Cenário Económico do PS
Há um denominador comum indiscutível no Cenário Económico apresentado ontem pelo PS e que é a assunção de que é preciso abandonar as políticas de austeridade, inverter o caminho seguido pelo governo PSD/CDS, para alcançar uma melhoria das contas públicas e do desenvolvimento económico. E é precisamente esta a razão que leva os defensores da austeridade sem fim, aqueles que acreditam que é preciso mais austeridade para sair da austeridade, a mostrarem-se tão irritados e ferozes opositores. Vejam-se as reacções dos porta-vozes do PSD e CDS.
O PS pensa e bem que a saída da austeridade só é possível através de medidas que aumentem a Procura ao contrário do governo e da Troika que desprezam os efeitos da Procura na economia.
Uma outra coisa é saber se tais medidas de expansão da Procura são compatíveis a curto prazo com as metas do défice orçamental. Não o serão seguramente. Haverá que passar esta situação inicial para colher efeitos e os benefícios das novas políticas do lado da Procura. A muito curto prazo haverá um inevitável aumento da despesa pública. Se a Troika se mostrar tão compreensiva com o PS como se mostrou com o governo do PSD/CDS quanto ao cumprimento do défice (défice alcançado pelo governo de 5,9% do PIB em 2013 quando no memorando se exigia 3,0%) será menos difícil ao PS ultrapassar este obstáculo. Contudo, dada a obsessiva intransigência da Troika quanto às políticas de expansão da Procura é pouco provável que ela ceda facilmente em alargar as metas do défice nos dois próximo anos. Mas não será impossível tal cedência se os partidos e governos irmãos do PS lhe prestarem apoio.
Muito dificilmente os próprios governos do euro seguidistas das políticas de austeridade impostas pela Alemanha cumprirão com as metas do défice exigidas pelo Tratado Orçamental. O garrote da austeridade não gera crescimento económico, como o demonstraram estes últimos quatro anos de tentativa de recuperação da "crise" e os cortes sociais, alternativa única para o cumprimento das metas do Tratado Orçamental, tornam-se cada vez mais de difícil aplicação em países como a França ou a Itália. Alguma mudança de política acontecerá nos próximos tempos no seio do Eurogrupo.
Muito dificilmente os próprios governos do euro seguidistas das políticas de austeridade impostas pela Alemanha cumprirão com as metas do défice exigidas pelo Tratado Orçamental. O garrote da austeridade não gera crescimento económico, como o demonstraram estes últimos quatro anos de tentativa de recuperação da "crise" e os cortes sociais, alternativa única para o cumprimento das metas do Tratado Orçamental, tornam-se cada vez mais de difícil aplicação em países como a França ou a Itália. Alguma mudança de política acontecerá nos próximos tempos no seio do Eurogrupo.
O que é verdade e o tempo que levamos de crise assim o demonstra é que a política do governo e da Troika de expansão da Oferta e contracção da Procura não nos leva nem à melhoria das contas públicas nem ao desenvolvimento económico. A mudança de política torna-se necessária e inevitável. É o momento de os partidos europeus da Social Democracia abandonarem as políticas neoliberais e voltarem a ser fiéis ao seu ideário social democrata.
2 Comments:
Estou de acordo e....a propósito tenho andado a pensar....
Caro Blogger...não será verdade que o cidadão tem o direito natural à vida e à saúde...e à vida privada ?...( e vivam os liberais....)... e se assim é por conseguinte não terá o mesmo cidadão a liberdade de o fazer sem que o Estado tenha de intervir e conhecer disso...?...então porque é que eu tenho agora que andar a declarar os medicamentos..os alimentos e até as rendas de casa em processos electrónicos....para conhecimento daquele dito...??
Ah !!...!..bom porque há que cobrar o imposto ...então se calhar até nem pode é haver este tipo de imposto....
...è nisso que tenho andado a pensar ...tudo com base nos tais direitos atrás referidos...
Chau!...chau!.... que vou mas é cear e pedir uma factura do bife...
Sem dúvida.
São liberais para umas coisas e não liberais para outras.
No fundo o que eles mostram é serem profundos ignorantes, manifestando um profundo desprezo pelo cidadão contribuinte que lhes sustenta o ordenado e os "negócios sem factura".
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