MARCELO REBELO DE SOUSA É TÃO SÓ UM SOCIAL-DEMOCRATA
Parece-me que muita gente da direita neoliberal ainda não compreendeu bem o que une, ou melhor, as circunstâncias que fazem unir o PCP, O BE e o PS.
O que os une é terem a oportunidade de constituírem uma frente comum contrária às políticas neoliberais, às políticas de empobrecimento das classes populares (trabalhadores e classe média) numa transferência de rendimentos destas classes para os mais ricos, às políticas de redução de salários e pensões, de cortes nas funções sociais do estado (Educação, Saúde e Protecção Social), às políticas que visam uma alteração do modelo social e económico vigente substituindo-o por outro, às políticas de venda ao desbarato do património do estado, às políticas que nas palavras do Papa Francisco criam uma nova ordem, uma nova “economia que mata”.
O que une o PS, BE e PCP é a sua oposição às políticas neoliberais de destruição do estado social, do aumento das desigualdades sociais e das reduções salariais e precariedade no trabalho.
Acontece que antes do governo de Coelho e Portas nenhum outro governo depois do 25 de Abril, de direita ou de esquerda, nenhum deles colocou em causa o estado social. Só este último governo PPD/PP, aproveitando-se da vinda da Troika, tomou como seu primeiro propósito tal objectivo. Sem máscara, Passos Coelho assumiu-o desde o início quando afirmou: "independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.
Hoje, tanto os defensores da social-democracia como os defensores do socialismo (isto nos seus conceitos clássicos) deverão estar irmanados na mesma luta da defesa do estado social e no combate das desigualdades sociais, deixando de lado as suas diferentes estratégias de longo prazo quanto aos modelos de sociedade.
E parece-me que procedendo assim compreendem bem o momento presente. O essencial, urgente e prioritário no momento é derrotar o capitalismo selvagem, o modelo neoliberal, sem regulação, que aumenta as desigualdades e empobrece os países.
Creio que é um feito extraordinário a união da esquerda portuguesa neste objectivo de defesa do estado social e creio também que terá seguramente continuidade por essa Europa fora. Por uma razão simples – o neoliberalismo é uma doutrina falhada, sem qualquer perspectiva de futuro, que conduz ao empobrecimento contínuo e à austeridade perpétua.
Marcelo Rebelo de Sousa é tão só um verdadeiro social-democrata e é por essa razão que hoje é atacado pelo radicalismo neoliberal encabeçado por Coelho e Cristas.
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