Nunca ninguém se incomodou que se fizessem universidades sem doutorados, sem comunidade académica, sem investigação nem investigadores, sem concursos académicos nem graus. Nunca lhes pareceu estranho que se tivessem criado, com a classe política, jornalística e outras, autênticos aviários de professores universitários, que os autarcas mais espertalhões tivessem furado por todos os lados para levarem também uma universidade para a sua terra, que muitos deputados começassem logo a ser especialistas de qualquer coisa sem crédito científico para isso e, sobretudo, que o Ministério se mantivesse, durante anos, impávido e sereno à espera que o mercado ditasse as suas sagradas leis e acabasse por fazer desaparecer as más universidades. Como está a suceder.Acontece que, entretanto, e pela sua incapacidade de intervir, regulamentar e verificar, em suma moralizar, durante anos, muitos foram formados de qualquer maneira, embora com elevadíssimas classificações, e ninguém pareceu compreender o que isso significava. Como o Ministério legalizara esses cursos, nos concursos públicos os licenciados mal-formados, mas com altas classificações, passavam à frente dos formados pelas escolas mais exigentes; isto é, os mais bem formados e capazes eram sistematicamente os menos bem classificados. O que é revoltante duplamente e dá um efeito de verdadeiro desastre nacional, pois os lugares de mais responsabilidade vão sendo ocupados pelos medíocres, e os mais competentes ou ficam em lugares subalternos ou nem arranjam emprego. É a inversão pura, a imoralidade completa, porque aparece apoiada na lei, e com a lei nos engana. E com todos a ver e a saber que é assim; querem perfídia maior? Como se pode querer, deste modo, que o País seja competitivo, que evolua e mostre altos índices? Na vigarice legalizada e na omissão assassina somos altamente competitivos. Para o pior, a nossa competitividade é imbatível.
José sarney
(picado da caixa de comentários do Blog “portugaprofundo”)
(picado da caixa de comentários do Blog “portugaprofundo”)
4 Comments:
Privatizar! Privatizar! Privatizar!
O Estado é um monstro sem cabeça!
Privatizar! Privatizar! Privatizar!
O Estado é ineficiente!
A Educação e a Saúde também têm que dar dinheiro!
Vê-se o que deu!
Continuem, até que o Estado sirva só a classe política! Estamos lá quase!
Mas quem é que pode pensar que o mercado pode funcionar em Portugal????
Até porque nem tem dimensão para isso.
Veja o prêço da gasolina...não é igual em todas as bombas ?...
Quanto às escolas tivemos a prova....
E depois o problema é de falta de produtividade dos trabalhadores ....que coitados nem sabem ler bem os títulos dos jornais....
Mas alguém pergunta por quem sabe mais ?????
O que é preciso é estar à frente....
Eu confesso que estranhava tanto catedrático...tanto professor universitário ....tanto mestrado...mas burrice minha...até pensava que era defeito meu....
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