A “via sacra” do euro
Duelo de egos na eurozona
Com Portugal aparentemente pronto para um humilhante resgate da UE e do FMI e as conversações sobre a ampliação do fundo de estabilidade, crescem as tensões na eurozona. A culpa recai nas divergências entre os líderes europeus e o grande problema de comunicação na Europa.
Angela Merkel encontra-se imersa em conversações sobre a crise do euro quando toca o telefone na reluzente chancelaria de Berlim. Ao telefone, o primeiro ministro português José Sócrates, desde Lisboa, suplicando por ajuda. Segundo os prognósticos, Portugal será o terceiro país a cair com o peso da sua dívida soberana, pelo que necessitará de um resgate liderado pelos alemães. Sócrates parecia desesperado e submisso, segundo testemunhas.
Perguntou a Merkel o que deveria fazer, prometeu fazer o que quer que fosse, com excepção de uma coisa: não pediria um resgate com condições extremamente duras. Segundo as versões que circulam em Berlim, Merkel manteve Sócrates em espera, enquanto pedia opinião aos seus poderosos visitantes: Dominique Strauss-Kahn, o director francês do FMI e Giulio Tremonti, o respeitado ministro dos negócios estrangeiros italiano que esteve recentemente pressionando pela introdução dos “eurobonds”. Ante as interrogações de Sócrates, Strauss-Kahn, o chefe do FMI que fala alemão, mostrou-se indiferente. A súplica do português não tinha sentido, afirmou, porque Sócrates não seguiria nenhum conselho que se lhe desse.
Esta situação que se produziu a semana passada em Berlim, mostra o que um alto funcionário alemão descreve como “o grande problema de comunicação da Europa”. No meio de uma das piores crises da UE de todos os tempos, o nível de confiança entre os principais líderes políticos e os responsáveis pelas decisões é tão baixo, que complica enormemente a procura de uma solução ante o desafio existencial do euro.
Os fundamentos económicos na eurozona tomam direcções opostas: a Alemanha e o norte da Europa saem reforçadas da recessão, enquanto o sul da Europa está imerso num círculo vicioso de dívida e deflação. Esta situação e os problemas da dívida soberana de meia dúzia de países colocam em risco o euro. Contudo os perigos agravam-se com as fricções entre os líderes políticos encarregados de resolver a crise. No mesmo dia em que Berlim fez caso omisso de Sócrates, José Manuel Durão Barroso, o presidente da Comissão, anunciou em Bruxelas que o fundo de resgate do euro deveria reforçar-se. Publicamente Merkel e o seu ministro de Finanças Wolfgang Schauble, qualificaram a intervenção de Barroso de desnecessária. Em privado, o gabinete da chancelaria disse a Barroso que se calasse, que os 440.000 milhões de euros garantidos pelos governos da eurozona não eram da sua incumbência, já que não era dinheiro da Comissão.
4 Comments:
Vamos lá a ver quem é que mais contribui para a porrada que se avizinha....
...aliás é o caminho que todos procuram seguir como gulodice....
arre...! caramba...que ninguém estuda História neste Mundo...
E depois não digam que não lêm este Blogg...
....isto a propósito de descontos no pessoal do sector público....e de ...melhor seria criar forma de todos pagarem...isto é : imposto !!!
Há que ter calma e confiança nuns senhores que se reunem aí debaixo da neve suíssa...e que vão resolver a nossa vidinha... como bons amigos....ou não fossem eles ...oh! diabo !...não sei quem...
Caro Blogger....talvez me possa ajudar a compreender...
...se nós estamos a caminho do que éramos antes de haver UE...para que será que estamos nela...???
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