Lixo fedorento
Ainda há menos de duas semanas falava-se num eventual segundo resgate. O governo e a comitiva que o acompanha, abalados com a repentina subida dos juros da dívida para valores superiores a 7%, apressaram-se a lançar a eventualidade de um segundo resgate e em tom de ameaça, procurando desse modo atemorizar mais ainda os portugueses e assim tentar atenuar ou paralisar as reacções do seu descontentamento. As agências de rating juntam-se “à festa” e ameaçam por sua vez descer uma vez mais as obrigações de dívida pública. E como já estão classificadas de LIXO supõe-se que para uma classificação de lixo mais fedorento ainda.
Agora, mudaram de discurso, reconhecendo talvez que uma tal táctica política não seria muito favorável em período eleitoral. Começaram a falar em crescimento. Em manobra combinada com Cavaco Silva, desde o ministro da economia, de Paulo Portas, de Passos Coelho ao presidente da república, todos deram em falar de crescimento económico. De um lado como manobra política em período eleitoral, por outro como “mensagem aos credores”, aos “mercados”. A trama tem tanto de anedótico como de trágico. Presidente e governo, insistem em continuar com as mesmas políticas recessivas que só podem conduzir a mais recessão, desemprego e miséria. E não são as suas palavras ou a sua vontade que altera a realidade. O crescimento de que falam é um mito que se irá desfazer nos dados económicos dos próximos meses. Em tempos, Cavaco Silva ainda se apresentava de algum modo descolado do governo quando falava em espiral recessiva, mas neste momento encontra-se coladinho ao governo e às suas estuporadas políticas.
Se fosse possível classificar, por uma qualquer agência, esta elite política que nos desgoverna, eles estariam seguramente abaixo do lixo fedorento.
2 Comments:
Para além dos esforços para nos levarem à míngua...há ainda toda uma acção que até parece concertada no sentido da destruição de alguma concórdia e da confiança quanto à ideia norteadora do Estado ou Sociedade de Direito em que nós gostamos de viver e que advém de há uns tempos atrás lá de França....donde vieram uns princípios da chamada Igualdade ...para além da fraternidade...e liberdade ....e que acabaram chapados numa coisa que os mesmos francos acabaram por chamar de Constituição...
...desde então toda a malta mais ou menos adiantada ....acabou por querer uma coisa dessas....umas maiores outras mais pequenas...
...mas ...viver contra as ditas é que nem pensar ...isso seria viver contra a sociedade que as fez...
...enfim coisas banais...para alguns...que já só pensam em termos de yogurte...ou Mac donalds...aonda aliás.... ainda há constituição...
Pois ...tudo a propósito de mais umas tantas regras laborais ...ao que parece ditadas por ...um conjunto de equilíbrios que agora ficaram comprometidos...só porque vão contra as tais regras constantes do texto chamado de Constituição...
Isto é que vai uma festa....em vez de se porem a trabalhar e a ir buscar o dinheirito para porem as fabriquetas a produzir... andamos todos muito preocupados é com conjuntos de equilíbrios...ainda por cima inconstitucionais....
De qualquer modo...tal como já na altura do dito equilibrio tínhamos perguntado...voltamos agora a fazê-lo...
...Uma das regras agora declarada inconstitucional diz que em situação de despedimento....cabe ao empregador definir, por referência aos respectivos titulares, critérios relevantes e não discriminatórios face aos objectivos subjacentes á extinção do posto de trabalho....
Caro Blogger...mesmo que não exista constituição nehuma.....e mesmo que a gente não saiba sequer ler ou escrever...( e muito menos aquele texto rebuscado...)acha bem que havendo um contrato entre duas pessoas...uma delas possa, por sua iniciativa, pôr termo ao mesmo de acordo com critérios que ela própria estabelece...???
Está a ver porque é que no princípio fomos lembrar-nos dos franceses...do Séc XVIII..??!
...e já sabiam lêr....
Não servem
nem para a reciclagem
Postar um comentário
<< Home