Economia que mata
Podem bem todos os membros do “euro-grupo”, que como foi dado
a conhecer nem sequer existência legal possui, limpar as mãos depois da trampa
que fizeram.
O seu comportamento foi mais próximo do comportamento dos
mafiosos do que de parceiros irmanados num projecto solidário comum.
Como todos os economistas afirmam, a capitulação da Grécia e
as medidas a que se obriga não irão resolver a profunda crise económica,
financeira e social em que se encontra. Não resolverá o problema do
endividamento, do desemprego, da pobreza, da economia.
Esta Europa do euro comandada pelo capital financeiro não
admite outro alinhamento que não seja o modelo único neoliberal que tudo
subordina aos interesses do capital financeiro, dos bancos e das grandes
empresas, dos seus proprietários e aliados políticos.
Este modelo económico e social tenta e está conseguindo
destruir, aniquilar o modelo social do “capitalismo social” saído do pós-guerra
com o seu estado-social de desagravamento das desigualdades sociais, da
educação e saúde universais e gratuitas e da protecção social no desemprego, na
doença e na velhice.
É um modelo com uma “economia que mata” como diz o Papa
Francisco em que todos os recursos do trabalho, em que todos os recursos criados
pela sociedade são tomados pelo capital financeiro.
Trata-se da luta de uma classe privilegiada, reduzida em
número mas detentora da riqueza financeira e económica e também do poder
político, que pretende ampliar a sua riqueza apropriando-se da riqueza que é de
todos e dos rendimentos da classe média e dos trabalhadores.
E isto, nos tempos modernos, é novo no capitalismo. Regressámos
ao tempo em que apenas é concedido aos trabalhadores o mínimo indispensável à
sua própria sobrevivência vegetativa. Em que à falta do subsídio de desemprego ou outros
apoios sociais se lançam milhares de trabalhadores na pobreza.
Engrossando agora o mundo do trabalho também a chamada classe
média, funcionários públicos, professores, enfermeiros, etc, e muitos pequenos
empresários depois do aniquilamento das suas empresas no combate desigual que
mantiveram com as hipper empresas.
A frente dos que estão a ser hoje explorados - é o termo
exacto - por uma minoria minúscula mas poderosa da sociedade, possuída de uma
ganância desmedida, ávida de riqueza, é demasiado ampla para que possa
sentir-se segura num futuro próximo. A reacção de ódio que manifestou para com
o governo e o povo grego demonstra-o. Ficou também claro que a democracia é incompatível
com os seus desígnios.
A Grécia provou-o agora, mas outras Grécias seguramente
surgirão muito em breve.
2 Comments:
https://www.facebook.com/300628049979748/photos/a.300635583312328.67599.300628049979748/985116791530867/?type=1&theater
Passos mentiroso
https://www.youtube.com/watch?v=G99Xyj-EVvo
Postar um comentário
<< Home