quinta-feira, março 17, 2011

o resgate

(fonte Blooberg)
A verdade é que não haverá uma descida segura e estável dos juros da dívida pública enquanto Sócrates e o seu governo permanecerem em funções. Sócrates não oferece qualquer confiança aos “mercados” e à UE, como igualmente não tem qualquer credibilidade em Bruxelas “o pai dos mercados”, “o pior ministro das finanças da UE”, Teixeira dos Santos.
É por esta razão que por mais PEC que Sócrates apresente, os juros da dívida pública seguirão sempre o mesmo rumo acelerado de subida. Só por razões de tacticismo partidário, de conservação de poder a todo o custo, o governo não recorreu ainda ao FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) e ao FMI como alias Teixeira dos Santos declarou ainda não há muito tempo. São gravosos os custos para o país do atrasar desta inevitabilidade. Esta polÍtica de adiamento da intervenção do FEEF não defende os interesses nacionais (pelo contrário despreza-os), como pretendem fazer crer Sócrates e Teixeira dos Santos. É inqualificável, face à situação desastrosa a que o país chegou, que se coloquem interesses partidários acima dos interesses nacionais. Porque é disto que se trata efectivamente. Não é preciso ser sábio para compreender a inevitabilidade duma intervenção do FEEF. Basta olhar para a evolução dos juros e para o comportamento dos “mercados” nos últimos meses, com ou sem orçamentos e PECs aprovados. E, quanto maior for o atraso do resgate pior serão os custos para o país.
Foram Sócrates e Teixeira dos Santos que entregaram Portugal na mão dos mercados. Não apenas porque elevaram drasticamente a divida pública, passou de 58,3% do PIB em 2004 para 0s 91% actuais (não contado com a dívida publica indirecta que, se considerada, eleva para cerca de 125% do PIB a divida pública total) ou porque subiu a dívida externa líquida no mesmo período de 64% do PIB para 108,5% do PIB, mas por alterar e adoptar novas políticas para a gestão da dívida pública. Na verdade, o drástico agravamento da dívida pública e a opção de a entregar a credores internacionais, só aquelas duas personagens se deve. Em 2004, mais de metade da dívida pública encontrava-se nas mãos de nacionais, ao contrário de 2010, em que os nacionais detém apenas 15%. Esta política foi conscientemente assumida. O “ataque” aos certificados de aforro fez parte dela. Deslumbrados com a “globalização financeira”, com a “nova modernidade”, possuidos de um provincianismo saloio, entregaram Portugal, nas mãos dos mais insaciáveis e vorazes depradadores – os “mercados financeiros”, especuladores e ávidos de ganâncias.

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