sexta-feira, maio 21, 2010

"ataque especulativo”


Queixa-se o governo das dificuldades de financiamento porque o País atravessa, adiantando que tal se deve ao “ataque especulativo dos mercados”. Como se os montantes da Dívida Pública, da Dívida Externa Líquida, da Dívida Externa Bruta, não alcançassem em tão curto período números tão elevados que mais parecem ter fugido a qualquer controlo (a dívida pública subiu de 2004 a 2009, em 44.480 milhões de euros; a dívida externa líquida no mesmo período aumentou de 72.484 milhões de euros; a dívida externa bruta aumentou em igual período em 129.761 milhões de euros (atingindo o valor astronómico de 487.675 milhões de euros). Por outro lado, o crescimento económico do País tem vindo a decrescer de modo acentuado, em média, de 2004 a 2009, a taxa de crescimento económico não foi além de 0,5% ao ano, enquanto o défice orçamental naquele mesmo período atingiu, em cada ano e em média, o valor de 4,6% do PIB (muito acima do mínimo desejável e aceite por Bruxelas de 3,0%).
Emprestar hoje dinheiro a Portugal tornou-se na verdade num grande risco. Com um crescimento económico a decrescer todos os anos, com défices públicos elevadíssimos e com dívidas pública e externa brutais e em descontrolo, torna-se natural que o preço dos credit default swaps se torne cada vez mais alto e os juros dos títulos de dívida pública igualmente cada vez mais altos. É o mercado a funcionar e a pesar os riscos de compra destes produtos financeiros.
Esta, uma situação que se irá agravar seguramente devido à deterioração da situação económica do País como consequência inevitável das medida de austeridade agora impostas pelo PS e o pelo PSD. Com as medidas de política económica propostas pelo PS e pelo PSD, em tudo semelhantes, Portugal seguirá inevitavelmente o seu trajecto rumo ao abismo e à bancarrota. E não haverá Sarcozy ou Merkel que o salve. Voltará o franco e o marco deixando o euro para os pigs, ou então, muito simplesmente, correm com eles do euro.

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