie. A crise do coronavirus tem que servir para obrigar aos que mais têm beneficiado do sistema para que colaborem. Cada euro num paraíso fiscal é um prego no caixão de uma vítima.”
15.03.2020