sábado, maio 23, 2020

OS POPULISMOS E AS ESQUERDAS

É a DEMISSÃO dos chamados partidos de esquerda da Europa, os Socialistas em França, os Social-Democratas na Alemanha ou os Trabalhistas no Reino Unido e dos seus congéneres nos restantes países europeus, de políticas social-democratas de valorização do estado-social e o seu alinhamento com a “modernidade” neoliberal, QUE GERA CONDIÇÕES E ALIMENTA os partidos populistas que estão surgindo na Europa, dadas as desigualdades e a austeridade continuadas e sem fim que com tais políticas empobrecem e massacram as populações. 
Existe uma uniformização política na Europa que não distingue os social-democratas dos democratas cristãos na Alemanha, ou os trabalhistas dos conservadores no Reino Unido, ou os populares dos socialistas em Espanha, ou, (e até ao governo de António Costa) os social-democratas dos socialistas em Portugal. Todos usaram e usam o mesmo figurino político. E esta uniformização das políticas neoliberais, deixam as populações sem uma alternativa política capaz de inverter o curso das políticas das desigualdades e da austeridade. 
Os povos europeus não avistam assim qualquer futuro aceitável para as suas vidas e para a vida dos seus filhos. Os líderes políticos que lhes prometiam um futuro radioso em que todos ganhavam se aceitassem tais políticas e a redução dos seus rendimentos de trabalho, exigem-lhes agora mais austeridade para sair da austeridade que eles próprios provocaram. Viram apenas aumentar o número e as fortunas dos muito ricos enquanto eles próprios empobreciam e o Estado igualmente empobrecia no seu património.
Os velhos e tradicionais partidos de esquerda europeus ao abraçarem, tanto ou mais que os partidos da direita as políticas neoliberais, deixaram as populações à sua sorte, sem partidos que defendessem os seus legítimos interesses e assim à mercê de todos os oportunismos populistas.
A União Europeia com o seu parlamento e os seus comissários não é mais do que a cúpula política deste modelo social do neoliberalismo. E, mesmo depois da crise de 2008 e da catástrofe económica, financeira e social que se lhe seguiu foi incapaz de alterar no que quer que fosse o modelo de “desenvolvimento” social que adoptou e tanto adora, com as suas políticas de desigualdade e austeridade perpétuas.
30.11.2019