quarta-feira, dezembro 28, 2016

UM GRANDE SAPO E O “CIMENTO-COLA PASSOS COELHO”

Num ápice tudo muda.
As próximas sondagens darão o PS e o governo a cair ao fim de longos meses de subidas.
É o resultado das suas cedências ao patronato no acordo alcançado da concertação social. Aquela descida de 1,25% da TSU favorecendo o patronato (medida ainda que “provisória” mas sem fim à vista, e contemplando apenas os trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo) é um sapo demasiado grande para engolir e que muitos portugueses também vão demorar a esquecer.
É também o primeiro sério golpe na estabilidade da maioria parlamentar. Em especial por parte do PCP, tardio como sempre nas suas reacções, mas que não irá esquecer facilmente o grande sapo que António Costa o obrigou a engolir.
Quem pensava que na concertação social existem dois parceiros - as associações patronais de um lado e os sindicatos do outro - e que o governo actuaria como árbitro procurando conciliar as duas posições contrárias e por natureza em confronto (a dos patrões e a dos sindicatos), desiluda-se. Ao que parece o governo actua também com parceiro e, pelos vistos, como principal parceiro da negociação. Três parceiros portanto. É a conclusão a que se chega depois de ouvir ministros, patrões e sindicalistas.
Nada ficará como antes depois deste acordo de concertação social. Longos meses levarão o PCP e o BE a digerir e a esquecer tão indigesto repasto. O PSD que se apresse a mudar de líder e a deixar de vez
Passos Coelho e o seu discurso sempre igual, de cortes punitivos (os portugueses viviam acima das suas possibilidades) e da austeridade perpétua redentora. Passos Coelho com tal discurso é o cimento que cola esta maioria parlamentar.
E apesar do abalo deste episódio da TSU, a maioria parlamentar continuará estável dada a força do “cimento-cola Passos Coelho”.