De mãos atadas
Não vale a pena disfarçar o estado miserável a que chegaram as Finanças Públicas portuguesas. Não vale a pena a pedincha aos Qatares ou às Chinas por esse mundo fora. Portugal não tem capacidade económica para pagar as suas dívidas actuais e futuras. Além da emissão de dívida para pagar o défice crónico orçamental o país terá de emitir também dívida para resgatar as anteriores emissões. Só durante o corrente ano, até Junho, terá de resgatar 9,4 mil milhões de euros. É uma situação insustentável. Avizinham-se portanto dias mais negros ainda para os portugueses. Não se trata de pessimismos gratuitos mas tão só da constatação lógica dos resultados do endividamento nacional a que chegámos.
E o mais lamentável de tudo isto é que não se vislumbra, com a urgência que a situação requer, qualquer alternativa política que possa dar alguma esperança ainda aos portugueses. Com Sócrates ou Passos Coelho o desastre será o mesmo. Nem o PS, nem o PSD, nem o CDS, nem o BE ou o PCP alertam o país com a veemência necessária para o desastre que se avizinha, ou propõem alternativas credíveis e viáveis que possam inverter a situação financeira, económica e social que vivemos.
É preciso apontar muito concretamente as causas que geraram esta situação, e enunciar mais concretamente ainda, a alternativa capaz de a inverter. Coisa que os partidos, perdidos em mil conjecturas e em combates palavrosos palacianos, não adiantam. No palavreado que lemos e ouvimos nos meios de comunicação social a “comentadores, economistas e politólogos de serviço” a confusão torna-se ainda maior. Falam de tudo e do seu contrário, mas no fundo todos pretendem perpetuar a situação confortável em que se encontram instalados, medindo as palavras de modo a não provocarem a mínima perturbação ao sistema corrupto institucional a que chegámos. Alguns, por oportunismo, aproveitando-se dessa confusão, ensaiam as suas investidas contra o chamado “estado social”. Falam em “gordura” do estado. Mas para estes, a gordura do estado não são os múltiplos, paralelos e parasitários órgãos do estado criados pelo sistema corrupto institucional vigente (sobretudo a partir dos últimos 15 anos), mas a abrangência das funções sociais do estado que consideram “exorbitantes”. Para eles, adeptos do “estado mínimo”, a Educação, a Saúde, a assistência social, etc, deveriam ser privatizados, dando novas áreas de negócio aos privados e libertando o Estado de tais compromissos. Claro que pouco lhes importa os sacrifícios a que ficariam sujeitas as populações com tal ideário, dado que defendem, não os interesses sociais gerais da sociedade mas apenas os interesses muito particulares dos privados. Mas, nem aqui, as vozes da denúncia são suficientemente convincentes.
Marcadores: Dívida, gordura do estado, neoliberalismo
3 Comments:
Ruy
Permita que publicite neste espaço, esta petição:
"Petição Para Uma Nova Economia - Uma Tomada de Posição Pública "
http://www.peticaopublica.com/?pi=NovaEco
CARO AMIGO
Continuamos a concordar inteiramente com aquilo que escreve. Obrigado.
Hoje enviamos a nossa proposta para as presidenciais.
NOBRE, A REVOLTA POSÍVEL !
E é mesmo aquela que está mais à mão.
Se continuar Cavaco Silva, tudo continuará na mesma.
Se entrasse o poeta Alegre, da prosa não iria sair poesia.
A cartilha é a mesma e nem as virgulas se alteravam. Ou seja, o Sistema continuaria a fluir tal como até aqui. Nada de novo iria surgir.
Nem rasgos de imaginação ou novas descobertas, ou novas gentes.
Continuaríamos a ouvir os mesmos discursos........ apenas com entoação diferente.
As frases já as conhecemos.
Lá voltaremos a ouvir dizer que o País precisa de Estabilidade.
De respeito pelas Instituições.
Do esforço de todos os Portugueses. Dos sacrifícios de agora para um futuro melhor depois.
Com mais segurança. Com mais oportunidades para os jovens. Etc, etc.
E acima de tudo lembrarem-nos que é preciso ter confiança nas Instituições Democráticas !
Toda esta conversa desde 75...79...80....85....90....95....2000.....2005......2010....,
São 35 anos de falsas promessas a par do enriquecimento ilícito de toda uma classe politica que se apropriou do País.
Qualquer dos candidatos garantem este discurso e a consequente decadência a curto prazo.
Nenhum destes candidatos nos interessa.
Nenhum nos merece confiança.
Nenhum conseguirá contribuir para a solução que se exige para o País.
Essa seria uma mudança de Regime e a responsabilização da Classe politica que conduziu o País ao estado em que se encontra.
Sabemos que isto não irá acontecer. Mas pode ser o primeiro passo.
E se Fernando Nobre conseguisse ir a uma 2ª volta e ser alternativa viável ?
Só traria vantagens, mesmo que traga ás costas alguns penduras de ocasião.
Penso contudo, que a dimensão humana e social deste homem nunca se vergará a jogos de interesses, mesmo que eventualmente surgissem dos tais apoios socialistas.
Se se apresenta como um homem fora do Sistema, não nos parece que pudesse vir a integrá-lo agora.
Nem nos parece que possa vir a pactuar com as mentiras de qualquer 1º ministro em exercício.
Nem que deixasse passar em claro os gastos e roubos que sistematicamente se fazem no erário publico.
Nem que ficasse insensível aos desiquilibrios sociais existentes.
Basta isto, para fazermos um esforço de mobilização em favor de Fernando Nobre.
NOBRE, A REVOLTA POSSÍVEL.
Quando há 4 anos, numa cerimónia então realizada, estive ao seu lado, senti vontade de o abraçar ( pois não o conheço pessoalmente ) e agradecer por todo um trajecto de vida que só os Homens com H grande conseguem e merecem.
Agora, podem-se fazer todas as conjecturas sobre a sua candidatura.
Podem-se traçar alguns cenários. Até nem se gostar de saber que por perto já farejam os abutres.
Mas uma coisa é certa.
Neste momento Fernando Nobre é a centelha de revolta a que podemos deitar mão.
Não a desperdicemos. Façam esse favor ao País e a cada um em particular.
Amanhã, o Sol talvez brilhe um pouco mais.
Se não brilhar, também não se perdeu nada.
Pois é...estamos lixados....mas gosto do texto...
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