“Os mercados” e a Dívida Pública (II)
Mas será que o aumento da Dívida Pública que se verificou a partir de 2004, e que então não ia além de 58,3% do PIB, aconteceu por casualidade ou inevitabilidade histórica?
Que motivações teve Sócrates e Teixeira dos Santos para colocar a Dívida Pública Nacional nas mãos de estrangeiros? Recorde-se que em 1996 os residentes detinham 75% da dívida e que em 2008 esse valor baixou para os 22%.
Quais as razões que levaram o governo a endividar o país em tão curto espaço de tempo, hoje a dívida atinge o vapor colossal de 125% do PIB (dívida pública directa e indirecta), de modo tão irresponsável perante o estrangeiro, perante “os mercados”, (como agora se ouve dizer) e que agora serve de desculpa ao governo para impor as medidas de austeridade draconianas previstas no orçamento de estado?
Que motivações teve Sócrates e Teixeira dos Santos para colocar a Dívida Pública Nacional nas mãos de estrangeiros? Recorde-se que em 1996 os residentes detinham 75% da dívida e que em 2008 esse valor baixou para os 22%.
Quais as razões que levaram o governo a endividar o país em tão curto espaço de tempo, hoje a dívida atinge o vapor colossal de 125% do PIB (dívida pública directa e indirecta), de modo tão irresponsável perante o estrangeiro, perante “os mercados”, (como agora se ouve dizer) e que agora serve de desculpa ao governo para impor as medidas de austeridade draconianas previstas no orçamento de estado?
O deslumbramento que o euro causava, o fascínio da “globalização” que a entrada do euro anunciava, o alargamento do “mercado” traduzido em mais e maiores negócios, em mais e maiores lucros, inebriou então (1999) a nossa classe dirigente, os nossos banqueiros e os nossos grandes empresários.
A colocação da Dívida Pública passou a ser mais célere e facilitada. Privilegiou-se a venda da dívida a instituições estrangeiras.
A colocação da Dívida Pública passou a ser mais célere e facilitada. Privilegiou-se a venda da dívida a instituições estrangeiras.
– “No período 1997-2000, surge a preocupação da preparação e adaptação da gestão da dívida ao Euro. Em 1998 é reforçado o papel dos Operadores Especializados em Valores do Tesouro (OEVT), enquanto agentes de distribuição e colocação da dívida em mercado primário e como “market makers” em mercado secundário.
O objectivo da liquidez da dívida leva à criação no ano de 2000, do MEDIP, que se caracteriza por ser um mercado especializado para a negociação por grosso dos instrumentos da dívida pública baseado na utilização da plataforma electrónica de negociação MTS”.
O MEDIP arrancou com a negociação de Obrigações do Tesouro (OT) – instrumento de mercado para financiamento da República a médio e longo prazo – dinamizada pelos OEVT (operadores especializados em valores de tesouro) em que nele actuam, por compromisso assumido perante o IGCP (Instituto de Gestão do Crédito Público), com o estatuto de market makers. A 16 de Julho de 2003, na sequência de decisão da República de passar a emitir regularmente os novos Bilhetes do Tesouro (BT) para financiamento estrutural de curto prazo, a MTS Portugal, por decisão do seu Conselho de Administração, criou um outro segmento no MEDIP para a negociação por grosso destes títulos. Funcionando em paralelo com o das OT, o segmento de BT é dinamizado pelos intermediários financeiros a quem o IGCP atribuiu o estatuto de Especialistas em Bilhetes do Tesouro (EBT) que nele participam como market makers.
Para alargar a possibilidade de participação no MEDIP e dinamizar o mercado da dívida pública, o Conselho de Administração da MTS Portugal decidiu, em 2004, criar um terceiro grupo de participantes, os “Pure Domestic Participants” (PDP), com custos de acesso reduzidos.
No final de 2009, o MEDIP registava um conjunto de 29 participantes: 18 market makers e 10 market dealers em OT e 15 market makers e 6 market dealers em BT. Aquando do arranque do MEDIP, em Julho de 2000, participavam apenas 12 bancos. (fonte MTS).
Afinal “os mercados” de que fala e tanto se queixa Teixeira dos Santos é o “mercado” criado e mantido pelo governo da Republica e que no final de 2009 “o MEDIP registava um conjunto de 29 participantes: 18 market makers e 10 market dealers em OT e 15 market makers e 6 market dealers em BT. Aquando do arranque do MEDIP, em Julho de 2000, participavam apenas 12 bancos”.
Entretanto, para dar credibilidade a este “mercado” (MEDIP), o governo contratou duas empresas de rating para emitirem avaliações regulares do estado económico e financeiro do país de que agora hipocritamente tanto se lamenta.
E quem são estes market makers e dealers. Pois bem, em 31 de Dezembro de 2005 eram os seguintes (segmento Obrigações do Tesouro do MEDIP/MTS Portugal). (fonte MTS).
Market Makers
ABN-AMRO Bank, NV
Banco Espírito Santo, SA
Banco Millennium BCP Investimento
Barclays Bank PLC
BNP Paribas
Caixa Geral de Depósitos, SA
CALYON
Citigroup Global Markets Limited
Deutsche Bank AG
Fortis Bank
Goldman Sachs International
HSBC France
Lehman Brothers International (Europe)
Morgan Stanley & Co International Limited
Société Générale, SA
Unicredit Banca Mobiliare SpA
Market Dealers
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo
Commerzbank AG
Credit Suisse First Boston (Europe) Limited
Dresdner Bank, AG
IXIS Corporate & Investment Bank
JP Morgan Securities LTD
Nomura International
WestLB
O objectivo da liquidez da dívida leva à criação no ano de 2000, do MEDIP, que se caracteriza por ser um mercado especializado para a negociação por grosso dos instrumentos da dívida pública baseado na utilização da plataforma electrónica de negociação MTS”.
O MEDIP arrancou com a negociação de Obrigações do Tesouro (OT) – instrumento de mercado para financiamento da República a médio e longo prazo – dinamizada pelos OEVT (operadores especializados em valores de tesouro) em que nele actuam, por compromisso assumido perante o IGCP (Instituto de Gestão do Crédito Público), com o estatuto de market makers. A 16 de Julho de 2003, na sequência de decisão da República de passar a emitir regularmente os novos Bilhetes do Tesouro (BT) para financiamento estrutural de curto prazo, a MTS Portugal, por decisão do seu Conselho de Administração, criou um outro segmento no MEDIP para a negociação por grosso destes títulos. Funcionando em paralelo com o das OT, o segmento de BT é dinamizado pelos intermediários financeiros a quem o IGCP atribuiu o estatuto de Especialistas em Bilhetes do Tesouro (EBT) que nele participam como market makers.
Para alargar a possibilidade de participação no MEDIP e dinamizar o mercado da dívida pública, o Conselho de Administração da MTS Portugal decidiu, em 2004, criar um terceiro grupo de participantes, os “Pure Domestic Participants” (PDP), com custos de acesso reduzidos.
No final de 2009, o MEDIP registava um conjunto de 29 participantes: 18 market makers e 10 market dealers em OT e 15 market makers e 6 market dealers em BT. Aquando do arranque do MEDIP, em Julho de 2000, participavam apenas 12 bancos. (fonte MTS).
Afinal “os mercados” de que fala e tanto se queixa Teixeira dos Santos é o “mercado” criado e mantido pelo governo da Republica e que no final de 2009 “o MEDIP registava um conjunto de 29 participantes: 18 market makers e 10 market dealers em OT e 15 market makers e 6 market dealers em BT. Aquando do arranque do MEDIP, em Julho de 2000, participavam apenas 12 bancos”.
Entretanto, para dar credibilidade a este “mercado” (MEDIP), o governo contratou duas empresas de rating para emitirem avaliações regulares do estado económico e financeiro do país de que agora hipocritamente tanto se lamenta.
E quem são estes market makers e dealers. Pois bem, em 31 de Dezembro de 2005 eram os seguintes (segmento Obrigações do Tesouro do MEDIP/MTS Portugal). (fonte MTS).
Market Makers
ABN-AMRO Bank, NV
Banco Espírito Santo, SA
Banco Millennium BCP Investimento
Barclays Bank PLC
BNP Paribas
Caixa Geral de Depósitos, SA
CALYON
Citigroup Global Markets Limited
Deutsche Bank AG
Fortis Bank
Goldman Sachs International
HSBC France
Lehman Brothers International (Europe)
Morgan Stanley & Co International Limited
Société Générale, SA
Unicredit Banca Mobiliare SpA
Market Dealers
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo
Commerzbank AG
Credit Suisse First Boston (Europe) Limited
Dresdner Bank, AG
IXIS Corporate & Investment Bank
JP Morgan Securities LTD
Nomura International
WestLB
Marcadores: Dívida pública, MEDIP, Mercados2
6 Comments:
Caro amigo Ruy
Excelente e detalhada informação sobre o circuito da divida.
O cinismo não é um defeito, é uma caracteristica destes políticos.
Puxa...já há uns tempos que não vinha aqui....coisas de saúde....mas vejo que o Blogg rejuvenesceu...!
O País...coitadito é que continua na mesma...como no tempo do 5 de Outubro....não admira a rapaziada que por aí anda é neta dos da altura....o que é que se havia de esperar....
Quanto aos mercados ( ....não.!..não é o da Ribeira...!?)...não percebo porque é que o Ministro das Finanças não se junta com eles a discutir o Orçamento....em vez do PSD....
...sim porque nunca vi tanta gente a querer unanimidade e acordo.....e convergência...sob pena de grave crise nacional .... ( ainda hoje estou à espera que alguém publique o orçamento do 25 de Abril ou da implantação da República....se é que existe...) quando na Assembleia a rapaziada está sentada em compartimentos por Grupos....( ou Partidos ) ....
Nós somos assim...!!...batatas com bacalhau ...a saber a Roastbeaf....
...entretanto já chegàmos ao que nunca se fez....nem os Republicanos....que foi ir ao bolso de algum pessoal - o da Função Pública - e tirar-lhes parte dos ordenados.
Antigamente no tempo do Facho isso.... que nunca se fez ....poderia chamar-se expropriação ou qualquer coisa no género com protecção de Lei......e respeito pelos direitos do cidadão....
.....agora nunca sei se ...por negócio que eu faça de boa fé com o Estado não terei que quinze anos depois ter que devolver o que entretanto já gastei em remédios...porque o Estado se enganou...nas contas....
Ora porra para ao que isto chegou....!!!
O Tonito já deu mais de quinhentas voltas ....coitadito...!!???
Há dias vinha noticiado que uma grande empresa alemã tinha sido comprada por outra entidade estrangeira....mas logo a Sr.ª Merkel se adiantou dizendo que... tudo bem....mas a sede e principal estabelecimento da dita teria de continuar na Alemanha....
Pois é...eu bem tenho dito que não percebo porque é que em nome da convergência a BM.......por ex.º em vez de abrir um Stand em Lisboa...não muda a sua sede para Alenquer ou para a Guarda ...ou mesmo para Rilhafoles...???
Anda a rapaziada toda entretida com o Orçamento e ninguém se preocupa em semear umas batatitas....ou uns nabos para a malta ter que comer.....
É que os rapazes da moda acham que basta ir aos mercados...
Caro anónimo,
Já todos sentiamos a falta dos seus comentários...sem eles este blog não é o mesmo. Bem vindo, rápidas melhoras e um abraço.
APOIO AO PRIMEIRO MINISTRO JOSÉ SOCRATES, E TAMBEM AO MEU PRESIDENTE ANIBAL CAVACO SILVA
.
EU ME RENDO.
ATIRO A TOALHA AO CHÃO.
VENHO AQUI, HOJE, DAR MEU APOIO INCONDICIONAL Á ZÉ SOCRATES E CAVAQUINHO SILVA.
COM RELAÇÃO AO ZÉ SOCRAS, TENS O MEU APOIO PARA SUBIR O GASÓLEO PARA 12 EUROS O LITRO ( SENDO DE IMPOSTOS 10 EUROS ), JÁ HOJE, POR QUE A CRISE É GRAVE.
COM RELAÇÃO AO ANIBAL, A ANGUSTIA DE CAVACO EM RELAÇÃO A NOSSA CRISE, ME PROVOCA PROFUNDA PREOCUPAÇÃO PELA SUA SAÚDE.
LHE RECOMENDO ANIBAL, QUE COMPRE SUPOSITÓRIOS DAS CALDAS DA RAINHA, E QUE TUA QUERIDA ESPOSA OS ENFIE NO DEVIDO LUGAR DE VOSSA EXCELENCIA. NÃO VÁ O ANIBAL TER UM ATAQUE DE LOUCURA E SE SUICIDAR ............ EU IRIA COMEMORAR DURANTE UM ANO COM UM CHURRASCO REGADO A MUITA CERVEJA.
HÁ, JÁ IA ME ESQUECENDO, TENDO EM CONTA O BEM ESTAR DOS HOMENS PORTUGUESES, TE RECOMENDO ZÉ SOCRATES, QUE PROPONHAS UMA LEI NA DIGNÍSSIMA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA, PARA QUE TODOS OS HOMENS PORTUGUESES TENHAM QUE DAR O RABO TRES VEZES POR SEMANA.
É QUE TEMOS TODOS QUE SER IGUAIS Á MINORIA QUE QUE ESTÁ TÃO BEM REPRESENTADA EM VOSSO GOVERNO, E NA DIGNÍSSIMA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA.
TE GARANTO QUE NENHUM HOMEM PORTUGUES VAI CONTESTAR ESTA LEI, PORQUE OS VERDADEIROS HOMENS PORTUGUESES MORRERAM, SOMOS AGORA UM BANDO DE IDIOTAS SEM TOMATES PARA CONTESTAR SEJA O QUE SEJA.
SE AS SCUST´S FOSSEM EM ESPANHA, VERIAMOS O QUE OS ESPANHOIS JÁ TERIAM FEITO........ NÃO HAVERIA NENHUM PORTICO AINDA DE PÉ.
MAS COM SOMOS UM POVO DE BANANAS, EM QUE NOS ENTRETEMOS COM:
- FADO
- FÁTIMA
- FUTEBOL
- NOVELAS IMBECIS TIPO MORANGOS COM AÇUCAR
AUMENTA MAIS OS IMPOSTOS ZÉ SOCRAS, ESTICA A CORDA ATÉ ARREBENTA-LA, NÃO TENHAS MEDO, O ZÉ POVINHO É MANSO, E NEM COM AS ORELHAS DE BURRO QUE TEM, ABANAM AS MOSCAS QUE OS COMEM VIVOS.
NÓS PORTUGUESES MERECEMOS TUDO ISTO, E MUITO MAIS DO QUE AI VEM, POVO MACAMBÚZIO ..........................................
RAMIRO LOPES ANDRADE
AQUI DA ARGÉLIA
ramirolopesandrade.blogspot.com
Boa noite,
Muito interessante este post.
A UE serve para a Alemanha juntamente com os EUA irem levando a vida deles á custa de uma França com medo do passado e de outras invasões e de outros países que entraram atrás da cenoura que foi gostosa mas que agora está podre.
Estamos todos a viver o que não temos e temos de ser chamados á realidade.
Os politicos são desta qualidade e têm estes valores fruto da mentalidade portuguesa que se criou...
Os ricos são desrespeitados, qualquer borra botas arranja um esquema para comprar um bom carro e parecer "da alta"...
Defendo que quem têm dinheiro a sério deveria defender a sua classe e tornar os brinquedos dessa mesma classe só acessiveis a quem realmente têm e mantêm.
Também deveriam separar o trigo do joio, quem ganha muito dinheiro rápidamente deveria ser socialmente posto de parte como mau exemplo e investigado.
Devem ser respeitados se realmente a fortuna que aparentam seja de valor, não é ir para Londres e ser o heroi que escapou, ou ser presidente da camara e condenado, ou ter esquemas mais que falados e estar á frente do país.
Uma vergonha...
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