sexta-feira, março 25, 2011

BLOCO CENTRAL


Não serão as práticas neoliberais que alguma vez nos permitirão sair da crise. Foram as políticas neoliberais que conduziram o mundo “ocidental” à crise financeira/económica e não será a continuada insistência na sua prática que constituirão a solução. Mas vamos por partes. Se por sair da crise, se entende colocar a economia de um país com crescimentos económicos visíveis, com baixas taxas de desemprego, com redução das desigualdades sociais, com melhoria nos serviços prestados pelo Estado, na Saúde, Educação, Segurança, Justiça, não serão as práticas neoliberais seguramente que nos farão ultrapassar a crise. Contudo, se por outro lado, se entende, que sair da crise consiste em capitalizar as instituições financeiras, “acertar as contas públicas” à custa de aumento de impostos sobre o rendimento, pequeno comércio e pequena industria, ou ainda cortando nas funções sociais do Estado, isentando de agravamento de impostos os grandes consórcios económicos e financeiros ou permitindo preços de monopólio e agravando as taxas de desemprego, então sim, estamos no rumo certo.
Só que esta ultrapassagem da crise nada tem a ver com crescimento económico e social. Tem unicamente a ver com o crescimento do capitalismo financeiro. E, a maior contradição do desenvolvimento capitalista a que chegamos é precisamente esta – a contradição entre o capital financeiro e o capital produtivo. Alcançado o domínio do capital financeiro sobre o capital produtivo, só poderemos esperar agora maiores desigualdades sociais, menores crescimentos económicos, diminuição drástica das funções sociais do Estado e mais desemprego. As práticas neoliberais, as “reformas” insistentemente reclamadas pelos seus seguidores, vão todas no sentido do fortalecimento do capital financeiro, ignorando quaisquer medidas fomentadoras do crescimento produtivo e assim inviabilizando um crescimento económico e social sustentado.
O PSD, como o PS, depois de abandonarem as suas matrizes, social-democrata e socialista (se alguma vez as assumiram), encontram-se hoje completamente enfeudados às práticas neoliberais. As “reformas” que o PSD implantará quando chegar ao poder seguirão o mesmo sentido e aprofundarão as iniciadas por Sócrates. E, como a crise portuguesa não resulta apenas da “crise internacional” mas da sua própria crise interna resultante da “corrupção institucional” criada e ampliada ao longo das últimas décadas pelo “Bloco Central”, os portugueses só poderão esperar mais difíceis dias ainda porque tanto um com o outro jamais iniciarão a batalha de combate e aniquilação desse cancro que consome os dinheiros públicos.

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oh..diabo...!!..esta análise tem a sua lógica....( ou não fosse neste Blogg..?!)

...e eu que até estava esperançado de que ainda havia de ser rico...neste País...é que estou agora completamente errado...

...sendo assim vou mas é até ao Corte Inglês ver as modas da populaça....e comer uns pinchos...antes que os espanhóis se vão embora..!!

12:43 AM  

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