Campeão do colaboracionismo
Ora aí está. O urso alemão lançou os seus urros e mostrou as suas unhas ensanguentadas.
Não sejamos ingénuos. Os patrões do euro, jamais irão permitir que um pequeno país, a Grécia, se oponha e contradiga as políticas de austeridade sem fim impostas pela Alemanha à Europa do euro.
Face á simpatia sentida pelos povos europeus quanto às iniciativas do novo governo grego nestes últimos dias, em seus encontros em Roma, Paris e Bruxelas, o urso alemão não poderia deixar generalizar a ideia de que afinal existe uma alternativa às políticas de austeridade. Disposto a manter os países europeus dentro do seu redil, eis que paralelamente ao anúncio em comunicado da sua intransigência quanto às pretensões do governo grego, incumbe o seu braço armado, o BCE (uma demonstração mais de que o BCE não passa de um executor do mando alemão) de travar o curso dos acontecimentos e regredir as negociações gregas à estaca zero, ao anunciar que os bancos gregos deixarão de poder oferecer junto do BCE as obrigações de dívida pública grega como garantia de novos empréstimos.
Mais do que uma acção monetária o que o BCE fez foi actuar politicamente a mando do senhor Schauble e da senhora Merkel, mandatários da finança alemã.
A Alemanha pela terceira vez em menos de 100 anos está de novo em guerra com os países europeus, desta vez sem armas convencionais, mas com um poder destrutivo sobre o bem-estar dos povos algo semelhante. Basta olhar para o retrocesso social que está a acontecer na Grécia, em Portugal, no Chipre e também em Espanha, Itália e mesmo na Bélgica ou em França.
E, parece estar a ganhar esta batalha com a ajuda dos governos colaboracionistas europeus. Todos parecem vergar-se perante a autoridade imperial da Alemanha. A história repete-se. Há governos que são mais solícitos do que outros no propósito de lhe prestar vassalagem. É o caso do Governo português, campeão deste colaboracionismo.
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