segunda-feira, dezembro 22, 2014

A Indefinição Estratégica de António Costa

Ao contrário do que propagandeia a coligação Passos Coelho e Paulo Portas não foi o PS de António Costa que virou à esquerda radical mas antes, ao contrário, a clara viragem à direita radical da coligação, que coloca aos olhos da coligação o PS de António Costa numa posição “radical de esquerda”.
  Na verdade, o radicalismo de direita do PSD/CDS, a sua política anti social e a tentativa, em parte conseguida, de transformação do modelo social vigente nestas últimas quatro décadas, (recordem-se as palavras de Passos Coelho logo no início do mandato – “independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”) que desloca, na visão da coligação governamental, o PS para uma como afirmam “esquerda radical”.
Pelo contrário, o PS de António Costa ainda não definiu exactamente porque caminhos quer trilhar. Até agora, tem-se manifestado não tanto contra a austeridade mas antes contra o “excesso de austeridade” seja lá o que isso for. Não é igualmente clara a sua posição face à reposição dos cortes sociais infligidos pelo governo nem a sua posição face à reposição da legislação laboral aplicada pelo governo, para já não falar da sua posição face ao problema da dívida pública portuguesa.
Contudo, creio não existirem melhores condições do que hoje para, sem grande esforço, o PS definir com clareza as suas políticas. Basta-lhe afirmar que rejeita as políticas neoliberais, que rejeita o “socialismo neoliberal” para se encontrar ao lado da esmagadora maioria dos portuguesas e conquistar adeptos também ao centro como demonstrou a assinatura de muitas figuras do centro e centro direita no “manifesto dos 74”.
Depois da crise financeira de 2007/2008 tornaram-se claras as contradições em que o país, a Europa e o mundo se encontram envolvidos. O domínio do capitalismo financeiro sobre o capitalismo produtivo, que a crise veio reforçar exponencialmente e a agressão social, ética e humana que está na génese do capitalismo financeiro, afasta muitos cidadãos de direita e centro direita das políticas da pura selvajaria social do neoliberalismo, do capitalismo financeiro, “da economia que mata” como afirma o Papa Francisco.
Ao PS só lhe cabe captar tal descontentamento. E, para tanto lhe basta ser fiel aos seus velhos princípios sociais-democratas, hoje, pelos vistos, considerados “revolucionários e radicais” pela coligação de direita radical Passos/Portas.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

10:48 PM  
Blogger menvp said...

Manifesto: É PRECISO DIZER NÃO AO NAZISMO-DEMOCRÁTICO... E... SIM AO DIREITO À SOBREVIVÊNCIA!
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Leia-se:
Ponto nº1:
- é preciso dizer NÃO àqueles que pretendem determinar/negar democraticamente o Direito à Sobrevivência de outros.
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Ponto nº 2:
Todos diferentes, todos iguais!...
-> Isto é: TODAS as identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta!...
{nota: Inclusive as de 'baixo rendimento demográfico' (reprodutivo)!... Inclusive as economicamente pouco rentáveis!...}
-> Uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum.
-> Uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço.
Resumindo: os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa!
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P.S.1.
Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim... a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!
[nota: para além dos hitlerianos, existem outros... um exemplo: os 'HOLOCAUSTERS' MAIS MASSIVOS DA HISTÓRIA (na América do Norte, na América do Sul, etc) são precisamente aqueles que buscaram/procuraram pretextos para negar o direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones... nomeadamente, e em particular,... aqueles que argumentam que a sobrevivência de Identidades Autóctones prejudica a economia]
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P.S.2.
Separatismo-50-50.

1:52 AM  

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