terça-feira, junho 16, 2015

A fúria das privatizações

Como a crise internacional demonstrou há empresas que precisam que o Estado tenha controlo sobre elas. Para que os recursos nacionais, os recursos de todos não possam ser desbaratados em negócios ruinosos que afectam os cidadãos do país, o Estado tem que assegurar o controlo social sobre estas empresas, BES, BPN, etc. Tem que possuir a maioria do capital destas empresas. Sou assim favorável à socialização dos bancos bem como de todo o universo  das empresas estratégicas, isto é, daquelas empresas cujo negócio afecta toda a economia nacional, refiro-me às empresas energéticas, EDP, REN, GALP, às empresas do negócio da água, às empresas de comunicações, CTT, PT, às empresas das comunicações viárias, BRISA, ASCENDI, etc e também às empresas públicas de transportes pela natureza dos seus serviços, Brisa, Metro, CP, ANA, TAP, etc.
A maioria destas empresas funciona em regime de monopólio, logo com preços de monopólio. Só esta razão bastaria para a sua socialização. Os preços injustos que praticam e venham a praticar afectam a economia nacional, afectam todos os cidadãos. Pensar que serão melhor geridas estando privatizadas é um enorme engano. Essa “melhor gestão” de que se fala como justificação das privatizações traduz-se apenas nisto – aumentos de tarifas e diminuição dos serviços prestados. É o que se passa com a ANA que já aumentou as suas tarifas em 30%, com a GALP, EDP, cujos preços de monopólio são mais que exagerados com a BRISA, CTT, etc. Toda a “boa gestão” destas empresas sai dos bolsos dos portugueses.
A privatização destas empresas tornou a vida dos cidadãos mais difícil, reduziu os seus rendimentos e dificultou-lhes o acesso a bens e serviços essenciais como, por outro lado, tornou a economia nacional mais débil.
O Estado deve assegurar à sociedade o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis proporcionando aos seus cidadãos o acesso a bens e serviços essenciais à sua vida ao mais baixo custo.
Privatizar por razões ideológicas metendo nos bolsos de meia dúzia de empresários grandes riquezas à custa da redução de rendimentos da esmagadora maioria da população não nos parece nem justo nem racional.