Passos Coelho – um político menor
Passos Coelho continua a demonstrar, em todas as suas intervenções públicas, um completo desconhecimento da realidade económica e social do país. De igual modo, tem demonstrado uma total incompreensão do funcionamento da economia portuguesa. Afirma Passos Coelho que “só teremos crescimento económico após o equilíbrio das contas públicas”. Em clima de recessão como a que vivemos, tal afirmação constitui um disparate. Tentar o equilíbrio das contas públicas numa economia em recessão, isto é, tentar o equilíbrio das contas públicas reduzindo salários e agravando impostos sobre o trabalho e o consumo, só provocará uma maior recessão que por sua vez exige, dentro desta mesma lógica infernal, mais aumentos de impostos, numa espiral recessiva sem fim.
Passos Coelho deveria compreender, que o que realmente acontece é precisamente o inverso do que afirma e que só a sua louca obsessão pela austeridade não o deixa ver. Na verdade, e ao contrário do que diz, só com crescimento económico poderemos alcançar o equilíbrio das contas públicas, o que faz toda a diferença. E o que exige a adopção de medidas contrárias à austeridade, exactamente opostas às que vêm sendo impostas.
Depois das vitórias de Hollande e do resultado das eleições gregas, a UE vê-se forçada a alterar o discurso da austeridade. É uma mudança puramente formal, sem qualquer propósito de alteração efectiva das medidas de austeridade impostas aos países sob a intervenção da Troika.
Perguntar-se-á, mas então qual a razão da UE para insistir nestas políticas tão gravosas para o bem-estar das populações e que, ao contrário do que se invoca, não resultam num equilíbrio das contas públicas mas pelo contrário no seu agravamento?
A UE está dominada pelas oligarquias financeiras, a quem os estados intervencionados e em dificuldades financeiras deviam e devem brutais montantes de dinheiro. Os maiores credores destas dívidas, públicas e privadas, são a banca alemã e francesa. As intervenções da Troika mais não fazem do que garantir o pagamento dessas dívidas, o retorno do dinheiro emprestado. É esta a sua primeira e única missão. Impor austeridade e a venda do património público com o único propósito de garantir dinheiro para o pagamento das dívidas dos estados.
Será bom que os portugueses deixem de ser parvos e deixem de ter a ideia romântica de uma União europeia solidária que os nossos políticos idiotas nos fizeram acreditar. Quando a UE empresta dinheiro aos estados a 4% de juros e aos bancos a 1%, não será isto a demonstração evidente dos interesses que defende e a quem está subordinada?
2 Comments:
Caro amigo
Totalmente de acordo com o titulo. Só que infelizmente o mesmo se aplica á generalidade da classe política instalada.
O País caminha para o descalabro económico e seria urgente uma tomada de posição publica por parte de todos os que sentem e percebem as consequências que cada vez mais se vislumbram no horizonte.
O sentimento maior que nos fica é o de sentirmos e vermos a total incompetência da maior parte dos (i)responsáveis que vão passando pelo governo e que a coberto do Sistema de Encobrimento de Politicos Corruptos, vão ficando impunes perante os crimes de lesa pátria que vão cometendo.
O documentário que passou na TVI sobre os projetos de construção de novas barragens é bem elucidativo da promiscuidade existente entre a classe politica e alguns grupos ligados ao setor do betão.
É urgente um "levantamento" nacional. Se nada acontecer, seremos cumplices deste atentado que em permanência vem sendo feito ao erário público e que é ao mesmo tempo um atestado de menoridade que está a ser passado a todos nós.
...a lista nunca mais acaba...essa da ligação ao betão....
Postar um comentário
<< Home