segunda-feira, setembro 30, 2013

"elites extractivas"

Pela total semelhança com o caso português, é interessante conhecer a “teoria das elites extractivas” (ou ao que eu chamo a “teoria da corrupção institucional”) de César Molinas, economista espanhol. Há uma total identificação do comportamento da classe política da área da governação espanhola com a de Portugal. E, seguramente, que tais comportamentos das classes políticas de alguns outros países europeus não será muito distinta.
 Teoria das "elites extractivas" de César Molinas
1. O conceito “elite extractiva” é formulado pelos economistas Daron Acemoglu e Jim Robinson, e o definem como “um sistema de captura de rendimentos que permite, sem criar riqueza nova, extrair rendimentos da maioria da população em benefício próprio”.
2. O economista César Molinas aplica esta teoria ao caso espanhol. Afirma que a classe política espanhola se converteu num “grupo de interesses particular”, que criaram um sistema para captar (ou extrair) rendimentos da população com o fim exclusivo de manter-se à custa do contribuinte, directa ou indiretamente.
3. Esta elite política reproduz-se mediante um sistema eleitoral que não permite a eleição individual de candidatos, senão de partidos. Desta maneira as cúpulas partidárias controlam ferreamente todos os centros de poder do Estado.
4. A elite política espanhola tende a provocar borbulhas económicas de que nunca se responsabiliza, graças a seu controlo sobre os órgãos de regulação. O caso de Bankia (ou na situação portuguesa o caso BCP), é um exemplo claro: destroçaram-na e não se apurou nenhuma responsabilidade. Os políticos também causaram a borbulha imobiliária, pois tinham poder para decidir o preço do solo através de requalificações ou desenvolver planos urbanísticos. Outros exemplos são as subvenções às energias renováveis ou a construção de infra-estruturas desnecessárias, como palácios de congressos ou de justiça faraónicos, centros desportivos não terminados ou auto-estradas que ninguém usa.
5. As reformas estruturais que a situação actual exige foram convertidas em meros cortes e subidas de impostos, (corte nas funções sociais do Estado, aumento de impostos sobre o Trabalho, redução de salários e pensões, privatizações com a venda ao Capital e ao desbarato do património nacional) e não na supressão de fundações, empresas e organismos públicos parasitários. Quer dizer, cortaram nos rendimentos produtivos (a dos cidadãos e empresas privadas) e mantiveram as improdutivas (donde a classe política extrai os rendimentos).

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...


Por falar em reforma do Estado....

...Ora...vejamos.... o Estado lembrou-se recentemente de taxar prá'i em 20% os prémios do euromilhões e outras lotarias legais do género...

Bom...como reforma do Estado e de mentalidades porque é que o Estado em vez de taxar ...não joga ele próprio no Euromilhões...??!!!

...assim talvez se pudesse falar de privatização...menos Estado... menos funcionários e reformados....igualdade de oportunidades...mercados.... e reforma do dito...!!

.....com grande alívio dos premiados....

7:03 PM  
Anonymous Anônimo said...


Em recente alteração do Código do Trabalho se diz que o acordo de adaptabilidade de horário de trabalho pode ser celebrado por proposta do empregador...presumindo-se a aceitação por parte do trabalhador que a ela não se oponha,por escrito nos 14 dias seguintes ao conhecimento da mesma....

..é moda recente...!!!
................tudo mais fácil ...!!!

....não tarda muito ainda vai aparecer que se presume que o empregador aceita o salário proposto pelo empregado caso não se oponha por escrito no prazo de 14 dias....

Ou será que o caro Blogger está já a pensar que eu sou um fervoroso adepto dos mercados...???

...e da igualdade das partes...???

7:14 PM  

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